por Artur Tomé

 


40 - Das vida antes  e depois

Estou a escrever este texto e a ouvir a respiração de um homem que morreu na década de 60.
Se dissesse que  a respiração era de um familiar, a maioria dos leitores recomendar-me-ia  uma consulta psiquiátrica urgente
Mas se disser que o  homem se chama John Coltrane, toda a gente acha muito natural. Claro que estou a ouvir uma gravação dele em CD.
O nosso organismo tem vários tipos de gravações , com gigas de informação, desde o ADN com  memórias de toda a escala evolutiva que nos trouxe até aqui, até à nossa própria consciência, com memórias fetais, do parto, da infância,  etc.
É pensando em tudo isto que sempre achei simplistas as histórias de almas do outro mundo ou reencarnações.  

Paul Edward no People+Arts

Dito isto, convido-vos a ligar  o People+Arts, amanhã, 2ª feira, às 22.30h para verem o programa de John Edward.
Aparentemente, Jonh recebe mensagens do “Além” para pessoas que se encontram na assistência . A primeira vez que vi John Edward na televisão conclui estar perante um novo David Copperfield com uma curiosa variante de ilusionismo teatral. À segunda vez, irritei-me  com o ritmo da sua fala - este é que é a autêntica picareta falante, não é o Guterres. Mas o que também irrita é que nenhuma explicação racional para os truques se aguenta de pé por muito tempo. Vê-lo e ouvi-lo faz recordar também um pouco os programas de Uri Geller. O mesmo domínio do palco e da comunicação, a mesma auto-confiança e dinamismo que transmite a tudo o que faz e o constante martelar do “ Mas como é que o gajo faz aquilo?!”
Mas como estou a convidar o leitor a ver o programa, não quero condicionar a sua opinião para já. Voltaremos a este assunto proximamente.

 Brian Weiss em Lisboa

O Dr. Brian Weiss vem a Lisboa lançar mais um dos seus livros e dar uma conferência pública. Pessoalmente, faz parte de uma onda de autores de best-sellers new age por quem tenho um ódio de estimação. Brain Weiss é um psiquiatra com curriculo profissional respeitável que se especializou em regressão por hipnose. Regressão à infância, às memórias fetais e… a memórias de vidas anteriores. E escreve livros com relato dos casos que assiste.
O problema não está nos relatos, que admito que estejam correcta e honestamente transcritos. O que me bule com os nervos é a linguagem delicodoce e light com que o livro é trabalhado. A fazer lembrar uma dessas águas com sabor a fruta.
Mas é  um problema meu, deixem lá. Para os interessados, aqui ficam as dicas:

Apresentação do livro “Muitos Corpos, Uma Só Alma” e sessão de autógrafos
Dia 9 de Setembro pelas 19:00 horas
Auditório FNAC - Centro Comercial Colombo - Lisboa
(Entrada livre)

Seminário com o Dr. Brian Weiss:
Muitos Corpos, Uma Só Alma
(capacidade limitada)
Dia 11 de Setembro, das 14:00 às 19:00 horas
Hotel Sheraton - Rua Latino Coelho, 1 - Lisboa
Inscrições e informações:
Ana Mayer - Certame - tel: 21 440 6200 - ana.mayer@certame.pt
arturgtome@hotmail.com


39 - Homenagem aos brasileiros

 O editorial do Diário de Notícias de 3ª feira cita um estudo europeu que coloca Portugal como o  mais triste da União. E dos mais pobres.
O editorialista conclui: andamos tristes porque somos pobres.
Creio que a conclusão é precisamente o contrário: somos pobres porque andamos tristes.
E porque não havíamos de ser? Fomos criados pelo fado e pela Santa Madre Igreja…

“...A vós choramos os degradados filhos de Eva, a vós suspiramos, gemendo e chorando neste vale de lágrimas. Eia pois, advogada nossa os vossos olhos misericordiosos   a nós volvei…”

Já não se ouve tanto esta ladaínha nas igrejas? Ouviu-se durante gerações, mantém-se nas terras do interior, na missa que ainda é adjectivada como “o santo sacrifício”.
Mas a choraminguice nacional não se limita à Igreja. “ que bom seria, poder-se um dia trocar-se o fado, por outro fado qualquer.  Mas a gente já traz o fado marcado, e nenhum mais inclemente do que este de ser mulher”.
Era muito bonito cantado pela Amália, não era? Éramos uns desgraçadinhos mas o nosso fado era esse,  paciência…
Ultimamente tenho tido contacto com brasileiros que cá trabalham. Não estou a pensar nos dentistas nem nos  criativos publicitários, estou a falar de  empregados de cafés , operadores de call centers  e ajudantes de cabeleireiro. Profissionais, comunicativos, eficientes.
Olhando para eles, vê-se na cara que têm problemas pessoais.  Mas não afectam a comunicação com o cliente nem a simpatia no trato.
Talvez porque enquanto nós temos o fado eles têm o samba. Claro que também têm letras a falar da pobreza e da tristeza. Menino das Laranjas, Tristeza não tem fim… Mas nesta última, por exemplo, é a recordar que o brasileiro pegou na pobreza e na miséria e fez com elas o maior Carnaval do Mundo.  Ilusão, para tudo se acabar na quarta-feira? Que se lixe, mas é um Carnaval e pêras!

Agora que tanto se fala da nossa falta de auto-estima, talvez seja bom recordar que a opinião que mais afecta a nossa imagem é a que temos sobre nós próprios. Montes de sistemas terapêuticos mais ou menos alternativos fazem boas receitas ao descobrir esta verdade simples, como se fosse novidade new age. Podíamos ir muito atrás, recordemos apenas William James, no final do sec. XIX.
Olhem para o espelho. Estiquem os cantos dos lábios para os lados. Mostrem os dentes. Sorriam a vocês mesmos.
Tenham um bom dia
arturgtome@hotmail.com


38 - Energias em andropausa

 

Desculpem lá, mas hoje não há crónica.

Tenho uma lista de eventos e conferências que vêm aí, mas começam só depois de meados de Setembro, há tempo para se falar deles.

Francamente, a falta de tema e entusiasmo tem muito a ver com uns cartazes que vi há dias a anunciar toques de telemóveis à base de peidos. Não foi em nenhum programa de TV grunha, foi num outdoor mesmo. Aquilo passou por atelier gráfico, foi impresso, pagou IVA… Ao fim destes anos todos há certas coisas que ainda me surpreendem e chocam.

