Danyel Sak
Crónicas 4
 


O VENENO DE LUCRÉCIA

Caros Amigos:

Dizem que Lucrécia Borgia (www.lucreziaborgia.com) era perita em defenestrar seres humanos com venenos. Mas há outra Lucrécia, uma cubaninha radicada em Espanha, que além de transbordar simpatia e charme por todos os poros, possui um veneno ainda mais potente: um CD que consegue afastar os chatos, principalmente os cinzas esverdeados.
O nome do CD é Agua (www.lucreciamusic.com) que, além de deliciosamente dançável, tem arranjos primorosíssimos que mesclam a tradicional música cubana com pop, tecno e muito etc.
Mas, se você é daqueles um pouco enjoadinho, que só compra um CD se ele tiver um grafismo com estilo (para ficar bem bonitinho na sua estante e para não passar vergonha perante os amigos designers) não se preocupe: além dos ouvidos e pés, prepare também os seus olhos.
Caso você seja daquelas pessoas que gosta de pensar o mundo de forma filosófica, abaixo vai um pequeno texto que penso, considerará muito importante:
"Em 1957, o semiólogo Roland Barthes publicava o resultado de sua empreitada semiológica, onde abordava o que denominou "Um projecto de actualidade" e cuja intenção era denunciar a propagação da cultura pequeno burguesa como uma cultura universal. Deste modo, advertia sobre a disseminação dos signos, em maior medida, derivado da cultura de massas, e de sua incorporação ao imaginário da época."
Leu? Pois bem: o texto acima foi muito importante para você perceber que não é o público alvo desta crónica. Assim, é melhor fazer o seguinte:
1. Ir imediatamente ao seu barbeiro e pedir para fazer um corte de cabelo estilo Príncipe Danilo ou Ray Conniff
2. A seguir, procurar a sua turma na cafetaria e com ela, beber Absinto, decorar e ensaiar Kant
3. Posteriormente apresentar o resultado em um espectáculo para conjunto, orquestra e coral
Voltando à você que é o nosso público alvo, atenção: para afugentar imediatamente um chato cinza esverdeado que por ventura possa rondar, utilize a faixa 1, Mi Gente.
Conselho útil de última hora: para evitar que o seu vizinho toque novamente a sua campainha e se auto convide para a festa, vá você mesmo até lá embaixo e convide o de uma vez por todas. Mas, aproveite e peça a ele uma mãozinha para ajudar a empurrar os móveis da sala, para que haja espaço suficiente para você e os seus convidados dançarem.
Diga também para chamar a cunhada dele. Ela é divertidíssima, acabou de dar alta para o analista e, melhor ainda, está em uma deliciosa fase pseudo lonely.
E por favor, alerte o seu vizinho para colocar água e semente de girassol para o papagaio e comida para o cachorro, porque a dança vai longe. ¿Hey Fidel, que cubanita guapíssima, eh? Chicabum Bum Bum.

Um Abraço

Danyel Sak – Publicitário
danyelsak@ip.pt

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ELES ESTÃO ENTRE NÓS.

Caros Amigos:

Um dos maiores desejos do Homem, além de ganhar na lotaria sozinho ou encontrar um lugar no estacionamento do shopping na época de Natal é criar uma máquina igualzinha a ele: um robot.
Mas, se durante o dia, os cientistas estão trabalhando para fabricar a tal criatura, à noite eles tem pesadelos em que o robot cria vida própria e domina o mundo logo de manhãzinha, quando os cientistas loucos ainda estão tomando o cafezinho na cafetaria da esquina.
Mas a verdade mesmo, é que sem notarmos, alguns seres humanos já se transformaram em robots. Não, não estou falando da tralha do seu cunhado que fica imóvel no sofá da sua casa vendo futebol. E nem dos filmes de Invasores de Corpos. Aqueles em que os alienígenas chegam a uma cidade pequena, entram nos corpos dos habitantes e eles passam a comportar se como funcionários públicos, ou seja, autómatos. E logo depois, quando os alienígenas percebem que não vão conseguir dominar a raça humana, pois ela está ocupadíssima em ler a revista Caras, começam a expelir aquela gosma verde pelo corpo todo e desaparecem no espaço sideral.
O Homem Robot (ou mulher robôa) a que me refiro, é o da internet: pessoas normais, daquelas que são a favor da pena de morte para quem inventou a pizza de anchovas, e que após o advento da internet transformaram se paulatinamente em Servidores. Sim, aquelas máquinas que os Provedores possuem para enviar toda aquela tralha de e mails e sacanagens que andam pela rede.
O habitat natural do Homem Robot na Terra, é o escritório. E lá, ninguém nota que este ser, que tem a forma humana por fora, é um metamorfo alienígena por dentro. E que aos poucos vai se metamorfoseando em robot. Quem passa pela sua mesa pensa que ele está a trabalhar, mas na verdade ele tem como única função receber e mails e repassá los durante o horário de trabalho: recebe e repassa, recebe e repassa, recebe e repassa, recebe e repassa, recebe e repassa. Êpa, isso dá samba. E a maior prova de que ele tornou se um Homem Robot (em inglês: Fusion Robot Human Disease Servers Factor) é que as mensagens que você recebe, repassadas por ele, vem nos formatos mais alienígenas possíveis: MS_TNEF, HjX.pro, PagodeXBlonde, PimbaAss, FULEIROSdata, CucamongaHi, etc.
Claro que ainda não sabemos se ele também solta a tal gosma verde pelo corpo. Penso que não, porque senão aquela senhora que faz a limpeza do escritório no fim do dia, iria ficar furiosa e a Molly Maid (www.mollymaid.pt), ia ter que usar todo o seu arsenal ghostbusteriano para limpar toda aquela porquêra verde.
Mas uma coisa é certa sobre os Homens Robot: cada vez que estes seres enviam as toneladas de mensagens alienígenas, quem paga a conta é você.

Um Abraço

Danyel Sak – Publicitário
danyelsak@ip.pt
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O QUE AS MULHERES DESEJAM.

Caros Amigos:

Estava na minha chaise longue, saboreando o meu Dry Martini ao lado dos meus cães e das minhas mulheres, quando perguntei a elas o que gostariam que acontecesse nas 24 horas do Dia Internacional da Mulher. Abaixo a transcrição do que elas disseram:

Há certas coisas básicas, e muito simples, que fazem mais efeito para as mulheres, do que receber um colar de diamantes:

Elas pedem que, após o seu banho, e antes delas entrarem para tomar banho, você perca só 4 segundos do seu tempo, dando um jatinho d'água na banheira para tirar os seus pelos que ficaram grudados lá.
Sei que a culpa não é nossa por descendermos dos primatas. E que poderia ser pior se fôssemos peludões como os macacos: os ralos do planeta iam ficar tão entupidos que os desentupidores diabo verde, zyclon e a roto rooter estariam como Nº 1 das 500 Mais, na Forbes.
Também, é claro, que o seu argumento é válido: "quem inventou a lei que diz que as banheiras deveriam ser todas brancas? É por isso que os pelos aparecem na banheira".
Mas, segundo elas, você pode escolher entre limpar a banheira ou fazer depilação definitiva à laser. Melhor ficarmos com a primeira.

Elas mencionaram as tais capas do carro (perdão, seu automóvel). OK, eu entendo a função daquelas capas listradas que você coloca para proteger os bancos. Mas entenda: ela acabou de entrar no seu automóvel com aquele pretinho básico de pois, um scarpin combinando e, para arrasar, um conjunto de brincos e colar de pérolas genuíno. Então por favor, retire aquelas capas listradas, feitas pela costureira da sua mãe, e que você pôs nos bancos "para não sujar". Não sujar o que, hombre? Usando estas tralhas a sua imagem é que vai ficar suja com as mulheres.

Pensando em aparecer na frente dela, de repente, tipo amante latino, envergando um robe de chambre listrado?
Elas disseram que não adianta usar o argumento que "viu o robe listrado sendo usado pelo modelo com o cabelo molhado de gel em uma propaganda de yogurt light". Segundo elas:
a propaganda não era de yogurt light: era da Super Argamassa Tonho para tijolos.
o robe não era robe: era fato macaco (macacão)
o modelo não era modelo: era o Toninho, o filho do Tonho, que é o dono da fábrica da Super Argamassa Tonho
E finalmente: o cabelo não estava molhado de gel: estava seboso mesmo.

