
Georg Trakl, um dos vultos do expressionismo alemão, nasceu em Salzburgo, Áustria, em 1887, onde passou a infância.
Seguiu a carreira de Farmácia, depois de ter feito um estágio de três anos em Viena. Mais tarde, ingressou nos serviços farmacêuticos do exército.
Entre 1912 e 1914 viveu a maior parte do tempo em Innsbruck, em casa do seu amigo Ludwig von Ficker.
Após a batalha de Grodek, em 1914, na Galícia, foi entregue com outros feridos graves do exército num celeiro, ao cuidado de um tenente quase sem remédios que pouco podia fazer. Do lado de fora, os desertores eram enforcados e dentro do celeiro, depois de um dos feridos se ter suicidado com um disparo, na sua presença, Georg Trakl tentou também suicidar se, sem êxito. Foi internado no hospital de Cracóvia, onde veio a falecer em Novembro do mesmo ano, com 27 anos, alegadamente depois de ter ingerido uma fortíssima dose de cocaína.
Na verdade, a sua vida limitou se apenas a duas coisas: à droga e à poesia. A sua poesia, de declínios e ocasos, de desintegração e ruínas, de decomposição e morte, era uma poesia dolorosamente imbuída da doença do mundo em seu redor, descrente de qualquer cura e nostálgica de um tempo inconcebivelmente remoto.
Trakl considerava se apenas semi nascido. O suicídio servira menos para matá lo do que para abortar o seu completo nascimento. Tratava se, portanto, da consumação natural da nostalgia dos seus poemas sob a forma de um derradeiro mergulho amniótico no antes não depois da vida, do pecado e da queda. Trakl teve uma vida conturbada e profundamente amargurada. Os seus primeiros contactos poéticos foram com Rimbaud, Baudelaire (através da tradução de K.L. Ammer) e Dostoievski.
Georg Trakl era reconhecido por pessoas tão diferentes quanto os filósofos Wittgenstein, (que apesar de o admirar, dizia não o compreender), e Heidegger, que procurou decifrar a sua "ambígua ambiguidade".
Tornou se, através dos poemas escritos, sobretudo nos seus dois últimos anos, um dos maiores expressionistas e um poeta de excepção que, estabelecendo o nexo entre a loucura de Hölderlin e o desespero de Paul Celan, tem sido um poeta de culto para um sem número de leitores devotos.
Obras (Poesia): "Poemas",1913; "Sebastião no Sono", 1915.