No extremo oposto da sensibilidade, vai estrear o filme “À boleia pela Galáxia”, que me faz roer as unhas de expectativa. Os livros  são a maior colectânea de piadas surrealistas e de humor muito british sobre a resposta à grande pergunta sobre Deus, o Universo e Tudo o mais. Como ficará traduzido para cinema é que não sei. Boas surpresas no trailer, mas…
arturgtome@hotmail.com


37 - Uma estratégia criativa para as ecoaldeias

Uma ecoaldeia é uma pequena comunidade de pessoas (tipicamente entre 30 e 1000) numa estrutura social coesa, baseada em várias combinações de três dimensões: comunidade, ecologia e espiritualidade. As ecoaldeias têm como denominador comum o objectivo de proporcionar um estilo de vida em harmonia com a natureza e entre os seus membros.
Uma ecoaldeia tem como meta ser razoavelmente sustentável, no sentido de dar uma maior prioridade à produção local de alimentos orgânicos, energias renováveis, design de permacultura, construção ecológica, funções de apoio social e familiar, e, no geral, um respeito pelos sistemas naturais e a necessidade de não tirar mais da terra do que ela nos dá. Noutras palavras, uma elevada qualidade de vida sem problemas ambientais.
In   http://portugal.ecovillage.org/

 

Aqui  há dias, vi, com estes que a terra há-de comer, nas instalações de uma das mais importantes empresas portuguesas, uma campanha institucional com recomendações sobre como cada um de nós pode contribuir para um desenvolvimento sustentável, poupando árvores e água. A campanha era interna, destinada ao pessoal da dita empresa e constava de montes de cartazes em papel de alta qualidade, forrando a maior parte do espaço livre das paredes, com claims genéricos,  e por uns PLVs
( seria melhor chamar-lhes PLTs, peças de local de trabalho) , com conselhos específicos. Entre os conselhos, destacava-se a recomendação para corrigir os textos directamente no écran do computador ( o que qualquer copy ou jornalista sabe que é estar a pedir sarilho) e outro, mais assombroso: feche a torneira da água enquanto ensaboa as mãos.
Testei o conselho  - e confirmei a suspeita de que se acaba por gastar mais água  para tirar depois o sabão que as mãos deixaram na torneira.
Este conselho fez-me recordar aquela directiva japonesa para que gestores e governantes passem a andar sem gravata, para  reduzir o consumo do ar   condicionado no local de trabalho. Se é com conselhos destes que os senhores que podem e mandam querem cumprir as normas do protocolo  de Quioto,  a política oficial  do desenvolvimento sustentável é para esquecer. Está na altura dos marqueteiros porem a sua criatividade a funcionar e passarem por cima das disparatadas directivas dos nossos políticos.
Por isso, convido todos os leitores a inscreverem-se num Encontro que vai debater pistas novas sobre formas de viver e habitar em ambiente  mais sustentável.


 36 - Teilhard de Chardin e a consciência do Universo

 

Anos antes de Lovelock enunciar a sua teoria de Gaia, segundo a qual todo o planeta Terra é um ser vivo, com todos os organismos que a habitam, comunicando entre si e reagindo de forma harmónica e coordenada às alterações do meio ambiente, já o jesuíta Teilhard de Chardin avançara com uma teoria mais revolucionária para a ciência da época.
Paleontólogo de profissão, Teilhard propõe que todo o sistema de vida da Terra evolui em conjunto, numa tomada de consciência comum. Tal como na evolução de um cérebro, a humanidade prepara a formação de um cortex cerebral, uma rede de informação e conhecimento, num nível mais elevado de consciência, o Cristo cósmico.
O leitor não deve ter a reacção que teve a Igreja Católica, enfiando Teilhard e as suas teorias para debaixo do tapete das mais diversas formas de censura e silêncio.
Embora, tal como Ivan Illich, Teilhard seja um membro a Igreja e nela tenha sido educado, as suas ideias são originais. Um pensamento desligado de condicionamentos intelectuais anteriores.
Essa novidade intelectual,  tal como em Illich, proporciona leituras simultaneamente fascinantes e difíceis. Não há com quem comparar as propostas expostas. O que só ajuda a que a leitura dos textos de Teilhard provoque o efeito de uma viagem numa montanha russa.

Como leitura de férias, o leitor tem o velho problema de os poucos livros editados estarem esgotados e os mais interessantes não terem sido editados.
Mas,  se a humanidade ainda não atingiu o tal nível de consciência crístico, pelo menos já produziu a Internet.
Para começar, poderá dar uma espreita a um dos vários sites da net, como, por exemplo:
http://www.newgenevacenter.org/reference/20b-theology2.htm


“Todo o ideal é uma acção adiada”
Krishnamurti

35 - Blavatsky e a Sociedade Teosófica

A descoberta da cultura tibetana e a divulgação no Ocidente das suas teorias sobre a Criação e as suas criaturas teve início em fins do século XIX. Helena Blavatsky , uma senhora russa interessada em religião comparada, vistou o Tibet, aprendeu com os seus mestres e trouxe esses ensinamentos para o Ocidente, quer através de livros quer através da Sociedade Teosófica, que ela criou, dedicada ao ensino e prática de tais ensinamentos.
Voltaremos à sra. Blavatsky e à Sociedade Teosófica proximamente, chamando entretanto a atenção para que um dos seus livros, “A voz do silêncio”, se encontra editado na Assírio e Alvim, com tradução de um tal Fernando Pessoa.
A sua sucessora, a sra. Annie Besant, descobriu numa criança, Jiddu Krishnamurti, filho de um membro da sociedade, aquele que segundo a sua inspiração, seria o próximo Messias que iria trazer tudo de bom ao Mundo.
Em 1911, Annie Besant criou, dentro da Sociedade, uma Ordem da Estrela, com 12 apóstolos, que seriam os discípulos mais directos do futuro Messias, enquanto este era educados dentro dos segredos e conhecimentos da Sociedade Teosófica.

O Messias que não o quer ser

Mas o ensino que Krishnamurti veio trazer ao Mundo seguiu um curso inesperado para os seus mentores. A 2 de Agosto de 1929 Krihnamurti, durante um congresso perante mais de 300 pessoas, dissolve a Ordem Da Estrela.
Do seu discurso, transcrevemos a seguinte passagem:
I maintain that Truth is a pathless land, and you cannot approach it by any path whatsoever, by any religion, by any sect
(…)A belief is purely an individual matter, and you cannot and must not organize it. If you do, it becomes dead, crystallized; it becomes a creed, a sect, a religion, to be imposed on others
(…)
As I have said, I have only one purpose: to make man free, to urge him towards freedom, to help him to break away from all limitations, for that alone will give him eternal happiness, will give him the unconditioned realization of the self.
Because I am free, unconditioned, whole-not the part, not the relative, but the whole Truth that is eternal - I desire those, who seek to understand me, to be free; not to follow me, not to make out of me a cage which will become a religion, a sect. Rather should they be free from all fears-from the fear of religion, from the fear of salvation, from the fear of spirituality, from the fear of life iself”