Você não vê a hora de conversar com ela sobre as novas válvulas do motor do seu automóvel e a excitante rebimboca computadorizada do giglê? Bem, elas disseram para esquecer isso por apenas 24 horas. Assim, enquanto estiver com ela, apenas troque as marchas do automóvel suavemente, passeie devagar, flanando, escutando o CD que ela trouxe do Michael Franks e dizendo que o corte de cabelo dela ficou simplesmente maravilhoso. Segundo elas, basta isso, mais nada. E no dia seguinte você está liberado para falar com os seus amigos sobre as novas válvulas do motor do seu carro e a excitante rebimboca computadorizada do giglê.

Cueca de helanca larga e deformada por causa do elástico arrebentado?
Elas perguntam: "você já viu o Brad Pitt assim? Bom, pode até ser que o Brad Pitt tenha uma cueca de helanca deformada desbotada e largona com o elástico arrebentado. Mas elas dizem que ele não aparece assim em público (pelo menos nos sets de filmagem).
Algumas até poderiam dizer "olha, se for mesmo o Brad Pitt eu nem ligo se ele estiver com uma cueca de helanca deformada desbotada e largona com o elástico arrebentado". Bem, as poucas que disseram isso, nem deveriam ler este artigo. Porque além de não fazerem parte do target, certamente usariam na nossa frente uma máscara verde de pepino, rolos no cabelo (daqueles grandes, claro) e pantufas que ganharam de brinde no Supermercado Preço Mole SuPreMo – ?O que não dá mole para os preços altos".

Elas mencionaram que quando a encontrar, "não é para ir logo agarrando e beijando". Compreendo que dá muita vontade, só de ver o material. Mas elas dizem que se arrumam especialmente para você: ficam horas no cabeleireiro, passam óleo de amêndoas nos joelhos e cotovelos, escolhem minuciosamente entre as dezenas de perfumes, colónias, deo colônias e loções, a que mais combina para a ocasião e decidem se entre dezenas e dezenas de modelos de roupa para a ocasião.
Claro, o batom vermelho hemorrágico é como um imã para você, e a blusa dela, de seda, geladinha em pleno Verão tropical senegalês é um oásis. Mas como elas disseram: tem que admirar antes de amassar.

Escutei também da parte delas que "um jantarzinho à dois seriam muito charmoso". Então, chame a para jantar e aproveite a chance para mostrar aquele seu lado caseiro que ela tanto desconhece.
Conselho: melhor encomendar o menú; recorde se que aquela experiência de cozinhar spaguetti com água fria não foi bem sucedida.
Depois de encomendar o menú, concentre se no essencial: pôr a mesa.
Sim, compreendo que "comer direto das embalagens, de colherinha, é muito mais prático", e que "as embalagens estão aí pra isso mesmo".
Mas, segundo elas, colocar a mesa é questão de simples aritmética: toalha de mesa (01), copos (02), pratos (02), facas, (02), garfos (02), colheres (02) e guardanapos (02). Não, não vale usar os guardanapos usados da tasca (boteco) que você lembrou que tinha no bolso da calça.
Lembrete: lavar tudo antes. Claro, sei que é chato lavar os copos que estão encardidos na pia há 4 semanas. E como você diz "é só se aproximar da pia e já começa a sentir aquele odor azêdo".
Também entendo perfeitamente que, para lavar só dois copos no meio daquela tralha toda que está na pia, você vai ter que comprar um daqueles detergentes que infelizmente rendem muito. E aí vai sobrar detergente pelo resto da vida. Onde é que os fabricantes de detergentes estavam com a cabeça quando inventaram isso de "render mais"?
Sugestão Relâmpago: fazer uma cooperativa com os seus amigos e implantar o detergente rodízio usando a embalagenzinha de detergente que você comprou.
Bom, quando finalmente for lavar os 2 copos, tenho um pequeno truque para você não ficar entediado: finja que o detergente é aquela garrafinha de óleo aquerosenado Hiper Viscosity SAE 4.000 Plus que você tanto gosta.
E imagine também, que os 2 copos que você está lavando são as nossas conhecidas bielas do exudadoras do automóvel. Ficou mais fácil, não?

Elas mencionam que um pouquinho de paciência para escutá las seria fantástico. Sim, eu sei que você não tem muita paciência, que simplesmente não nasceu com isso. A vida é assim, cada um é como é. Mas como então vamos explicar para ela o manancial de inesgotável paciência que você tem para acompanhar o seu time de futebol, que foi rebaixado para a segunda divisão, e que vai jogar com o Quixeramobinense Futebol Clube Recreativo Cultural Cooperativa Agrícola e Bailes?

E agora o nosso must relatado em 100% das opiniões femininas: levantar a tampa do vaso sanitário, fazer xixi e voltar a abaixá la sem deixar cair os tais 3 pingos nela.
Sim, compreendo que é realmente difícil. E sei que o homem não foi projectado para isso, já que as árvores do tempo de Adão não tinham a tal tampa. Mas, que tal um pequeno truque? OK, fazemos assim: todas as manhãs, antes de sair para o trabalho, vá até o seu querido automóvel.
A seguir, levante a tampa do capô, finja que faz um pouquinho de xixi lá dentro do motor e novamente abaixe a tampa do capô.
Importante: neste exercício, muitíssimo cuidado para não prender aquilo.
Depois de apenas 2 semanas de treino, você conseguirá tranquilamente fazer xixi como elas desejam. Pois a tampa do vaso sanitário é muito mais leve que a do capô. E no banheiro você tem a vantagem de os vizinhos não estarem olhando.

Bom, aprendeu tudinho? Mesmo? OK, você só precisa fazer mais uma coisinha: comprar o colar de diamantes que ela deseja.

Um Abraço

Danyel Sak – Publicitário
danyelsak@ip.pt

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REVOGAM SE TODAS DISPOSIÇÕES EM CONTRÁRIO.

Caros Amigos:

ARTIGO 1:
Alalaô, ô ô ô, ô ô ô, mas que calor, ô ô ô , ô ô ô! Atravessando o deserto do Saara, o Sol estava quente e queimou a nossa cara.
Alalaô, ô ô ô, ô ô ô, mas que calor, ô ô ô , ô ô ô!

ARTIGO 2:
O teu cabelo não nega mulata, porque és mulata da cor. Mas como a cor não nega mulata, mulata eu quero o teu amor!

PARÁGRAFO 1:
Eu, fui às touradas de Madri, pararatchim bum, bum, bum, pararatchim bum, bum, bum.
E…..não volto mais aqui…i….iiii, pra ver Peri i…iiii, pra ver Ceci, pararatchim bum, bum, bum, pararatchim bum, bum, bum.
Eu conheci uma espanhola natural da Cataluuu unha.
Queria que eu tocasse castanhola e pegasse o touro à uuu unha. Caramba, carambola, sou do samba não me amola (?)

ARTIGO 3:
Olha a cabeleira do Zezé, será que ele é? Será que ele é?
Será que ele é Bossa Nova? Será que ele é Maomé? Parece que é transviado, mas isso eu não sei se ele é.
Corta o cabelo dele, oba! corta o cabelo dele, oba! corta o cabelo dele, corta o cabelo dele.

ARTIGO 4:
Colombina onde está você, eu vou dançar o iê iê iê. Colombina onde está você, eu vou dançar o iê iê iê. A turma só me chama de palhaço….é a mãe!! (…) É a tua!

PRIMEIRA EMENDA:
Ei você aí, me dá um dinheiro aí, me dá um dinheiro aí. Ei você aí, me dá um dinheiro aí, me dá um dinheiro aí.
Não vai dar? Não vai dar não? Você vai ver, a grande confusão, eu vou beber, beber até cair, me dá, me dá, me dá, oi, me dá um dinheiro aí!

ARTIGO 5:
Atrás do trio elétrico só não vai quem já morreu, quem já botou pra rachar, aprendeu, que é do outro lado, do lado, do lado lado que é lado, lado de lá!

