Alexandre O'Neill
BIOGRAFIA
 


Alexandre Manuel Vahia de Castro O'Neill de Bulhões, nasceu em Lisboa em
1924.
Em 1948, Alexandre O'Neill, juntamente com Mário Cesariny, António Pedro, Vespeiro e José Augusto França, lançam se na aventura do surrealismo. Este movimento, fruto da sua época, surgia como provocação ao regime político vigente, e à poesia neo realista.
Em 1950 O'Neill decide se pelo abandono polémico do Movimento Surrealista, expressando desta forma o seu desagrado pelo rumo simulado e decadente em que o surrealismo mergulhara. O poeta nunca foi muito de regimentos, e o surrealismo tinha algo de disciplina ideológica. Contudo, a sua poesia conservou traços surrealistas.
Colabora ainda com " Os Dissidentes " numa exposição.
O'Neill, à semelhança de muitos artistas portugueses não pôde viver da sua arte. Afirmava "viver de versos e sobreviver da publicidade".
A publicidade foi a maneira menos trabalhosa de ganhar o sustento que Alexandre O'Neill encontrou. Esta é uma área que requer destreza e à vontade com as palavras, e nesse campo o Poeta sentia se como peixe na água. Porém, Alexandre não criou nenhum vínculo afectivo com esta profissão. Criou algumas frases publcitárias que ficaram na memória, como "Boch é Bom" e esse outro slogan, que é já provérbio, "Há mar e mar, há ir e voltar". A publicidade deu lhe o conforto económico de que necessitava, mas sempre que se enfastiava mudava de patrão e agência publicitária!
Vasto foi o seu currículo, onde constam diversas colaborações para jornais, revistas e televisão.
Fez da pátria o seu tema mais constante, e do verso crítico o pincel com que pintou paisagens, gestos e costumes quotidianos.
Transbordante de sonhos, sedento de realidades submersas, foi em vida, e é em morte, incompreendido e votado ao esquecimento. Esse terá sido o preço que pagou por se ter recusado diluir numa qualquer poesia do populismo fácil.
Faleceu em 1986.
Biografia:
"A Ampola Miraculosa", Cadernos Surrealistas, 1948
"Tempo de Fantasmas", Cadernos de Poesia, Lisboa, 1951
"No Reino da Dinamarca", Guimarães, Lisboa, 1958
"Abandono Vigiado", Guimarães, Lisboa,1960
"Poemas com Endereço", Morais, Lisboa, 1962
"Feira Cabisbaixa", Ulisseia, Lisboa, 1965
"Portogallo mio rimorso", Einaudi, Torino, 1966
"De Ombro na Ombreira", Dom Quixote, Lisboa, 1969
"As Andorinhas não têm Restaurante", Dom Quixote, Lisboa, 1970
"Jovens, Nova Fronteira", Futura, Lisboa, 1971
"Entre a Cortina e a Vidraça", Estúdios Cor, Lisboa, 1972
"A Saca de Orelhas", Sá da Costa, Lisboa, 1979
"As Horas já de Números Vestidas", 1981
"Dezanove Poemas", 1983
"Uma Coisa em Forma de Assim", Presença, Lisboa, 1985