E Krishnamurti continuou a sua propagação do que se poderia chamar espiritualidade libertária, através de inúmeras conferências, que foram reunidas em livros, gravadas em cassettes, LPs e CDs.
Das suas exposições, duas ideias tocaram-me muito particularmente. A primeira está no início deste texto. A outra cria-me um problema bicudo
“Toda a verdade repetida é mentira”
E como esta última torna absurdo que eu cite mais passagens do homem, limito-me a recomendar a leitura dos seus livros e a visita ao site
http://www.jkrishnamurti.org/index.php?page=103&nav=welcome&nid=103
arturgtome@hotmail.com


34 - Leituras para férias

1. Ivan Illich

Para melhor compreensão do que sucede à nossa volta em matéria de política energética, não há nada como conhecer ou recordar Ivan Illich. Aviso à navegação: não é leitura fácil. Illich não usa nenhuma muleta mental, chavões intelectuais, nem é classificável em nenhuma categoria apressada de ecologista ou padre defensor dos sem terra.
Mas é um pensador altamente iconoclasta que combate o uso que a civilização faz dos transportes da energia e da tecnologia de saúde e denuncia como tal uso contribui para o crescente fosso entre ricos e pobres, quer dentro de uma mesma sociedade, quer entre países diferentes. O que é muito soft comparado com os ataques que faz ao sistema educativo das sociedades ditas civilizadas.
O leitor interessado encontrará uma excelente apresentação da sua biografia e obra em

http://www.educ.fc.ul.pt/docentes/opombo/hfe/illich

Quanto a encontrar livros do autor, as raras edições em português estão esgotadas há muito, mas quase todas as suas obras se podem encontrar na net em várias línguas. Para eventuais editores interessados na sua publicação, os direitos são livres havendo apenas o óbice de não ser autorizado citações parciais de nenhuma delas. Ou editam o texto todo ou nada feito.
Como temos estado a falar de política energética, chamo a vossa atenção para o texto Energia e Equidade que se pode encontrar em

http://www.ivanillich.org/LiEnergia.htm

Está em espanhol. O que vale é que o pessoal do marketing é todo poliglota.
(na próxima semana: Krishnamurti)
arturgtome@hotmail.com


33 - Desenvolvimento sustentável à portuguesa

Portugal tem sol, vento, ondas, matéria orgânica resulante da limpeza das matas e jardins e criação de animais.
E o que faz Portugal para aproveitar todo esse potencial energético? Faz Planos..

Veja-se o artigo do Professor Carlos Alberto Cupeto no Público do passado sábado, 16 de Julho:
“….estamos novamente no ponto de partida ( Resolução do Conselho de Ministros nº 112 de 30 de Junho de 2005) vamos configurar a Estratégia Nacional de Desenvolvimento Sustentável. :…o próprio Ministro do Ambiente, Nunes Correia, em 1996,viu o seu Plano Nacional do Ambiente metido na gaveta pelo governo socialista liderado por António Guterres. Cerca de dez anos depois, José Sócrates seguiu o mesmo modelo: “Vamos recomeçar e agora é que vai ser”. Quanto custa ao país este faz de conta?”
“ É assumido que a causa dos principais problemas de sustentabilidade (despovoamento do interior, impactes sociais e ambientais negativos etc.) a diferentes escalas, está directamente relacionada com a produção, distribuição e utilização da energia. A não sustentabilidade do consumo de energia - cerca de dois terços da energia produzida é desperdiçada nos processos de transformação – a bem da nossa qualidade de vida, deve, a curto prazo esta condenada. “

“Entramos numa conjuntura que aponta inequivocamente, para a utilização racional da energia. Mas o que fazemos para isso? Nada. Ou melhor, escrevemos Estratégias Nacionais de Desenvolvimento Sustentável
(…) O modelo da nossa economia baseia-se na linearidade que carece da injecção contínua deq quantidades crescentes de energia não renovável, gerando quantidades crescentes de resíduos. Em oposição, a alternativa configura-se em modelos circulares, onde o consumo de energia e matérias primas é racional e, em grande escala, os produtos residuais são reciclados e reutilizados”

Guia para um mundo melhor
E, como hoje só estou virado para citar outras gentes, agradeço a pista deixada por Alexandra Prado Coelho no Público deste Domingo.
“ Esperar que os políticos adoptem medidas para acabar com a miséria no mundo é apenas uma das coisas que se pode fazer. E não é a mais útil. O Rough Guide for a better world, gratuito e disponível on-line
( http://www.roughguidebetterworld.com ) explica como cada um pode contribuir para diminuir as desigualdades no mundo.”
Façam lá uma visita, seus marqueteiros.
E, se estão a pensar em mandar fazer uma casa, podem dar uma espreitada aqui, antes de falarem com o arquitecto:
http://www.estrucplan.com.ar/contenidos/Impacto/Energias/pasiva.asp
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32 - A mais livre das energias

Se a merda valesse dinheiro,
pobre nascia sem cu

(ditado brasileiro)

Não é um tema muito agradável de tratar num dia quente como este. Mas com toda a conversa que por aí há quanto ao combate à pobreza em África, não se pode fugir a ele.
Em matéria de energias renováveis, a que se encontra mais acessível às povoações do interior do país e que pode constituir fonte de independência energética para qualquer povo mais economicamente desfavorecido, é aquela de que menos se fala e que menos se incentiva.
Essa fonte de energia chama-se merda
O processo de transformação chama-se digestão anaeróbica e consiste, fundamentalmente, no seguinte: colocam-se os dejectos num contentor fechado. A matéria fecal decompõe-se em gás metano, matéria orgânica que dá excelente adubo e água.
OK, a água não será potável mas é aceitável para rega.
Lembram-se do Mad Max 3, em que a Tina Turner era a rainha de um povo mas que dependia de um anão que geria os esgotos para produzir energia? Para além do factor positivo em chamar a atenção para o facto de, em qualquer sociedade, quem controla a energia é que embala o berço, o filme pecava por apresentar a central de energia como um espaço aberto, quanto a dita decomposição tem de ser mesmo levada a cabo num espaço fechado.
Pensem nas quantidades infindáveis de unidades de criação de porcos, vacas e galináceos, fonte constante de poluição de rios e águas subterrâneas. Imaginem-nas reconvertidas em centrais de energia não poluentes. ( Dentro de certos limites: se os animais forem encharcados em antibióticos, estes passam para as fezes e as bactérias que fazem a digestão da biomassa também vão desta para melhor).
Sim, as fezes humanas também podem ser aproveitáveis. Mas isso implica unidades habitacionais criadas de raiz, com um sistema de autoclismos e esgotos muito diferente – e mais economizador de água.
Então, se é possível, porque é que não se faz?
Primeiro, quantos engenheiros mecânicos e biólogos é que o leitor pensa que seriam aliciados para ter no curriculum uma experiência profissional nesta área?
Depois porque, com todos os envenenamentos de rios com descargas das suiniculturas, quantos empresários é que já foram multados?
Pois é leitor. Esta fonte energética não avança porque se está tudo a cagar.