ARTIGO 6:
Se você fôsse sincera, ô ô ô ô, Aurora, veja só que bom que era, ô ô ô ô, Aurora (…)

SEGUNDA EMENDA 2:
Tanto riso, oh, quanta alegria, mais de mil palhaços no salão, arlequim está chorando pelo amor da colombina, no meio da multidão.
Foi bom te ver outra vez, tá fazendo um ano, foi no Carnaval que passou. Eu sou aquele pierrot, que te abraçou, que te beijou meu amor. Aquela máscara negra, que esconde o teu rosto, eu quero matar as saudades: vou beijar te agora, não me leve a mal, hoje é Carnaval! Vou beijar te agora, não me leve a mal, hoje é Carnaval!

ARTIGO 7:
Quáis, quáis, quais quais, quais quais, pascarigudum, pascarigudum pascarigudum. Quáis, quáis, quais quais, quais quais, pascarigudum, pascarigudum pascarigudum. Naõ posso ficar! Não posso ficar nem mais um minuto com você. Sinto muito amor, mas não pode ser. Moro em Jaçanã, se eu perder este trem, que sai agora às 11 horas, só amanhã de manhã. E além disso mulher, tem outra coisa; minha mãe não dorme enquanto eu não chegaaaaaar: sou filho único, tenho a minha casa pra cuidar, não posso ficar!
Quáis, quáis, quais quais, quais quais, pascarigudum, pascarigudum pascarigudum. Quáis, quáis, quais quais, quais quais, pascarigudum, pascarigudum pascarigudum. Pastimbúm!

ARTIGO 8:
A Estrela Dalva, no céu desponta, e a Lua anda tonta, com tamanho esplendor, e as pastorinhas, pra consolo da Lua, vão cantando na rua, lindos versos de amor.
Linda pastora, morena da cor de Madalena, tu não tens pena, de mim, que fico louco pelo seu olhar. Linda criança, tu não me sais da lembrança, meu coração não se cansa, de sempre, sempre, te amar.

ARTIGO 9:
Nessa onda que eu vou, nessa onda iá iá, é o Bafo da Onça, que acabou de chegar (…)

PARÁGRAFO ÚNICO:
Mamãe eu quero, mamãe eu quero, mamãe eu quero mamar. Dá a chupeta, dá a chupeta, dá a chupeta pro bebe não chorar.
Dorme filhinho, do meu coração, pega a chupeta e entra no cordão, eu tenho uma irmã que se chama Ana, de tanto piscar o olho já ficou sem a pestana.
Mamã, mamã, mamã eu quero, mamãe eu quero, mamãe eu quero mamar. Dá a chupeta, dá a chupeta, dá a chupeta pro bebe não chorar.

REVOGAM SE TODAS AS DISPOSIÇÕES EM CONTRÁRIO.

Um Abraço e Maravilhoso Carnaval,
Danyel Sak – Publicitário, fantasiado de pirata e abraçando uma baiana
danyelsak@ip.pt

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A RECEITINHA DO SUCESSO

Caros Amigos
Estava recostado na minha chaise longue com as minhas mulheres e meus cães, quando de repente lembrei das pessoas que sentem aquele comichão andywarholiano dos 15 minutos de fama. Aliás, 15 minutos é muito: hoje em dia 3 minutos bastam.
Pensei: como posso auxiliar estas pessoas a serem famosas? Simples, dando a receita de um videoclip.
Então, enquanto saboreava o meu Dry Martini (stirred, not shaked, please), comecei a observar os videos da Émtiví para verificar a receitinha do sucesso do videoclip:

Mulheres:
Brancas, negras, morenas, orientais, etc. O mais importante hoje em dia, é que elas tenham cara de outlaw, cara de bandidas (mesmo sendo classe média e gostando de comer frango com polenta). E mais que fundamental: que os labios sejam muito grandes, enooooormes, beiçolas, pois modernidade é assim mesmo e não se discute.

Homens:
Brancos, negros, morenos, orientais, etc., mas tem que ter cara maus. Mas não mauzões verdadeiros: só espressões de mauzões fake classe média que torce para o Belenenses (ou Ponte Preta).

Figurino:
O deles e delas é o mesmo: pouca roupa, e coladíssimas ao corpo. Mas estas roupas tem que ser obrigatoriamente rasgadas. Quanto mais rasgadas melhor, tem que estar mesmo em frangalhos. E com manchas escuras, claro: como se todos do casting tivessem acabado de chegar da limpeza da gosma que o navio Prestige fez na Galicia.

Os corpos:
Devem estar totalmente oleosos e suados. Sem corpos muito oleaginosos, asquerosamente escorregadios e muito, muito suados, esqueça o videoclip que não vai dar certo para ser famoso.
Problema: encontrar suor em pleno Inverno.
Resposta: academias de ginástica. O salão estava cheio de corpos a suar por todos os poros. Chamei um colega meu, que é engenheiro, e ele, com um tubinho de borracha daqueles de gás de cozinha improvisou um suorduto, para que toda aquela porquêra suarenta saísse da academia e chegasse até o set de filmagem.
Sim, o odor da mescla de todos os suores era incheirável. E nem um B 52 jogando uma mega bomba de desodorizante (desodorante), conseguiria desanuviar o odor do ambiente. Mas logo pensei, no problem: televisão não tem cheiro.

Locação:
Olhei novamente a Êmtiví: a locação é sempre em um beco imundo e decadente, com vidros partidos, paredes cinzentas e algumas pichações estratégicamente colocadas. Claro que nenhuma das pessoas envolvidas no clip jamais pisou em um lugar destes, pois todos habitam em Park Avenue, Malibú ou frequentam o clube de criquet de Newport. Mas, hoje em dia quem quer estar realmente in, imperativamente in, tem que fingir que flerta com a marginalidade.

Observação importante off the record:
Sei inclusive de um VIP que ao construir a sua residência, além de fazer a sala de jogos, a sauna, a academia de ginástica, a sala de cinema, também fez o seu Beco Fake Cinematograficamente Decadente (ou Californian Decadent Movie Fake Alley C.D.M.F.A. na versão arquitetônica original).

Acção:
Agora que já temos o casting, os corpos abundantemente encharcados e oleaginosos de suor alheio, o cheiro, e o guarda roupa todo rasgado, vamos para a parte mais simples: as fakebadgirls suadésimas, de labios gigantescos e fazendo caretinhas malvadas interagem com os fakebadboys suadérrimos , musculosos e com caretinhas malvadas.
A partir daí, corpos femininos e masculinos juntam se e começa a fase de Síndrome de Enguia Coletiva (SEC): saracoteiam e roçam se curvilíneamente uns nos outros.
Importante: nesta fase devemos ter um bom estoque de pomada para torcicolos e dores lombares.

A máquina em movimento:
Tudo começa a ocorrer, a funcionar como uma máquina em movimento saracoteante. Sim, o mau odor é nauseabundo, mas é tudo em nome da arte.

O intérprete:
Próxima fase: procurar um nome para o intérprete da canção. Pode ser qualquer bobagem, pois a modernidade admite isso.
Deixe me ver, se formos na linha da tralha que vende, vamos de M&M (ou eminem se quiserem). Então, podemos tentar nomes como: Jujubas, Bombocas, Marias Moles, Bolas de Berlims (Sonhos), Brigadeiros, Gomas, Gelatinas, Cajuzinhos.

A parte menos importante:
A música, claro. Receita de sucesso para compor uma música de videoclip de sucesso:
1 por alguém a gritar alguns palavrões grosseiros, insultando todo mundo indiscriminadamente: desde o padeiro até o vendedor de pirulitos (chupa chups) 2 samplear com alguns segundos de música pop que chegou ao Top Ten
3 mixar com muitos gemidos libidinosos
4 acrescentar sirenes de polícia e mother fuckers em profusão e o hit está garantido.

Pronto, agora você tem a receitinha da fama. O que.....? Você toca oboé?
Bom...ehr....aí é um pouquinho mais difícil.

Um Abraço

Danyel Sak Publicitário
danyelsak@ip.pt

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ELES TE FORÇARAM!

