Estúdio Raposa

História 86
Três histórias

 

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Hoje, não vamos ouvir uma história, nem duas mas, sim...três! É assim que falam os vendedores das feiras anunciando os seus produtos. Mas aqui falamos de histórias, e hoje, excepcionalmente, vamos escutar três histórias que se intitulam-se, “A origem do nome de Loulé”, João Ganchinho” e “A raposa e o galo”.

MÚSICA

ORIGEM DO NOME LOULÉ
Segundo uma lenda, que chegou até hoje, o nome actual da cidade de Loulé foi-lhe dado aí pelos anos 1045. Diz-se que numa das correrias empreendidas, em terras de Al-Fagar, por Francisco I, rei de Leão, cognominado o Grande, chegou este à frente dos seus soldados, próximo do castelo desta cidade. Então levantou-se entre os seus cabos de guerra, que o rodeavam, discussão acerca do nome da árvore, que, de longe, avistavam sobre o castelo. Uns diziam que era uma alfarrobeira, outros um chopo, outros o álamo, alguns o aloendro, e outros um loureiro.
- Laura é, disse o monarca, entrando na discussão e pondo-lhe ponto final.
E desde esse momento em diante foi esta cidade conhecida entre os cristãos pela vila de Lauroé, Laulé e mais tarde Loulé.
Segunda história: JOÃO GANCHINHO
Havia um homem chamado João, por alcunha o Ganchinho, alcunha da sua embirração. Como era casado com uma mulher muito teimosa, esta, sempre que o queria ver zangado, chamava-lhe Ganchinho. Um dia tanto a mulher o atanazou com o apelido, que ele perdeu o juízo e amarrou à cintura da cara metade uma corda, e meteu-a num poço. Enquanto a fazia descer, perguntava-lhe: como me chamo? Ela respondia Ganchinho: Fê-la descer por forma que já tinha os pés na água.
- Como me chamo?
E ela respondia Ganchinho.
Desceu-a mais e estava já com a água pelo pescoço. - Como me chamo?
- Ganchinho.
Mergulhou-a mais e ficou completamente submergida. - Como me chamo?
Não podendo responder com a palavra, substituiu esta pelo gesto: levantou o braço acima da água e com o dedo indicador da mão direita fez um ganchinho.
Última história: A RAPOSA E O GALO
Empoleirado numa árvore cantava o galo, quando passou perto a
raposa.
Grande novidade, compadre galo, gritou a raposa muito alegre.
Que novidade? - perguntou o Galo.
Baixou um decreto do governo que manda acabar a guerra entre os animais e estabelecer a paz geral. Estou contentíssima: desça compadre, estou com desejo de o abraçar.
- Esse decreto de que fala é já sabido e conhecido por todos os animais? perguntou o galo.
- É claro: nem a ignorância desculpa o não cumprimento da lei.
Por que faz o compadre essa pergunta?
- Vejo vir do nascente alguns caçadores com muitos cães.
A raposa, mal foi informada da aproximação dos podengos, galgos e perdigueiros, pôs-se ao fresco. Então o galo gritava-lhe: mostre-lhes a lei, mostre-lhes a lei.

INDICATIVO

Ouvimos, neste programa três pequenas historias que valeram por uma grande, não é? Até à próxima semana.

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