Documentação:

Guia Técnico de Biogás
editado pelo Centro para a Conservação de Energia (actual ADENE), Julho de 2000
e http://eubionet.vtt.fi
The European Bioenergy Network, na qual a ADENE participa (com link para The European Biogas Network).


31 - Ameaças e ataques terroristas diversos

Para chamar a atenção para a pobreza em África, o grupo Live8 levou a cabo a sua ameaça a passou uma semana a cantar. Equipados com armas de destruição sonora maciça de vários megawatts, os dinossauros do vinil atacaram em vários pontos do globo , levando o sadismo ao ponto de exibirem crianças esfomeadas a cantarolar hits  anglo-saxónicos de há 30 anos atrás.

O desnorte das vítimas está patente em intervenções de alguns dos visados. O próprio Bill Gates apareceu a fazer um discurso que pode ser sintetizado em português como “Pois…”

Se os atacantes fossem de outra nacionalidade, a solução  dos senhores que mandam  seguiria  a habitual rotina de os trancar em Guanatamo e perder a chave. Mas há que contar com um bloqueio psicológico de que sofrem todos os senhores que mandam: os atacantes são os músicos que eles ouviam em criança, nos seus gira-discos de plático portáteis. É difícil ir contra condicionamentos de infância. Seria o mesmo que pensar em prender o Pinóquio.

Curiosamente, ou talvez não, Tony Blair já tinha tomado uma iniciativa semelhante  (com o está-em-todas do Bono, mas sem os watts). Experimentem espreitar este site.
http://www.makepovertyhistory.org/index.shtml?entry=cornerwhitebandsmallleft

 O exemplo português

Por cá, o pesadelo chama-se Elsa Raposo com hipóteses de ser eleita Presidente de uma Câmara. Mais o aeroporto da Ota que estará lotado 10 anos depois de inaugurado, mais as discussões sobre o vvvvuum do TGV, para podermos ir mais depressa fazer compras a Madrid. Como diria o Marlon Brando: “The horror…the horror…”

Mas também há boas notícias em matéria de ambiente. Vamos avançar com uma batelada de parques eólicos
( com a obrigatoriedade da tecnologia e equipamento serem portugueses)  e da energia a biodiesel. Estas iniciativas devem-se mais ao engenheiro Carlos Pimenta do que propriamente ao governo, mas o que interessa é que os projectos vão para a frente.

 Repensar o ambiente e a pobreza

Claro que acções como o Live8 servirão para muita coisa mas pouco para combater a fome e doenças dos africanos. Ajuda alimentar significa oferta de alimentos a baixo custo ou custo zero que vai arruinar os poucos empresários africanos na área agro-alimetar (consultem os textos sobre comércio justo nesta secção). Distribuição de dinheiro, como diria um comentador do evento chegará mais facilmente aos interessados se for largado de avião sobre as aldeias do que entregue a instituições governamentais.
Fica a intenção e o alerta.

A propósito: com todo o Sol que há em África, alguém já ouviu falar em centrais solares naquele continente? Eu também não.

 E, como o combate à pobreza e às desigualdades sociais vive de muitos mais pormenores do que são possíveis de destacar num concerto destes, começo por sugerir aos leitores uma visita a mais um site
http://gen.ecovillage.org/

Para a semana voltaremos ao tema
arturgtome@hotmail.com


30 - Capoeiras.

Em casa dos meus pais havia um quintal. Com uma capoeira.
O leitor, que vive num ambiente urbano e só conhece os galináceos embalados num supermercado, não faz ideia dos prazeres que uma capoeira oferece.
Ter uma capoeira em casa é ter um galo como despertador às seis e meia da manhã. Não há maneira mais agradável de acordar.
Ter uma capoeira em casa é ter um fornecimento de galinhas para dias de festa e ovos frescos para gemadas ao pequeno almoço.
Ter uma capoeira em casa é ter uma galinha choca, cujos ovos são guardados à parte. Preparar-lhe uma cama especial onde ela esteja sossegada a chocar os ovos e espreitá-los todos os dias, a ver quando alguma casca começa a estalar.
Aí é preciso ter um certo cuidado. A galinha que, até então, era uma paz-de-alma que deixava que lhe mexessem e espreitassem os ovos a toda a hora, torna-se agressiva. Mesmo que o intruso seja um puto, ela deita-lhe um cróó ameaçador quando ele se aproxima. Pegar no ovo que começa a romper é operação que não se executa sem umas valentes bicadas, enquanto se lhe fala numa voz calma e meiga para a sossegar.
Depois, sente-se o calor do ovo e a palpitação do corpo lá dentro. Devagarinho, desprendem-se uma ou duas lascas da casca, as que estão mais soltas, e, suave milagre, vê-se um bico nervoso a furar a pele que ficou por baixo.
Não se deve ajudar demasiado o pinto na sua luta contra a casca. Ele precisa do esforço daquela luta, ou cresce como um palerminha que anda para ali a passear, sem força para se espreguiçar numa batida de asas.
Para compensar termos-lhe diminuído o desafio de romper a casca, podemos treiná-lo, aos poucos, a voar. Põe-se o pinto na palma da mão, aí a meio metro do chão, e vai-se inclinando a mão até ele ficar sem apoio e ter de saltar. O esbracejar das asinhas é uma delícia para qualquer criança e a brincadeira prossegue até a galinha achar que é esforço demais para o pinto e mandar uma bicada sem aviso na mão do diabo do puto que não dá sossego às crias.
Dizem-nos que sem a produção industrial de galinhas em aviários ( e de todos os outros animais, alimentados cientificamente em áreas onde não se podem deitar nem mexer, onde nunca vêem o Sol e onde as luzes permanentes nunca lhes deixam conhecer a noite) não haveria produção de carne suficiente para alimentar a população do globo.
Talvez seja verdade, se bem que as piras de carcaças de reses a arder por toda a Europa levantem dúvidas quanto aos métodos usados.
Mas as crianças precisavam de conhecer uma capoeira. Talvez as escolas pudessem considerar a hipótese de ter uma ou duas nas suas instalações. Não ocupam muito espaço, não exigem muito equipamento e a venda dos ovos poderia ser uma fonte de receita para ajudar a pagar o aquecimento do edifício, ou uma ou outra reparação.
Toda a criança deveria poder assistir ao nascimento de um pinto. O respeito que tal acontecimento desperta pela Vida é mais forte do que lhe poderá ser dado por qualquer catecismo.
Se mais crianças houvesse a ver nascer pintos, talvez que, quando crescessem, criassem soluções industriais mais humanas para a produção de carne. E a humanidade seria alimentada com menos ameaças e com menos degradação do ciclo de vida dos animais.
( in “A nova sociedade do Consumo” de Beja Santos e Artur Tomé, edição Círculo de Leitores)


29 - Cumprir o protocolo de Quioto à japonesa.