Caros Amigos:

Às vezes as coisas não saem bem como queremos; na vida ou no trabalho. Mesmo sendo boas pessoas ou profissionais esforçados. Mas o que fazer enquanto todas as condições necessárias ainda não se encaixam perfeitamente para que aconteça o que almejamos ou mesmo para desenvolver um excelente trabalho, com boas pessoas e bons resultados? Bem, isso me lembra uma história inesquecível de um amigo no Brasil, há muitos anos atrás. Uma história verdadeira com uma moral absoluta. Ele trabalhava bem e muito duro. Mas mesmo assim, ainda não tinha dinheiro suficiente para comprar um veículo. Assim, tinha que acordar muito cedo e apanhar o autocarro para ir ao trabalho. Ocorre que naquela época, a companhia de autocarros que pertencia ao estado, estava a ser privatizada. E então, os sindicatos para pressionar retiravam muitos autocarros da carreira.
O resultado foi que, por meses e meses os autocarros que circulavam não eram suficientes para tanta gente: vinham sempre lotados e com pessoas já penduradas do lado de fora.
Assim, meu amigo ia cedinho para a paragem e ficava a esperar o autocarro.
Ficava de pé até 45 minutos, uma hora e nada. E quando ao longe avistava o autocarro, nem adiantava fazer sinal para ele parar: ele passava directo pois já estava lotado.
Mas, como tinha que chegar ao trabalho no horário, começou a acordar mais cedo ainda.
Mas nada: os autocarros, devido à situação sindical, continuavam a passar cheios.
Ele resolveu então descer à pé a avenida no sentido contrário ao que ele ia, e tentar apanhar um autocarro na paragem anterior. Mas logo percebeu que algumas pessoas já estavam a fazer isso e a paragem também estava lotada.
Nos dias que se seguiram, foi andando sempre uma paragem antes para ver se estavam
mais vazias. Não estavam: os autocarros passavam lotados por elas.
Até que andou quarteirões e mais quarteirões e acabou por chegar, cansado, até a
paragem inicial. E percebeu que os autocarros já saiam cheios de lá.
Então, até aquela situação estar resolvida ele fez o seguinte: acordava muito cedo e saia em pleno Inverno, no escuro e no frio, caminhando à pé até a paragem inicial.
Chegava lá cansadíssimo e ia para uma enorme fila para aí sim conseguir apanhar o
autocarro.
Até que um dia, ele fez e refez as contas e viu que tinha dinheiro suficiente para comprar um veículo: uma excelente moto usada.
Encontrou uma que era muito bonita, uma que tinha um desenho de asinhas no tanque de combustível. Perfeita, era aquela que ele sonhava. Mas como o motor era um pouco potente, ainda ficava faltando algum dinheiro para que pudesse adquirí la.
Meu amigo, meio cabisbaixo, voltou a procurar e acabou por achar outra. Não tão bonita como a das asinhas, mas resolvia.
Foi e comprou. Mas depois percebeu que não sobrava dinheiro para duas coisas essenciais.
A primeira eram os capacetes: dois, um para o meu amigo e outro para o acompanhante.
Então, comprou a moto, deixou a no stand e foi procurar os capacetes.
Procurou, procurou e conseguiu encontrar dois que custavam o que ele tinha no bolso.
Mas, com isso, ficou sem dinheiro para a segunda coisa essencial: o seguro contra roubo.
Ele já não aguentava mais a situação dos autocarros, e ainda mais sabendo que tinha uma moto esperando no stand por ele.
Pensou, e resolveu: "vou andar com a moto e no próximo mês, com o próximo salário faço o seguro".
No dia seguinte foi ao stand e pegou a moto para ir ao trabalho. Foi um sonho: ele já não precisava acordar tão cedo e nem chegar tão cansado. Lembrava até a música "Vital e sua moto" dos Paralamas do Sucesso.
E assim, passou uma semana, duas semanas e um dia, parado no semáforo, apareceram 4 rapazes e roubaram a sua moto nova.
Ele olhou a sua moto afastar se cada vez mais e, parado na calçada, duas coisas passaram pela sua cabeça. A primeira foi: estou vivo. E a segunda foi: não tenho seguro contra roubo.
Pegou o primeiro autocarro que encontrou e foi para o trabalho. Quando chegou lá, já atrasado, os colegas de trabalho lhe perguntaram: onde está a sua moto?
Ele, muito triste contou o sucedido. Todos então começaram a pedir detalhes, comentar e analisar a situação pormenorizadamente, exaustivamente. E quanto mais isso ocorria, mais triste o meu amigo ficava.
Ele então, foi para o seu canto trabalhar, mas não conseguia tirar isso da cabeça, bad dream.
E o burburinho continuava à sua volta cada vez mais: "sim, você vai ter que voltar a apanhar o autocarro nesta situção de greve", "ah, como você vai fazer para comprar outra se não dá", "motos boas por este preço você não encontra mais.
Ele só pensava em ir para casa quando, pelo meio da tarde apareceu o Célio, um colega do meu amigo. E sem saber de nada, foi falar com ele.
O Célio era uma pessoa especialíssima: bom humor, alto astral, tudo bem. Não que ele não tivesse problemas, claro que tinha, como todos nós. O que ele não queria era ser mais um daqueles chatos, e por isso tinha esta filosofia de vida.
Quando o Célio se aproximou do meu amigo, perguntou sorrindo: "mas que cara é essa rapaz, aconteceu alguma coisa?"
Ao que meu amigo respondeu "levaram a minha moto".
E logo emendou: "você não vai querer saber de todos os detalhes, como foi, a que horas, quando foi e todos os problemas que eu vou ter agora ao apanhar novamente os autocarros em greve?"
Célio abriu novamente o seu sorriso contagiante, o envolveu de lado com um abraço fraterno e simplesmente disse: "Não, é claro que não quero saber! Cara, eles te forçaram!! Eles te forçaram!!".
O meu amigo então, desconcertado e sem entender perguntou "Me forçaram a que Célio???!"
E ele respondeu com um sorriso: "A ter a moto das asinhas; aquela que realmente você queria"!
Meu amigo ao escutar aquilo, teve um clique em sua mente e imediatamente começou a gargalhar.
Sim, ele voltou a andar quilómetros para pegar o autocarro, no frio e no escuro. Mas cada vez que começava a sentir aquela sensação, aparecia na mente dele a imagem do Célio a sorrir e a pronunciar a frase:"Eles te forçaram! Eles te forçaram!". Então, ele não aguentava e começava a gargalhar e a repetir "Eles me forçaram!" Eles me forçaram!". Após um tempo a greve acabou, a situação dos autocarros se normalizou e ele voltou a trabalhar duro. E um dia, ao caminhar, quando menos esperava, passou por uma montra e viu a moto. Sim, aquela com as asinhas no tanque de conbustível. Entrou e imaginem, o preço era menor que a anterior "porque o dono queria vendê la rápido", e isso incluia
o capacete e o seguro.
Saiu com a moto feliz da vida e foi directo para o trabalho. Lá chegando, procurou o colega com um sorriso, o abraçou e apenas disse: "Eles me forçaram!" "Eles me forçaram!.

Um Abraço

Danyel Sak Publicitário
danyelsak@ip.pt

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YOU'VE GOT A ENLARGE MAIL.

