Pablo Neruda
BIOGRAFIA
 

 

Neftalí Ricardo Reyes (Pablo Neruda), nasceu no Parral (Chile) em 1904. O nome Pablo Neruda, que adoptou como escritor, tornou se o seu nome oficial em 1946. Considerado um dos maiores poetas do século XX, os seus primeiros trabalhos literários foram publicados na cidade de Temuco. As poesias da sua primeira fase são inspiradas numa angústia excessivamente romântica. Passou também por uma fase surrealista. Em 1921 foi para Santiago, continuar os estudos como professor de francês, e ganhou o primeiro prémio literário. Aí, publicou o seu primeiro livro, "Crepusculario". Pós modernista e neo romântico, Crespusculario tem este nome porque Neruda escreveu a maioria dos poemas em frente à janela de sua pensão, na rua Maruri, sempre ao cair da tarde, quando o céu se incendiava em belíssimos crepúsculos. Livro de temas amorosos, Crepusculario concedeu a Neruda o "Premio Lenin", em 1953, e o Prémio Nobel de Literatura, em 1971.
Em 1924 publicou por "Veinte Poemas de Amor y una Cancion Desesperada", sua obra mais conhecida e dos mais belos de poemas de amor já escritos. Em 1927 foi nomeado Cônsul em Rangún (Birmânia), tendo ido depois para Colombo (Ceilão) e para Batavia (Java) e finalmente, Singapura.
Passados cinco anos, regressou ao Chile, onde escreveu "Residencia en la Terra" e, em 1933 "El Hondero Entusiasta". Em 1934 tornou se cônsul em Barcelona e em 1935 foi transferido para Madrid.
Com a guerra civil espanhola foi para Paris e escreveu "España en el Corazón", seguida em 1939 por "Las Furias y las Penas". Em 1940 foi nomeado cônsul geral no México, onde ficou até 1943. Regressando ao Chile, recebeu
em 1945, o "Prémio Nacional de Literatura".
Neruda, marxista e revolucionário, tendo sido no início, a voz angustiada da República Espanhola e depois, das revoluções latino americanas, pelo facto de participar activamente em actividades políticas e pelo facto do Partido Comunista, ao qual pertencia, ter sido declarado ilegal, teve que sair do Chile. Em 1950, no México, publicou "Canto General". Depois de passar pelo México, pela França e pela Itália, voltou ao Chile em 1952. A seguir publicou "Odas Elementales" e "Las Uvas y el Viento". A partir daí passou a proferir diversas palestras pelo mundo, tendo publicad, em 1956 "Nuevas Odas Elementales" e "El Gran Oceano". Em 1957 "Tercer Libro de Odas", em 1958 "Navegaciones y Regreso", em 1959 "Cien Sonetos de Amor", em 1960 "Cancion de Gesta", em 1961 "Las Piedras de Chile" e "Cantos Ceremoniales", e em 1962 "Plenos Poderes". Em 1964 publicou "Memorial de Isla Negra", seguida de "Arte de Pajaros", em 1966, "Las Manos del Dia" em 1968, "Fin del Mundo" e "Aun", em 1969. Em 1969 foi indicado pré candidato à presidência do Chile, (que não chegou a concretizar se) e publicou em 1970 "La Espada Encendida" e "Las Piedras del Cielo". Ainda em 1970, foi designado embaixador na França, recebendo em 21 de Outubro de 1971, o "Prémio Nobel da Literatura". Esteve várias vezes no Brasil, e numa delas, declamou poemas seus perante uma enorme multidão concentrada no estádio do Pacaembu, em São Paulo. Em 23 de Setembro de 1973, sucumbiu à doença e, certamente, à amargura do golpe de estado vitorioso de Pinochet contra o governo de Salvador Allende.
Diplomata, exilado, político ou aventureiro curioso, viajou por países como o Ceilão, Índia, China, União Soviética, França, Itália e até o Brasil.
Atravessou os Andes a cavalo como fugitivo, percorreu a América Latina, socorreu refugiados durante a Guerra Civil Espanhola e foi amigo de grandes nomes das literatura latina como Jorge Amado, Vinícius de Moraes, Gabriela Mistral, Rafael Alberti e Federico Garcia Lorca. Humanista, democrata e ferrenho defensor da paz, Neruda foi uma personalidade carismática e popular, tendo pessoalmente recitado os seus versos pelos mais recônditos extremos do Chile, ora dirigindo se aos operários de pequenas fábricas, ora a multidões que, magnetizadas pelo seu carisma, chegaram a lotar o Estádio Nacional de Santiago para ouvi lo.
Faleceu em Santiago, em 1973.
Principais obras: "A canção da festa" (1921), "Crepusculário" (1923), Vinte poemas de amor e uma canção desesperada" (1924), "Tentativa do homem infinito" (1925), "Residência na terra" [vol. I, 1931; vol.II, 1935; vol.III,1939, que inclui "Espanha no coração" (1936 1937)], "Ode a Stalingrado" (1942), "Terceira residência" (1947), "Canto geral" (1950), "Odes elementares" (1954), "Navegações e retornos" (1959), "Cem Sonetos de Amor" (1959), "Canção de gesta" (1960), "Ensaios" (Memorial da ilha negra, 1964) e a peça teatral "Esplendor e morte de Joaquín Murieta" (1967).
Em 1974, foi publicado o volume autobiográfico "Confesso que vivi".