A fim de reduzir o consumo de energia e contribuir para combater o
aquecimento global, o governo japonês exarou uma recomendação para que os
construtores de automóveis diminuíssem a potência dos motores topo de gama.
Desculpem, estava a sonhar. O governo japonês passou uma recomendação para que gestores e políticos passassem a andar sem gravata. Gesto revolucionário num país de hábitos tão conservadores no vestir, isso permitirá que os ditos gestores andem mais à fresca e, logo, possam regular o aparelho de ar condicionado de forma a consumir menos energia.
Está tudo doido, não está? E parece-me que não é só no Japão

De volta aos chacras e à atitude para a cura

No almoço de colaboradores da Truca confirmei uma suspeita que já tinha. Não interessa quantos temas diferentes eu possa tratar nestas páginas.- eu sou o tal gajo que escreve sobre Reiki para o Truca…
OK, para me vingar, vou voltar ao tema. Começando por contar um episódio ocorrido há dias.
Uma amiga recente, professora universitária despedida da Católica porque o marido se divorciou dela, a atravessar crises financeiras e familiares graves, perguntou-me meio a brincar, se eu lhe podia dar Reiki . Ela é formada em Matemáticas e percebi que para ela, tal gesto era como pensar em ir à bruxa. Mostrei-me disponível, mas a hesitação transformou-se na desculpa de não ter tempo livre para o efeito.
Há dois dias veio ter comigo e contou-me que falara com a filha, médica, sobre a hipótese de ir fazer Reiki com um colega. Em vez do raspanete que esperava para se ajudar a abandonar a ideia, ouviu esta queixa da filha: “ Se tivesses falado comigo, escusavas de te ir meter nisso com estranhos. Eu também sou formada em Reiki”
De facto, a percentagem de médicos e enfermeiros que andam metidos nesta área cresce a olhos vistos. Entre as razões para tal, a tomada de consciência de que a atitude do médico para com o doente , por um lado, e a atitude do doente para com a vida, por outro, contribuem, em muito, para o êxito de qualquer tratamento clínico.
Além disso, há a questão dos chacras e das glândulas de secreção interna. Essas glândulas controlam o funcionamento de vários orgãos e processos metabólicos no organismo e têm influência no estado emocional e psíquico de cada um de nós. A medicina ocidental (para usar uma classificação simplista) capitaliza o seu interesse nos efeitos fisiológicos e esquece, normalmente, os efeitos psicológicos. As terapias orientais ( para continuar com a classificação simplista) esquecem o aspecto fisiológico e viram-se para o lado mais diáfano da acção da mente e emoções sobre o corpo.
O sistema do Corpo Espelho é um conceito desenvolvido à volta do já aqui citado “Tudo pode ser curado” (sem querer ser sádico, o livro está esgotado), é a teoria que serve de base à “explicação” da maioria das terapias alternativas e é capaz de merecer o interesse de todos os que querem saber mais sobre esta matéria.
Por tudo isso, transcrevo um convite que foi endereçado ao Truca:

Seminário do Corpo Espelho
O próximo seminário do Sistema do Corpo Espelho está a chegar, será de 17 a 19 de Junho com o Philippe Hannetelle. O seminário irá decorrer no Hotel Vila Galé Estoril.

O que é o Corpo Espelho?

O Sistema do Corpo Espelho é uma técnica de autoconhecimento e cura criada por Sir Martin Brofman que se baseia na ideia de que os sintomas físicos e áreas da nossa vida que não funcionam bem, reflectem tensões na consciência. O objectivo desta técnica é identificar tais tensões e dar os meios necessários para as relaxar, criando assim as condições ideais para que a cura possa acontecer.

No final do curso será capaz de:
- Compreender a relação existente entre corpo e consciência;
- Compreender como é que os sintomas no corpo reflectem tensões na consciência;
- Ler o corpo como um mapa da consciência, compreendendo as causas internas dos sintomas externos;
- Compreender os chakras e a sua associação com as partes especificas da consciência e do corpo;
- Utilizar diversas ferramentas destinadas à cura ( luz branca, cores, formas de pensamento);
- Ver os resultados da aplicação destas técnicas.

Se neste momento está a fazer uma experiência de um sintoma ou se há uma área da sua vida onde existem tensões, saiba que “ TUDO PODE SER CURADO, QUE NÃO HÁ NADA QUE NÃO POSSA FAZER, APENAS COISAS QUE AINDA NÃO APRENDEU A FAZER”.

Esta é uma oportunidade de ultrapassar as crenças limitadoras, de fazer coisas que voçê pensava serem impossíveis e de reconhecer a natureza ilimitada do seu ser.
 
Site recomendado: www.healer.ch
Informação:
Seminário Fim de Semana 17 a 19 de Junho
O Curso será dado em Inglês / Português
 Horário:
Dia 17: das 19H30 ás 22H00
Dia 18: das 09H00 às 20H30 (com intervalos para almoço e café)
Dia 19: das 09H00 às 19H30 (com intervalos para almoço e café)
 
Preço Curso Fim de Semana:
1ª vez:            250 Euros
2ª e 3ª vez:     125 Euros
A partir da 4ª vez é grátis


28 - Energias livres, só com dinheiro.

Este texto está a ser escrito a um Domingo que é Dia Nacional do Ambiente. O Governo está reunido no Algarve a preparar grandes broncas para os moradores da mártir Ria Formosa.
Tudo isto tem a ver com uma realidade comezinha: o Ambiente é um património a ser cuidadosamente gerido e isso só se consegue com investimentos e despesas prévias.
Mas no que toca a particulares, como combater atitudes que levam a vampirização da Amazónia , como descentralizar produção agrícola, como possibilitar autosuficiência financeira a populações financeiramente carentes? Só através de iniciativas financeiras que pensem pequeno para conseguirem lucros.
Uma dessas iniciativas chama-se
Comércio justo
“O movimento do Comércio Justo procura minimizar os efeitos perversos das
trocas desiguais entre países ricos e pobres e do alto grau de concentração
do comércio mundial nas mãos das empresas transnacionais. Ao contrário do comércio convencional, que considera apenas critérios económicos, o Comércio
Justo rege-se também por valores éticos que incluem aspectos sociais, laborais e ecológicos. Deste modo, pretende-se que os camponeses e pequenos produtores de países pobres tenham condições para uma vida mais digna; que os consumidores tenham acesso a produtos de qualidade, com a garantia de que foram respeitados os direitos dos trabalhadores e o meio ambiente e que haja uma ligação mais directa entre produtor e consumidor.”