Caros Amigos:

Se você é uma pessoa com susceptibilidade, por favor abstenha se de ler esta crónica.
Enquanto recosto me na chaise longue, percebo que o mundo está muito, muito preocupado com o tamanho. Não é com o tamanho da desertificação das terras aráveis, nem com o tamanho do buraco da camada de ozono, nem com o tamanho da fila da segurança social e muito menos com o tamanho da confusão bélica entre os países: o que importa mesmo é o tamanho do pénis. Desculpem, mas é verdade. Verificamos isso quando abrimos a caixa de correio electrónico (mas falo ôpa de um correio eletrónico virtual, tipo hotmail).
Pois bem, antes, os mails mais recebidos eram de sites eróticos. Com o tempo, começámos a verificar o crescimento de mails da Nigéria que dão milhões de dólares à borla. A seguir, começaram a aumentar o número de mails de pessoas que insistem em que façamos empréstimos....loans e mais loans. E mais recentemente os mails recebidos querem que tenhamos diplomas e MBAs sem tirar nenhum curso e em total sigilo.
Mas de todos os mails acima, um está a aumentar espectacularmente: o tal enlarge your penis.
Os mails enlarge your penis. crescem dia a dia sem parar. Todos os dias, estão a chegar mais e mais mails enlarge your penis nas caixas de correio electrónico e a tornarem se campeões das mensagens recebidas.
Conclui se então que o tal enlarge your penis é um grande negócio, que o mundo deve
estar ávido por isso.
A situação é tão massiva e avassaladora, que um colega contou me o seu drama.
Ele disse que se considerava uma pessoa normal. Até o dia em que recebeu o seu primeiro enlarge your penis. Tudo bem, numa boa.
No dia seguinte e tome mais um mail enlarge your penis. A partir daí, ele começou a
ficar um pouco apreensivo, pois todos os dias recebia o tal enlarge your penis e achava que era uma coisa pessoal.
Ele chegou a um ponto tal, em que abria diariamente a sua caixa de correio eletrónico para ver se realmente estava lá uma nova mensagem de enlarge your penis.
Ou seja, o enlarge your penis fez com que ele se tornasse uma vítima, uma pessoa insegura, mesmo não tendo uma necessidade real do que estava a ser oferecido.
Fico então a imaginar quantos enlarge your penis estarão sendo recebidos dia a dia em todo o mundo. E o quanto a lavagem cerebral enlarge your penis está a afectar psicológicamente não só os homens, como também o mercado daqui para adiante.
A indústria têxtil: sofrerá uma revolução com os tamanhos de cuecas e calças que
deverão ser redesenhados e aumentados.
A arte: todas as estátuas clássicas deverão passar por um redesign na parte do baixo
ventre.
O ballet clássico masculino: será considerado fora da lei por atentado ao pudor graças ao volume das novas malhas elásticas.
Fábricas de preservativos/Recursos naturais: com o factor enlarge your penis os preservativos deverão ser muito maiores e com isso a matéria prima da borracha se esgotará. E muito em breve a borracha será um commodity que valerá mais do que a
platina.
As lutas greco romanas: bem, isso ficará inalterado, pois mesmo nos dias de hoje
todos sabemos que estas lutas mais parecem uma sacanagem em plena Olimpíada.
Existirá então uma central maligna que envia mails de enlarge your penis para o
mundo? E se existir esta central, o próximo filme de James Bond será "James Bond
versus Dr. Enlarge your penis?
Possivelmente sim, e com a continuação a caminho do "James Bond versus Dr. Enlarge your penis II Enlarge your penis contra ataca".
Mas, e as mulheres, o que pensam disso? Bem, de momento só sei que algumas colegas andam compreensivelmente revoltadíssimas: elas também estão a receber os tais mails
enlarge your penis.

Um Abraço
Danyel Sak Publicitário
danyelsak@ip.pt

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TUDO BEM, MAS DEIXA O FEIJÃO COM ARROZ!

Caros Amigos:

O outro dia veio me às mãos um texto tão redondinho, que me lembrei como a vida é sensacional. E acabei por recordar a minha infância e adolescência divertidíssimas.
Este texto também serve para lembrar que a vida adulta é apenas uma continuação destas. Por isso, vamos, acrescentem mais coisas a esta lista como: uma viagem aos Trópicos (fundamental!), dar flores às mulheres e homens, acordar para ver o por do sol, conversar muito com os bichos, ajudar os mais carentes, trabalhar profissionalmente mas a se divertir, cochilar na rede, etc.
Mas não se esqueçam de evitarem os chatos, isso é fundamental: principalmente os cinzas esverdeados. Um tipo de chato que não é tão comum, mas que por isso mesmo, o cuidado tem que ser redobrado e a alegria de viver triplicada.
Então, a Crónica desta semana é a reprodução deste texto que uma senhora de 93 anos fez no dia do seu aniversário. Aliás, é mais: é um presente para você, leitor das Crónicas.
Desfrutem! Enjoy it! Disfruten! Conomatsu Tsu! Craevert Vihmatzen! Procatongo Haramonga!

"Se eu pudesse começar de novo, me atreveria a cometer mais erros. Eu relaxaria.
Faria mais exercícios, seria mais tola. Eu levaria menos coisas a sério e iria aproveitar mais as chances.
Teria viajado mais, escalado mais montanhas e nadado em muitos outros rios. Teria tomado mais sorvetes e comido menos feijão. Eu teria, talvez, mais problemas verdadeiros, mas menos imaginários.
Veja você, eu sou uma dessas pessoas que viveu sensata e sadiamente, hora após hora, dia após dia. Ah, eu tive meus momentos, mas se pudesse fazer de novo, eu teria mais deles. Na verdade, eu iria tentar não ter nada além deles só momentos um após o outro, em vez de viver os anos a frente.
Tenho sido uma dessas pessoas que nunca saí para qualquer lugar sem um termômetro, uma bolsa de água quente, uma capa de chuva e um pára quedas. Se eu pudesse ter a minha vida de volta, eu começaria a andar descalça na Primavera e assim iria até o Outono. Eu dançaria mais, me divertiria mais nos carrosséis, iria pegar mais
margaridas."

Lindo não? Mas foi feito para colocar em prática. No meu caso por adorar feijão com arroz, apenas retiro o "comido menos feijão". Mas mantenho o "tomado mais sorvetes".
Um de chocolate, por favor!

Um Abraço
Danyel Sak Publicitário
danyelsak@ip.pt

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A MESCLA PERFEITA

Caros Amigos:
A mescla perfeita entre o anglo saxão e o latino. Não, não é, como um amigo meu diz "o bundão caído da enjoada jênifelópez que eles querem nos impingir como o máximo, mas que é totalmente molengão e fake".
Apesar de verdadeira a opinião dele, para não chocar, eu diria de forma politicamente
correcta: "o nadegão caído da jênifelópez".
Na verdade, a mistura perfeita entre o anglo saxão e o latino, como Dr. Pepper com uma fatiazinha de lima, Zé Carioca desenhado por Disney, Carmem Miranda em Hollywood, Mick Jagger envolvido com a deliciosa Luciana Jimenez ou Ronald Biggs in Rio é: Bebel Gilberto.
Até o nome é doce. Por isso, dêem se ao luxo de serem chics auditivamente. Preparem sua chaise longue num dia especialmente ensolarado (mas ao cair da tarde quando as sombras são longas fica mais que perfeito). Stretchem se deliciosamente, peguem o seu cálice de Dry Martini (stirred, not shaked, please!) e coloquem o CD "Tanto Tempo" da
Bebel. UAU! Chicabum, bum, bum.

Um Abraço
Danyel Sak Publicitário
danyelsak@ip.pt

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A COBRINHA

Caros Amigos:

