Georg Heym nasceu em 1887, em Hirschberg, na Alemanha. Filho de um advogado militar, Heym cresceu num ambiente familiar burguês e intelectualmente "fechado", o que cedo o levou a desentendimentos com os pais.
Passou a sua infância e parte da juventude em Berlim. Entre 1905 e 1909 estudou no Liceu de Neuruppin. Entre 1907 e e 1910 estudou Direito em Würzburg e Berlim. Em Julho de 1910 fez a sua primeira leitura no Cabré Neopatético, de Kurt Hiller. Em Outubro do mesmo ano publicou o primeiro poema no Herold e em Novembro, no Demokrat.
Georg Heym, na sua escrita, retratava a cidade dos miseráveis, doentes e pedintes, dos hospitais repletos, das vielas de fome e miséria, das crianças maltratadas e negligenciadas. Heym era um visionário do terror e do grotesco, colado a Poe e a Baudelaire.
Georg Heym, nascido nas duas últimas décadas do séc. XIX na Alemanha, cresceu acompanhando sempre esse "mal estar" geracional e civilizacional inerente a todos os finais de século. Foi, pois, intensa e perturbada a sua curta existência: a sua única obra conhecida era um caderno manuscrito intitulado "A Autópsia e outros pequenos contos". Escrita aos 24 anos, procurou desesperadamente durante um ano uma editora para a sua obra, tendo o seu manuscrito sido recusado por todas as grandes editoras da Alemanha da época. Quando já se encontrava prestes a desistir, uma pequena editora ofereceu se para lhe imprimir uma edição reduzida de exemplares.
Ignorado por todos durante décadas, só há poucos anos começou a ser reabilitado pela intelectualidade alemã. Seguiram se as primeiras grandes edições e a aclamação da crítica como obra prima do nihilismo literário deste século (salientando lhe a terrífica conciliação do macabro com o humano, da lírica mais poética com a descrição mais cruel das realidades quotidianas).
Faleceu em Janeiro de 1912, com 25 anos, afogado no rio Havel, existindo duas versões sobre as causas da sua morte. Uma é a de que se suicidou, atirando se da ponte para o rio congelado, outra é a de que tenha morrido acidentalmente, juntamente com o seu amigo Ernst Balcke, enquanto praticavam patinagem no gelo.
Alguma bibliografia:
"Der Athener Ausfahrt" (A saída para Atenas) Drama; 1907
"Der Feldzug nach Sizilien" (Atalho para a Sicília) Drama; 1907/10
"Spartacus" Drama; 1908
"Die Revolution" (A Revolução) Drama; 1908
"Catilina" Drama; 1908
"Versuch einer neuen Religion" (Tentativa para uma nova Religião) Ensaio; 1909
"Die Hochzeit des Bartolomeo Ruggieri" (O Casamento de Bartolomeo Ruggieri) Drama; 1909
"Grifone" (Grifos) Drama; 1909
"Atalanta oder die Angst" (Atalanta ou o Medo) Drama; 1910
"Der ewige Tag" (O Dia Eterno) Poesia; 1911
"Eine Fratze" (Uma Careta) Prosa; 1911
"Dissertation über den Freiherrn von Stein" (Dissertações sobre Freiherrn von Stein) versos escolhidos; 1911
"Der Dieb" (O Ladrão) Romance; 1911/13
"Über Genie und Staat" (Àcerca do Génio e do Estado) Ensaio; 1912
"Zu den Wahlen" (Para a Montanha) Ensaio; 1912
"Umbra Vitae" Poema póstumo; 1912
"Gedichte aus dem Nachlaß" (Poema de Nachlaß) Poesia
"Tagebücher" (Diários)
"Meine Traüme" (Os meus sonhos)
"Briefe" (Carta)