“Este movimento iniciou-se em meados dos anos 60, tendo a primeira loja aparecido na Holanda em 1969. Em 1973, importou-se pela primeira vez café no circuito do Comércio Justo proveniente de cooperativas da Guatemala. Em mados dos anos 80, iniciou-se a venda de produtos justos nos circuitos comerciais convencionais. Em Portugal, a primeira loja abriu em Amarante apenas em 1999. À entrada do século XXI, já existiam na Europa mais de 3 mil lojas espalhadas por 18 países; importam-se produtos de mais de 800
organizações em 45 países do “Sul” e estima-se que cerca de 5 milhões de pessoas nestes países beneficiam desta forma de cooperação.”
“Os principais critérios pelos quais se rege esta iniciativa são os seguintes:
* Ajudar os produtores dos países do ?Sul?, comprando produtos locais que serão depois vendidos nos países do “Norte” a preços justos;
* Dar autonomia aos produtores, evitando intermediários desnecessários nas trocas comerciais;
Estabelecer relações comerciais de longo prazo, sem preocupações especulativas e livres das oscilações do mercado, com pré-financiamento da produção até 60% e definição do preço em conjunto;” mais informação no site donde este texto foi tirado
http://gaia.org.pt/pipermail/gaia-geral/2004-March/002051.html
e, para um breve histórico do movimento em Portugal, consultar
http://reviravolta.comercio-justo.org/comercio.htm

Crédito bancário para os pequenos

Outra das soluções acaba de chegar a Portugal e chama-se Micro-crédito. Agora qualquer publicitário que queira mudar de ramo e tornar-se empresário independente, já não precisa de ter acumulado uma grande conta bancária. Poupo-me e ao leitor a mais uma transcrição e remeto os interessados para
http://www.microcredito.com.pt/

Muitas outras iniciativas financeiras se desenham no horizonte. Voltaremos a elas para a semana.


27 - Energias com dono

A agricultura intensiva, a profusão de nós rodoviários, as fusões das mega-empresas e as consequentes ondas de despedimento, o encapsulamento dos pontos de venda  em centros comerciais, a comida transgénica e o efeito de estufa, são fenómenos com duas causas comuns.

A primeira dessas causas é a sofreguidão de lucros a curto prazo.

O casamento da informatização com a Bolsa acelerou o acesso à informação e diminuiu o   tempo necessário para o acto de compra e venda. Isso intensificou a impaciência dos investidores. Todo o investimento  precisa de ter lucros imediatos ou morre. Ora o desenvolvimento sustentável exige iniciativas cujos investimentos só terão resultado a médio prazo. Preparar um  cabrito no forno leva mais tempo que aquecer uma pizza no micro-ondas.

A segunda causa desses atentados a um desenvolvimento sustentável reside no facto de a produção de energia se encontrar centralizada.

As fontes de energia que utilizamos têm donos.

Poucos.

Isso possibilita um domínio por poucos dos bens essenciais à sobrevivência da Humanidade – calor, alimentos, comunicações. Implica também um controlo sobre a sua rede de distribuição e pontos de venda.

Curiosos como, das energias alternativas, a que mais dinamismo apresenta na sua execução é a energia eólica: não consome combustível fóssil, mas a energia produzida por todas aquelas   cadeias de aerogeradores entra na rede eléctrica clássica, centralizada.

Só que, centralização de energia e de bens alimentares, exige descentralização, ramificação, para chegar ao consumidor final. Só que essa distribuição só é rentável dentro de certos limites. Uma aldeia de 6 casebres, perdida entre montes do interior, nunca terá energia eléctrica mesmo que se encontre encostada a uma barragem. Não compensa estender a rede eléctrica até ali

Para a semana iremos falar mais em pormenor sobre as vantagens e desvantagens da produção centralizada para o bem estar de todos nós.


26 - Petropessimistas reúnem-se em Lisboa
Nota prévia: não perca a polémica da soja, nas Polémicas da Truca.

E se, em vez do dólar, a moeda que servisse de base às trocas comerciais entre os humanos fosse a caloria? O produto X, feito com os materiais a, b e c, que consumiram n calorias na sua extracção e fabrico, custaria, por exemplo, 2000 calorias.
A principal alteração que isso implicava no preço dos produtos, teria a ver com a despesa no transporte e distribuição, que passava a ser integralmente contabilizada. Essa energia, hoje, é praticamente gratuita, sem efeito significativo no preço final (e é isso que explica a destruição da Amazónia coma exploração extensiva da soja, contra a qual se bate o José António Baço).
Ou seja, quando o fornecimento de petróleo entrar mesmo na curva descendente, quais os efeitos que isso terá na economia mundial? Essa é a principal questão que une os membros da Associação para o Pico do Petróleo, (ASPO) que decorreu pela primeira vez em Lisboa.
A ASPO é uma rede de cientistas e especialistas de universidades europeias e de departamentos governamentais, preocupada com a proximidade de exaustão mundial do petróleo e suas consequências para a Humanidade.. Por isso são também conhecidos como petropessimistas.
O professor Manuel Collares Pereira sustenta que o mundo poderá caminhar para uma desglobalização, à medida que a energia for cada vez mais cara (Público, 19 de Maio). “Só é possível deslocar produtos de um lado para o outro porque o custo energético é muito baixo. Com a energia mais cara, que é para onde caminhamos, a própria economia vai ter de se desglobalizar”. Collares Pereira admitiu que, a prazo, será mais vantajoso para os países consumirem uma boa parte do que hoje exportam.”No dia em que a energia for uma variável importante do custo, as economias vão mudar”.

Retiros – uma experiência nova

Nota prévia: Poupem-me as piadas à la Vasco Pulido Valente quanto às
pessoas de meia idade que decidem ser quem são. Sim, eles não podiam ser outra pessoa. OK, mas a verdade é que um retiro pode ser uma experiência enriquecedora. A princípio, frustrante. Depois, quando se entra na onda, uma agradável surpresa. Tudo depende do local e de quem supervisiona o evento. Este convite para este retiro vem assinado por Nuno Michaels. É uma das razões para eu o divulgar nesta secção. A outra razão é o copy do convite, com uma qualidade literária rara nestas iniciativas mais ou menos alternativas. Segue o texto do Nuno.

Ser quem se é
És uma testemunha silenciosa e eterna, e o silêncio é a tua condição natural. Mas tu não estás nunca em silêncio porque vives na periferia do teu ser, na tua mente, num turbilhão infernal de pensamentos, sentimentos, memórias, expectativas, opiniões…
Onde estás tu, afinal, a meio desse ciclone que te habituaste a ser?
E no entanto, se desfrutares de um momento de silêncio – um único instante de silêncio,
Recordar-te-ás então de quem és e lembrarás que és eterno. Pára, fecha os olhos, aquieta-te, respira. Sente o oceano de amor e de paz que te habitam. Sê bem-vindo a casa.