Uma das maneiras de relaxar é olhar um pouco a televisão para espairecer. Aliás, era.
Nos acomodamos na chaise longue, ligamos a TV, procuramos o canal preferido e com um fumegante cappuccino em uma mão e um Strega na outra encontramos o canal preferido. E assim que começamos a nos alienar no programa ela se insinua: a cobrinha.
Sim, a cobrinha. E não adianta dizer que você não tem cobrinha em casa, que é um cidadão urbano com direito a piercing, filas, congestionamentos e plano mateus.
Por mais que você esperneie, você tem a sua cobrinha. E antes que me entenda mal, explico: a cobrinha é aquilo que aparece no ecrã quando o filme está em sua parte mais emocionante "........daqui a pouco.....após este filme, você irá ver se Rita vai pedir em casamento o seu chofer na novela Amanhecer em Cucamonga....não perca.....".....daqui a pouco.....após este filme, você irá ver se Rita vai pedir em casamento o seu chofer na novela Amanhecer em Cucamonga....não perca.....". E a tal cobrinha some instantaneamente. E quando você volta para olhar o ecrã, já desfeito da hipnose da cobrinha, percebe que perdeu a cena decisiva do filme que desvendava quem era o culpado.
Na verdade, no início a cobrinha aparecia raramente: apenas para anunciar notícias urgentes. E assim que ela aparecia, tudo parava: ...paaaai, sai do banho que está a aparecer uma notícia no ecrã, mãããe, pára de fritar o peixe e vem ver o que está a acontecer, deve ser muito importante".
A partir daí, quando as redes de televisão descobriram o quanto as pessoas prestavam atenção para isto, a cobrinha começou a gerar os seus filhotes: ".....veja se Paulo irá pedir em noivado a Rita no Bigbróder de hoje, daqui a pouco depois deste documentário"...ligue e concorra a uma porricleta de 3 rodas dizendo quem é o cantor misterioso", ...quer emagrecer? então não perca o programa Gordurinhas já a seguir ao Telejornal"...o convidado de logo mais no programa Sofá Indiscreto é....saiba daqui a pouco após o filme".
Então, fiquei observando as pessoas assistindo a TV e vi que elas já estão a desenvolver o olhar automático para a cobrinha: um olho fica no programa principal a acompanhar a programação e o outro fica embaixo indo da esquerda para a direita acompanhando a cobrinha passar. É algo muito estranho ver as pupilas desconexas como um robot.
Por isso, penso que daqui há alguns anos uma universidade americana irá começar a estudar estes casos e os batizará como M.F.O.S.T. (Marty Feldman Ocular Stress Television). Ou em português: S.T.O.M.F., Stress Televisivo Ocular Marty Feldman. Sim, em homenagem àquele saudoso ator americano (apenas reparem como eram os olhos dele).
O facto é que este pensamento me fez começar a mudar de canais em busca de algum que ainda não tivesse descoberto a cobrinha.
No começo deu certo, mas não por muito tempo: hoje há cobrinhas em todos os canais, de todas as cores e tamanhos.
Já não resistindo mais, abandonei a TV aberta e me refugiei na TV a Cabo (mas sem ver a CNN...e lá vem eles em inglês......Bizz Bar.....Sports Bar.....)Oh, no!
Decidi que só veria a National Geographic, People and arts....e quando ia relaxar de vez no Odisseia...TCHAM! Apareceu a cobrinha de novo. E agora inimterruptamente durante toda a programação: canal odisseia + duas horas teste de programação.... canal Odisseia + duas horas teste de programação.... canal Odisséia + duas horas teste de programação.... canal Odisseia + duas horas teste de programação.... canal Odisseia + duas horas teste de programação....
Mas que raios "teste de programação"?? Se apenas repetem a programação do Odisséia no Discovery que eles eliminaram? Penso isso sim, que é um teste para a introdução das cobrinhas nos canais dos bichos. Assim, enquanto estivermos vendo aquela aranha asquerosa com sua baba asquerosa começar a devorar um outro bichão peludão e asqueroso (estas cenas sempre acontecem na hora do jantar e quando estamos a dar a primeira garfada de nosso prato favorito) a tal cobrinha aparecerá..... "quer concorrer a uma viagem à terra das aranhas asquerosas e os bichos peludões? Então escreva para....." E acabou se o nosso sossego.
OK, OK, mas pode ser que você ache tudo isso um exagero e goste das cobrinhas. Tudo bem, no problem. Para si tenho uma palavra maravilhosa: Bloomberg!

Um Abraço
Danyel Sak Publicitário
danyelsak@ip.pt

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MÃOS NA MASSA

Caros Amigos:

Normalmente adquiria uma massa vendida por aqui para fazer um quitute brasileiro.Ocorre que há pouco, quando fui comprá la, ela já não era mais vendida.
Depois de um brevíssimo e pequeníssimo espanto, resolvi colocar literalmente as mãos na massa.
Procurei por todos os lados e acabei encontrando a tal receita via net.
Quando reuní todos os ingredientes, fui para a fase "Modo de Fazer".
Fiz conforme as instruções e quando ia usar o pau de macarrão.....a massa não tinha aquela consistência como a massa que adquiria pronta.
O que ocorre, é que as receitas de massas tem pouquíssimas variações. As equações que entram nela invariavelmente são:
Obrigatórios:
1. Farinha
2. Água
3. Tempo de descando da massa
4. Temperatura do forno
Os demais ingredientes são opcionais, dependendo da receita: Fermento de Padeiro ou
Fleishmann, Ovos, Óleo (ou Azeite ou Margarina).
Com apenas a combinação e recombinação dos primeiros 4 ingredientes é possível fazer
uma infinidade de massas.
Parei e pensei porque a massa nao estava totalmente igual. Analisei cuidadosamente todos os detalhes da operação: ingredientes, modo de fazer, feitura, medidas, mãos
limpas, pau de macarrão, música ambiente, etc.
E concluí que o problema era a água. Só a água? Sim, apenas a água.
A água por aqui, como sabem, é dura, contém mais calcário que em outros países.
Neste caso, para solucionar, tive que contrabalançar e adicionar mais água. Apenas isso.
Sim, deu trabalho, mas a massa acabou saindo perfeita e deliciosa.
Na verdade, isso ocorre muito comumente em publicidade. A água dura? Não: o
contrabalanço.
O briefing vem do Cliente (Ingredientes) e faz se o trabalho às vezes sem analisar
pormenorizadamente algumas condições que poderão desestabilizar o que vamos criar.
O trabalho é executado sem pesar este factor (água dura) e quando vai ao Cliente,
volta dizendo que "não era isso o que respondia ao briefing" (a massa ficou diferente).
Assim, na primeira vez que o briefing volta, temos que ponderar e ver o que está a impedir o ponto correcto da massa (equilibrar a água dura) e colocar as mãos na massa para conseguirmos o sucesso que queremos.
Mas ao invés disso, por vezes, o Cliente começa a receber variações do briefing original que contém criações diferentes. Isso descaracteriza o briefing e o torna mais confuso (ingredientes que não constavam na massa original e por isso mesmo a vão descaracterizando pouco a pouco).
E por fim, algumas vezes resolve se fazer qualquer coisa para a campanha ser aprovada. Não podemos cair nesta armadilha criada por nós mesmos: temos que ter em mente que o importante é colocarmos em práctica o contrabalanço para assim re equilibrarmos o briefing original. E triunfarmos.
O que eu quero dizer com tudo isso? Bem, no momento pensem calmamente enquanto eu faço a digestão e escolho a sobremesa.

Um Abraço

Danyel Sak Publicitário
danyelsak@ip.pt

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OS DOIS PAPELINHOS

Caros Amigos:

Nesta época de Natal e Fim de Ano, com todos a correr e ocupados a fazer as suas compras e cumprimentos, vou contar uma história de uma receita que escutei há muitos e muitos anos atrás. Assim, se tivermos dúvidas de como nos devemos sentir e agir, basta usar dois papelinhos:

INGREDIENTES:
Pegue uma folha de papel e recorte com ela dois quadradinhos pequeninos. E em cada uma delas, escreva uma frase. A seguir, coloque um papelinho no bolso esquerdo e outro no direito.

MODO DE FAZER:
Se ao acordarmos, o mundo e as pessoas não nos tratarem dignamente, com respeito e educação, apenas coloque a mão no bolso esquerdo, tire o primeiro papelinho e leia o que está escrito:

"Eu também sou filho de Deus".

Mas, se num desses dias, acordarmos com arrogância e não tratarmos as pessoas como elas devem ser tratadas, coloque a mão no bolso direito e leia o outro papelinho:

"Eu vim do pó e ao pó voltarei".

O grande exercício não consiste apenas em ler: consiste em recordar se ao longo dos 365 dias do ano de 2003. Tentem, funciona. :)
Um Abraço e um Natal e Ano Novo Maravilhosos e cheios de Saúde.

Danyel Sak Publicitário
vansaak@ip.pt

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O CONTÁGIO.

