Estúdio Raposa

Lugar aos Outros 89
Sara Silva

 

INDICATIVO

No programa de hoje vamos ouvir poesia de uma poeta muito jovem: Sara Silva

MÚSICA

A Sara Silva tem 18 anos e só recentemente despertou para a leitura e para a escrita e confessa que foi a morte de uma amiga que a empurrou para as letras. Encontrou nas palavras a fuga para a dor provocada por essa perda.

MÚSICA

Depois, é Sara Silva que diz: foi um acumular de sensações, de palavras por dizer, da alegria ou tristeza, de ver algo que me levou a expressar talvez o que sinto ou o que gostaria de sentir ou, ainda, simplesmente, fui levada pela imaginação.
Não posso deixar de referir, nesta aproximação às letras o fascínio que Fernando Pessoa provocou em mim.
Sei, continua Sara Silva, que tenho muito que aprender, muito que aperfeiçoar mas julgo que estou no bom caminho.

MÚSICA

Vamos ouvir quatro poemas de Sara Silva não esquecendo a sua condição de recém-chegada ao mundo da poesia.

MÚSICA

A minha vida é uma odisseia, uma cruzada
Na busca da essência perfeita,
Do beijo avassalador, do brilho vibrante,
Do coração de propulsão extrema,
Da alma gémea também ela incompleta.

Procurei entre amigos e conhecidos
Numa busca sem fim nem sentido.
Sonhei com o dia em que nos encontrávamos
E juras de amor trocávamos.
Cansei-me de falar de ti ao mar,
De contar ao sol como te amo
E de pedir ás estrelas conforto
Por não te ter a meu lado.

Não te conheço, mas sei que um dia
O destino te trará até mim.
E só nesse momento poderei dizer
A palavra: AMO-TE!!!!

MÚSICA

Perdida, sem vida.
Com uma dor imensa na alma,
Sem vontade de nada.
E a ti, mar, vim pedir
Que me acolhas em teus braços
E me tomes como parte tua.
Faz-me água salgada, areia dourada,
Brisa leve, onda oscilante,
Presa ou predador,
Pouco me importa…
Apenas faz desaparecer esta dor!!

MÚSICA

Ser estranho é o que eu sou,
Algo com qual nunca ninguém contou.
Vivo na estranheza de ser,
Na alegria de não me conter.

Sinestesia de sentimentos,
Turbilhão de emoções.
Matéria suspensa de pensamentos.
Sorriso inconsciente sem preparação.

Miragem de uma utopia irrepreensível,
Buraco negro de uma dor recuperada.
Esperança desmedida num momento plausível,
Arco-íris de sentido parado.

Sou o que sou,
Não um conjunto de palavras elaboradas,
Sem precedentes, sem descrição.
Apenas sou o que sou!

MÚSICA

Não temas nada, mãe,
Porque a vida é mesmo assim.
Continua a sorrir intensivamente e esquece
Todas as desavenças.

Sei que é difícil...
Mas o que existe não é o amor
Mas sim provas de amor.
De cada palavra, gesto caótico
Nunca existiu a intenção de te magoar.

Tu és a rosa do meu roseiral,
O expoente da minha vida,
A coesão de um castelo de cartas.

Quando o sol brilha é para te ver,
Para reconhecer mais uma guerreira
Num campo escasso de perfeição.

Nasci do interior de teu ventre,
Cresci pelo teu colo, mão, carinho,
Atenção, alegria, fúria desmedida.
Agora vivo de uma orientação delicada.

Pelas teias do destino existimos
Num vaivém de decisões, surpresas, decepções.
As crenças de um Deus e de um Demónio não
Se aplicam à dor que podemos sentir.
Como seres apenas podemos descartar
Tudo para provar que amamos.

Mãe é uma palavra impregnada de sentimento,
Confronto de gerações, opiniões, sorrisos, amor.
És tu o paradeiro de um mundo no qual era impossível
Viver sem dulcificar o doce sabor de ter um amor de mãe.

MÚSICA

Dois dedos de conversa

NDICATIVO

Uma ouvinte dizia-me, recentemente, que estava com saudades do espaço “dois dedos de conversa”. Pois, minha cara, quando não há nada para dizer…
Mas para matara as suas saudades, aqui vai uma recomendação que nunca é demais repetir: os autores que queiram os seus trabalhos de prosa ou poesia, lidos neste programa, para tal, apenas têm de me enviar alguns dos seus textos e uma pequena nota biográfica. É tudo. Depois só têm que esperar. Serão avisados quando os trabalhos estiverem disponíveis na Internet.
Voltam a surgir queixas de que não foi possível deixa um comentário no audioblogue. Pois é, acontece que o Estádio Raposa não tem comentários a surgirem logo depois de feitos, como, aliás, é habitual na maior parte dos blogues. Na coluna do lado direito da página principal encontra-se um Enviar textos ou Comentários. Pois clique e logo lhe aparecerá um email em branco. Escreva o seu comentário ou envie os seus textos que uns e outros cá chegarão. Quando aos comentários aparecerão on line logo que possível.
Algumas das dificuldades com o iTunes não estão, ainda, todas ultrapassadas. A subscrição do Estúdio Raposa de modo a receber, automaticamente, os downloads dos novos programas terá de ser feito de uma forma pouco habitual. Veja na página principal do audioblogue, na rubrica “Notícias” a forma de fazer, facilmente, a subscriçãol.
E, por hoje é tudo. Até ao próximo programa.

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