 A Proposta 

Utilizando um mantra específico e desfrutando de períodos de silêncio, meditações, exercícios individuais, de parceira e em grupo, vamos criar as condições para que o silêncio interno possa ocorrer espontaneamente.
Haverá um espaço para partilhar em grupo as experiências, os sentimentos e tudo o que ocorra e os participantes queiram trazer para esse círculo, mas toda a interacção fora das actividades propostas é fortemente desencorajada. O objectivo é que aproveitemos esta oportunidade única para que cada um possa estar consigo próprio, respeitando o seu próprio processo e o dos outros.
Na noite da chegada será explicado em maior detalhe o trabalho proposto. O único requisito no momento da inscrição, é a disponibilidade – para ir ao encontro de si próprio, para respeitar o silêncio, para aderir às actividades propostas.
Ao longo de todo o retiro a alimentação será vegetariana, complementada com sumos e chás, promovendo assim o processo de desintoxicação física.
 
Datas:
1ª edição: dias 27, 28 e 29 de Maio
Valor: 190,00 Euros
2ª  edição: dias 9, 10, 11 e 12 de Junho
Valor: 230,00 Euros 
 
Nota: A partida é de Lisboa nos dias 27 e 9 respectivamente pelas 18h30. 
• O valor inclui : Transporte para o local, estadia e refeições vegetarianas. 
 
Informações e inscrições:
Espírito do Sol - 93 609 87 74    Mª João Teixeira
www.espiritodosol.com


25 - Ainda vamos ter saudades da água

Falámos de guerras da água na semana passada. Voltamos ao tema a propósito da bronca do “despacho dos sobreiros”. Sucede que, se o abate de tanto sobreiro é um atentado ambiental e económico (um sobreiro leva cerca de 60 anos para produzir cortiça aproveitável), aquele empreendimento turístico teria consequências ainda mais gravosas. Por baixo daqueles terrenos existe a maior reserva nacional de água potável do país. Terrenos que iriam ser impermeabilizados com betão, água que seria sugada para a esponja que são os campos de golfe. No Alentejo, que não é conhecido pela abundância de óxido de hidrogénio…

Tudo o que você queria saber sobre Reiki mas havia muita gente na sala que queria era receber tratamento

Entrei no Reiki pelas mãos de Sandra Ramos, que muito ajudou a minha família em momentos difíceis. Sandra e Jorge Ramos acabam de publicar um livro sobre Reiki que se destaca da literatura existente sobre a matéria por vários motivos.
Primeiro, porque é exaustivo. Todos os aspectos relacionados com o Reiki, seus objectivos e formas de aplicação estão ali referidos.
Depois, porque não funciona como catecismo. Respeita os fundamentos essenciais, separando-os das sucessivas mutações com que se foi enriquecendo. A lenda sobre as origens é analisada e a evolução do ensino e as adaptações culturais são expostas de forma acessível.
Talvez demasiado exaustivo para o leitor meramente curioso sobre o assunto, este livro é quase leitura obrigatória para o praticante de Reiki, qualquer que seja a linhagem em que esteja inserido. Como bonus, abre ainda pistas para outras terapias complementares que exigem uma sintonização e prática prévias de Reiki para a sua aprendizagem.

Reiki
As raízes japonesas
O tronco, ramos, folhas e alguns frutos
Sandra e Jorge Ramos
Edição Dinalivro

Como as todas as casas deveriam ser

"Anyone who thinks that an economy can be expanded for ever, within the confines of a finite planet, is either a madman or an economist."
- Economist Kenneth Boulding

Morrem as lojas, nascem centros comerciais. Morrem os jardins, nascem rotundas. Morrem prédios com personalidade arquitectónica, nascem blocos de apartamentos . Há quem chame a isto civilização.
Há quem chame a isso atraso de vida e procure recuperar e dignificar materiais naturais para construção. Quem apresente propostas de equipamentos domésticos que não agridam moradores nem o meio ambiente.
“The naturak house book” é um repositório de soluções naturais de arquitectura e de relacionamento saudável do ser humano com a habitação que o acolhe. O seu autor, David Pearson, é um dos fundadores de The Gaia Group, já referido nesta secção. Folheam-se as páginas daquele livro e, desde o sistema de esgotos, consumindo muito menos água, às canalizações, passando por sistemas de aproveitamento de energia solar, o livro enche-nos os olhos de propostas que despertam um misto de saudosismo e raiva. Porque é que as casas não são construídas assim?
Natural House Book: Creating a Healthy, Harmonious & Ecologically Sound Home Environment
by David Pearson
a Fireside Book
Published by Simon & Schuster Inc.
New York
PS.: Muito americanamente, melhor que este livro só “The new natural house book”, do mesmo autor, com mais ilustrações e referências.


24 - "The Hitchicker's Guide To The Galaxy"

O texto que segue a este é um tanto deprimente, comecemos então por uma notícia alegre.
Finalmente, após vários anos de tentativas, um folhetim radiofónico que foi adaptado a jogo de computador e se tornou na maior obra de culto da literatura inglesa, estreou nas salas de cinema. Podem reler o resumo no texto 16 aqui das Energias Livres. E podem espreitar os trailers aqui:
http://hitchhikers.movies.go.com/clips3.html?movie=trailer1&size=QTmedium
E, como estou hospedados em casa de um locutor, informo que Marvin, o robot super inteligente e sempre morbidamente deprimido, tem a única voz que rivaliza com a do Luís Gaspar - Alan Rickman.!

Foi você que pediu uma água?

Aqui há 40 anos,, qualquer jovem minimamente consciente da ecologia planetária sabia que a civilização à base do petróleo tinha os dias contados. Entretanto o pensamento ecológico foi dar uma curva, viva a globalização das cotações na Bolsa, o Médio Oriente ferve de guerras intestinas e de pacificações dos States, e, quando voltamos a pensar em ecologia, descobrimos que o líquido em falta crescente é a água.
Água potável, cada vez mais inacessível a certos povos, cada vez mais propriedade privada, com marca, vendida em garrafas. Água com sabor a frutos, água purificada, mineralizada …
E a água da torneira? Uma boa fonte de negócio para os fabricantes de vários tipos de purificadores.
Sim, há guerras em construção pelo domínio da água. E vai haver cada vez mais.
A editora Campo de Letras acaba de lançar em Portugal o livro de Mohamed Lorbi Bouguerra “As batalhas da água”. E, de repente, uma campanha de publicidade para água engarrafada pode ter um significado político de que muitos dos seus criadores poderiam não ter consciência. “As batalhas da água” é uma leitura recomendada a todos os criativos e marqueteiros da nossa terra ( e das outras)..