Caros amigos:

Tudo contagia: bom humor contagia, mau humor contagia, profissionalismo contagia, amadorismo contagia. Isto é líquido, certo e provado. É como bocejo: se alguém bocejar, imediatamente outro ao lado abre a boca.
Exatamente por isso, os excelentes times de futebol, as melhores agências de publicicidade, os melhores atores em geral, restaurantes de classe internacional, empresas memoráveis, funcionam na base do contágio, da motivação, e claro, do profissionalismo.
Claro, porque antes de sentir o contágio você precisa ter feito a lição de casa: ser um profissional (de verdade, please). Porque senão, o contágio não funciona. Ou melhor: acaba funcionando ao contário, um contagia o outro a descontagiar. E então entra se num círculo vicioso de descontágio. Não, não adianta um profissional que queira contagiar cercado de não profissionais.
Exactamente por isso, agências de publicidade, times de futebol, empresas, etc., aparecem e desaparecem.
Se eu já fui contagiado? Se já senti o contágio? Claro, inúmeras vezes, graças a Deus. É inebriante: cria se por telepatia.
E senti o descontágio também; porque no fundo são as duas faces de uma mesma moeda.
Quando ocorre o contágio profissional, é como incendio na floresta: se espalha como um raio, as forças começam a se aglutinar, as pessoas certas aparecem para preencher
os lugares certos. Ou melhor: os lugares é que estão esperando as pessoas impacientemente.
E a partir daí, tudo começa a dar certo: o trabalho a fluir, o dinheiro, o prazer, as coisas a acontecer, uma avalanche profissional.
Onde ocorrerá o próximo contágio? (mas falo do verdadeiro, não os do tipo fogos de
artifício: falo daquele que não necessita palavras, apenas o sentimos e sabemos que
ele está a ocorrer). Bem, isso é praticamente impossível de saber. Se é que um dia
ocorrerá. Sim, uma Minneapolis não ocorre da noite para o dia. São pequenos milagres
profissionais quase imperceptíveis que juntam se no tempo e no espaço e, quando
vemos, já está a acontecer.
Mas uma coisa é certa: sem motivação e profissionalismo, nada feito.

Um Abraço
Danyel Sak Publicitário
vansaak@ip.pt

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A CONFRARIA.

Caros Amigos:

Quando se pensa em prazer, pensa se quase sempre em coisas grandiosas, caras.
Penso que temos esta atitude porque são coisas inaccessíveis e então, ficamos a sonhar em quem sabe possuí las um dia.
Mas enquanto isso, o dia a dia vai passando e acho que não é justo deixar este hiato
de tempo entre uma coisa inaccessível que conquistámos e outra que iremos conquistar.
O melhor remédio para isso, é olharmos o que está à nossa volta. Começar a dar valor
às pequenas coisas do dia a dia e não deixar que automatizemos o seu prazer.
Se fizermos isso, vamos recordar o primeiro gole de cerveja, quase a evaporar pela
garganta no dia mais quente do Verão, como um verdadeiro prazer. E um abraço
afectuoso de uma pessoa que não vemos há tempos, torna se mais emocionante que todos os filmes de romance que já vimos até hoje.
E os pratos que consideramos banais, passam a ser degustados para serem sentidos em
seu total sabor.
Pois neste capítulo da deliciosa simplicidade culinária, incluo algo verdadeiramente
imbatível. O bacalhau? O vinho? O pastel de Belém? Os travesseiros de Sintra? A Francesinha? Sim, são verdadeiramente únicos.
Mas, me refiro às Torradas com manteiga. É; aquelas que encontramos em qualquer
cafetaria, mas por estarem presentes no nosso dia a dia, alguns nem as notam.
A verdade, é que até hoje não consegui encontrar Torradas tão insuperáveis como estas
fora de Portugal: elas são únicas.
Por isso, cada vez que recebo uma pessoa de fora, a Torrada com manteiga da
cafetaria, certamente consta na ementa oficial. Aliás, elas deveriam constar nos
guias turísticos: se o escargot consta, porque não a Torrada?
Olhe, não sei quem a inventou, mas merecia uma estátua em praça pública. Ou melhor,
dentro de cada cafetaria (contanto que não provocasse o tal acotovelamento entre uma
mesinha e outra).
Para começar, elas são padronizadas. Quem é que as padronizou? Não sei, mas são duas fatias: uma em cima, outra embaixo e cortadas sempre em tres pedaços cada uma.
Perfeito.
Já a sua cor dourada solar com esporádicos traços castanhos aqui e acolá são
vangoguianas.
Agora prestem atenção na manteiga que escorre lentamente e que se entranha pouco a
pouco no interior de cada uma delas e nos sulcos que as separam.
E reparem, que cada uma das fatias tem a sua particularidade: as laterais com aquela
casquinha castanha são menos molhadas mas mais crocantes.
Já as torradas centrais são mais fofas e molhadinhas (e por favor, se alguém
mencionar agora a palavra colesterol, fica já de castigo comendo margarina às
colheradas).
Quanto ao modo de degustar, todos os experts fazem no na mesma ordem: primeiro as
laterais e só depois, e lentamente, as centrais. E quando degustam as partes
centrais, sabem que o cuidado deve ser redobrado, pois o risco de se partirem e
sujarem a roupa de manteiga é muito grande.
Aliás, este risco, este stress da quebra da Torrada central, também faz parte do
ritual, pois só de pensar que de repente apareça diante de nós de uma daquelas
senhoras dos filmes de sabão em pó, nos faz ter um cuidado redobrado ao manuseá la.
E por ser um prato nacional, penso que deveríamos fazer urgentemente uma Confraria da Torrada (à semelhança das dos vinhos).
Mas ao invés dos provadores aqueles colares com os pratinhos de prata deveríamos
utilizar o pratinho da Torrada, mas claro, elaborado em porcelana com o nome da
Confraria gravado.
E nada das roupas de veludo que as confrarias de vinho usam. Não. Por tratar se de
uma iguaria matinal, deveríamos usar um traje que combinasse: roupas de dormir muito
bem cortadas, com padronagens exclusivas e de tecidos nobres.
Claro que eles iriam variar conforme a estação do ano: no Outono/Inverno os homens de pijama e as mulheres de camisa de noite.
E na Primavera/Verão os homens de conjunto t shirt bermuda e as mulheres de
baby doll.
Quando finalmente acabámos de resolver toda a intrincada questão da Confraria da
Torradas, reparamos que lá se foi a sexta fatiazinha da Torrada. E ao reparamos nas
manchinhas de manteiga que salpicam o guardanapo sobre o pratinho, só conseguimos
pensar em uma coisa: uau, amanhã há mais!

Um Abraço
Danyel Sak Publicitário
vansaak@ip.pt

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E JÁ AGORA.

Caros amigos:

Eu tenho um problema. Na verdade todos nós temos um grande problema. Trata se do monstro do "...E já agora...". Sim, claro, você cresceu ouvindo falar dele e quem sabe nem se deu conta de quão pernicioso ele é na sua vida.
Como comprovei, o "...E já agora..." é invencível: seja na Pastelaria, Correios, Repartições Públicas e principalmente ao telefone.
Uma pessoa normalmente fala uma média de 4 minutos (já computada a frase super hit
"já estou à caminho"). Mas, se no finalzinho da conversa pronunciar o "...E já
agora...", falará mais 42 minutos. No mínimo.
Não, não adianta lutar com o "...E já agora...": ele ataca todas as pessoas, independentemente de idade, sexo, profissão ou quem tem a tara dos logotipos pequenos. A única solução é pura e simplesmente a fuga. Por exemplo:
O senhor à sua frente na pastelaria veio só comprar 5 carcaças. Ele chega, fala bom
dia e faz o seu pedido: "Por favor, cinco carcaças".
E logo a seguir, quem chega? Você, é claro, que está esbaforido e atrasadíssimo para
o trabalho. Mas, imediatamente se acalma ao ver que o senhor à sua frente já pediu as
5 carcaças e logo estará despachado.
A empregada de balcão entrega as 5 carcaças ao senhor, ele tira do bolso as
moedinhas, estende a mão para pagar e quando você está a rejubilar se de
contentamento por ser o próximo, ele fala as tais palavras: "...E já agora...".
A partir daí, o monstro está vivo, salve se quem puder! E se você for como eu, estará
saindo para outra pastelaria.
Imediatamente, o senhor das 5 carcacinhas, olhará de modo blasè para um queque e dirá "...E já agora....gostaria de uns 2 queques.
Você pensa "bem, só mais um minutinho e eu sou o próximo".
A empregada de balcão apanha os queques e os embrulha e o senhor volta à carga ...E
já agora...uns sortidos húngaros (você sabe, aqueles biscoitos amarelinhos de vários
formatos).
A empregada de balcão pergunta:
Em qual caixinha?
Bem.....esta pequena....hum...não média....ah....naquela maior!
E enquanto ela vai armando a tal caixinha de cartão branco, você nota que o seu
pesadelo apenas começou.
O senhor vai escolhendo calmamente entre as centenas de formatos de biscoitos, e você
conclui que o tal pasteleiro húngaro que inventou estes milhares de modelinhos de
biscoitos, deveria ser parente do Marquês de Sade. E interrompe o pensamento quando
nota um burburinho cada vez mais alto.
Olha para trás e vê que já formou se uma multidão atrás de si. A sua senha é 45, mas
você nota que já estão a tirar senhas acima do 423.
E que o sujeito ao seu lado já é o chefe do mercado negro de revenda de senhas.
Enquanto isso, uma multidão entra pela porta da pastelaria: são dezenas de pessoas da
fila da Segurança Social que foram atraídas para a fila da Pastelaria por ela ser
"menor".
Enquanto isso, o senhor das 5 carcacinhas continua impassível, com a maior calma do
mundo a escolher o seu sortido:
Não....não....este não, tire estes da caixinha e coloque os de volta. Sim, um
pouquinho mais daquele.
A empregada de balcão vai até o outro lado e pergunta: este?
Quando ela pega o tal modelo de biscoito, o senhor muda de opinião novamente e
prefere o redondinho "para dar sorte".
Já se passaram duas horas, e você que estava atrasadíssimo fala para você mesmo "Ah,
não, agora é que não vou sair!! Vou ficar só de birra!"
Nisto, ouvindo a tal palavra, surge um casal de turistas italianos, que devido ao
total apertamento não podem nem sequer gesticular e apenas levantam a senha entre a
multidão para gritar "Birra???? Birra???? Mio nome é Cristiano, e il numero 532 e la nostra senha!!!! Cinquina!!"
Impassível, o senhor das 5 carcacinhas já escolheu o que queria e claro, pede para a
empregada de balcão fazer um embrulho para presente, pois "nunca se sabe".
Mas nunca se sabe o quê???? O quê????
A empregada de balcão acaba de fazer o "embrulho para presente nunca se sabe" e
entrega a ele. Que leva mais 10 minutos a fazer a conversão Euros Escudos. Estende as
notas e quando vai pagar, recua e fala...e já agora...gostava de 3 daqueles chocolates e 1 Chupa Chups.
Meu senhor, só tenho 2 chocolates, o outro vou ter que ir buscar lá dentro.
Muito bem minha senhora, fique à vontade.
À vontade? Isso é que ela não vai ficar mesmo, pois além de ter que embrenhar se na
multidão, ouve ao longe o senhor:
E já agora...se a senhora puder apanhar mais dois folheados, eu agradeço.
A senhora volta remando na multidão e quando novamente está em seu posto, verifica que as contas deverão ser refeitas.
O senhor das 5 carcacinhas não se importa e diz "não há problema...e já agora, vou
pagar com cheque".
E quando o senhor finalmente prepara se para ir embora com as 5 carcacinhas e todo o
seu "...E já agora..." que acabou por comprar, você simplesmente desiste de ir
trabalhar e fala para ele:
....E já agora avô, quer que eu o ajude a segurar os pacotes?

Um Abraço

Danyel Sak Publicitário
vansaak@ip.pt

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HBG ACP BBF CCL ou BCL COM NTS?

Caros amigos:

BVD MNA NVA PGN. ETR STS AVT. EST SMN CMT SBR LEI DAS TRS LTN:
PRG QUE NGM SBE ODE CMÇ NEM ODE TMA.*
Enquanto estava a fazer os estudos para um quadro, fiquei a pensar que num futuro muito breve estaremos escrevendo como escrevi acima: é a Lei das Tres Letrinhas.
Mas quem inventou isso? Bem, penso que o mesmo grupo de pessoas secretas que determinam o comprimento das saias este ano, a largura das gravatas e quais os canais da TV Cabo que eles colocam e tiram sem avisar nos.
Pelo que me lembro, por aqui elas começaram há anos muito timidamente com a RTP. Mas realmente chegaram em força com os bancos.
Assim, de uma hora para outra, o Banco Comercial Portugues passou a ser o BCP, o Banco de Comércio e Indústria passou a ser o BCI, o Crédito Predial Portugues passou a ser CPP e o Banco Espírito Santo Comercial de Lisboa passou a ser BESCL.
Mas, imagino que posteriormente alguma entidade que regula esta tal coisa da Lei das Tres Letrinhas (LTL) deve ter advertido este banco:

Olhe, senhores, não podemos admitir isso.
Mas o que? Algum depósito obscuro off shore de um cliente
nosso?
Nada disso, muito pior!
Algum vazamento de informação privilegiada em Bolsa?
Não, muito mais grave.
Então o que? Por favor, diga nos pois temos que manter a nossacredibilidade perante o mercado.
Os senhores infringiram a Lei das Tres Letrinhas (LTL). Ouseja, o vosso banco agora é conhecido como BESCL e isso não pode ficar assim pois causaria alguma desestabilização. Portanto terão que dispensar o Comercial e Lisboa: tentem vendê lo em leilão ou então para empresas que tenham somente uma ou duas letrinhas e estejam com dificuldades em adquirir mais.

E a partir daí tome SIC, GNT, CNN, BBC, DVD, CCB, PPR, PRP e a coisa se alatrou até o mundo da moda: Chevignon passou a ser CHE, Mango passou a ser MNG, Springfield é SPF, Salsa agora é SLS. Com o tempo, a coisa começaria a se estender tanto que surgiriam escolas especiais para ensinar à população o novo alfabeto.
E como material didáctico para o primeiro ano primário, todas teriam que portar o telemóvel para aprender o be a bá mandando mensagens escritas.
Parte da Constituição teria que ser reescrita comunicando que a partir de agora tudo deveria estar sob a Lei das Tres Letrinhas.
E portanto, para serem re modernizadas, teríamos que retirar o Air Portugal e o PT e voltarmos a colocar TAP e no caso da PT poderia ficar PTC e estamos conversados..
Já o RSVP já não existiria mais, o WC poderia mudar para WTC. Mas logo teríamos que mudar esta denominação pois toda a gente pensaria que as estamos a mandar para o World Trade Center. Então ficaríamos mesmo com CDB (Casa de Banho).
Com toda esta onda de modernidade, o telégrafo voltaria em nova versão, agora totalmente cheinha de efeitos especiais e letrinhas digitais.
Já os gagos e fanhos, que foram durante séculos espezinhados pelo mundo afora, seriam respeitados como devem ser e nunca mais necessitariam de preocupar se: agora seriam imitados e surgiriam cursos de, claro MBA em dicção tartamuda.
Os cartórios também teriam que adapta se aos novos tempos e reduzir os nomes:

Olá, MDL (Maria de Lurdes), eu sou o JDS (João da Silva) vamos
ver um DVD e depois comermos um HBG ACP BBF CCL (hamgurger
acompanhado de batatas fritas e Coca Cola)....?

Olhe JDS, prefiro um bom BCL COM NTS VNT (bacalhau com natas e
vinho tinto) e depois um CNM (cinema).

E assim, com o tempo as pessoas começariam a ficar mais folgadas que cueca de velho (CDV) e todos aqueles palavrões cabeludos seriam reduzidos às tres letrinhas: EAM (é a mãe), VTU (vai tú),
EPQ (és parvo ou o que?), e PAV (e por aí vai).
Mas quem ganhou mais com tudo isso foram os economistas. Porque antes da LTL, se alguém dentro de uma sala lotada de pessoas, falasse em alto e bom som que "iria soltar uma OPA", todos sairiam correndo com os narizes tapados. Não iria sobrar uma.

UBÇ (um abraço)

DNL SAK PBT (publicitário)

*(tradução do título para quem ainda está out of fashion): BEM
VINDOS À MINHA NOVA PÁGINA. ENTREM E SINTAM SE A VONTADE. ESTA
SEMANA COMENTO SOBRE A LEI DAS TRES LETRINHAS: PRAGA QUE NINGUÉM
SABE ONDE COMEÇOU, NEM COMO TERMINARÁ.

vansaak@ip.pt

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