O tic tac por detrás da respiração

Em casa dos meus pais havia um relógio de pêndulo que representou o meu principal pesadelo de criança. O sacana do relógio era esteticamente lindo mas fazia tic tac. Claro que fazia tic tac, é para isso que aqueles relógios existem. Mas fazia tic tac SEMPRE. Sentado na sala, a jantar, quanto mais eu queria que aquilo se calasse mais alto o ouvia. Depois vinham as conversas, a comida, e, às tantas, descobria que, finalmente, já não ouvia o tic tac do relógio.
E lá voltava a ouvi-lo.
O outro pesadelo era parecido com esse. Chamava-se adormecer. Deitava-me na cama, descontraia-me e ficava à espera de ver o sono chegar. E o sono nada. Mas eu queria-me ver a adormecer. E lá acordava de manhã, frustradíssimo e um pouco assustado, por ter ficado sem consciência e agradecendo, sem saber a quem, ainda estar vivo.
Mais tarde conheci Guru Maharaji, que primeiro passou a ser conhecido só por Maharaji e agora pelo nome de baptismo, Prem Rawat. E descobri que há um tic tac interior em que não reparamos a maior parte do tempo. Está connosco enquanto estivermos vivos e, ao contrário do relógio, o apercebermo-nos de que está (e estará) sempre ali é uma experiência salutar e reconfortante (estes adjectivos à copy! adiante…) .
Poderão saber mais sobre esta experiência, assistindo a umas passagens de video com Prem Rawat a falar sobre a vida e a respiração como ninguém vos falou até hoje.
Os locais e datas dos próximos programas são os seguintes

Sábado, 14
(Duração aprox.: 60 minutos)
  Auditório Junta de Freguesia - Vila Franca de Xira
R. Dr. Vasco Moniz
Evento para todos. Entrada livre  
21:00h

Domingo, 15
(Duração aprox.: 60 minutos)
Hotel Roma - Av. Roma, 33 - Lisboa
Evento para todos. Entrada livre    
19:00h

 Sábado, 21
(Duração aprox.: 60 minutos)
  Centro Cultural de Cascais
Av. Rei Humberto II de Itália, S/N
Evento para todos. Entrada livre    
18:30h


23 - Crónica de José António  Baço

Calma leitor, não há nada de errado com os links. Eu é que queria falar de artes marciais e zen, mas a única vez que comprei um fato de judo acabei por usá-lo como pijama de inverno (não foi das melhores ideias que tive),
Vai daí, pedi ajuda ao meu colunista preferido do Truca, que além de escrever bem, é  praticante de artes marciais. Para reforçar o apreço pelos seu trabalho, até o tratei por sensei e tudo.
Aí está a resposta.
Obrigado Zé António, poupou-me o trabalho de escrever uma crónica esta semana.

Artur Tomé
“Desculpe lá o atraso, mas a noitada no trabalho me pegou forte e feio.
Na verdade eu não sou sensei. Como a minha arte marcial (a principal) é coreana, então a denominação é “kiosanin”.
Tenho uma forma particular de ver as práticas zen.
É uma visão parcial, fruto do meu racionalismo ocidental. Há resistências culturais que não posso evitar. E essas resistências trazem, em si mesmas, a negação do zen. Não há mestres. Não há mosteiros. Não há zazen. E também não pretendo viver a experiência mística de atingir o satori (é o momento em que o praticante atinge o estado de iluminação e desperta para a “verdade cósmica”).
O meu racionalismo faz com que eu me contente em atingir o kensho (perceber a minha verdadeira natureza). O objectivo é aproveitar a serenidade que algumas práticas zen proporcionam. Porque isso ajuda a evoluir enquanto ser humano e repercute positivamente no dia-a-dia.
E aproveito para enviar o texto das artes marciais.
Um abraço
Zé António

Artes marciais e iluminação

Quando se fala em artes marciais, a maioria das pessoas tende à associação aos filmes de qualidade deplorável que infestam os clubes de vídeo e as salas de cinema. São implacáveis exércitos de kickboxers, ninjas, dragões e outros porradões que arrebanham um público impressionantemente voraz.
Não é sem motivos que muitos vêem nas artes marciais um simples culto à violência e uma espécie de antiteoria que prescinde da acção do pensamento. Os pacifistas deploram, os intelectuais ironizam. É certo que há muitos idiotas vestidos com quimonos. Mas, afinal, também há idiotas a dar aulas nas universidades.
Mas existem muitas diferenças entre o que é uma arte marcial e o que vai aí pelo cinema. A indústria da diversão simplesmente se apossou das técnicas de combate para torná-las um espectáculo de consumo fácil para as massas.
 O caminho das artes marciais é o do autoconhecimento, da não-violência. Não por acaso o sufixo “do” significa “caminho da iluminação”. Temos o taekwon-do, aiki-do, hapki-do, karate-do etc. O sufixo foi incorporado há séculos, no momento histórico em que diminuiu no Oriente a necessidade de guerrear e a arte buscou caminhos mais espirituais.
Quando se fala no espírito zen, os ocidentais pensam logo numa fórmula pronta que permita atingir esse estado de “iluminação”. Não há fórmulas. É um processo indizível que escapa às racionalizações (tente ver ser é capaz de descrever uma dor, por exemplo). O praticante simplesmente se transforma na medida em que se aprofunda nas práticas do dojang (palavra coreana que significa “lugar da iluminação”). O zen não fala ao intelecto e ao cérebro, mas à intuição das pessoas.
Mas não se deve ter ilusões. Como tudo na vida, se não for feito com inteligência, o destino é o fracasso. Se você treina horas a fio, pratica as técnicas de luta e faz todos os movimentos sem que isso o absorva e transforme o seu estado de espírito, então não terá atingido o estágio superior das artes marciais. Tudo não passará de uma “dança”, simples movimentos do corpo. Serve para dar porrada, mas não serve para evoluir enquanto homem.
Quando realizadas também com a mente, as artes marciais repercutem na vida. O praticante “trabalha” a agressividade, o stress e adquire um maior autocontrolo. E na medida em que aprende a se defender, aumenta a autoconfiança e atinge um estágio de tranquilidade espiritual.
O praticante de artes marciais que vai além de socos e pontapés, buscando a serenidade e o aprimoramento intelectual, tende a mudar as suas atitudes no quotidiano. No trabalho, no lazer, na relação com as pessoas.
O paradoxo das artes marciais é aprender algo para nunca usar. Porque, como diz um velho provérbio samurai, o homem violento é derrotado tanto na batalha quanto na vida.
É claro que os intelectuais racionalistas insistem numa atitude de recusa, até de ironia. Mas se no Ocidente as artes marciais não são mais “inteligentes” é porque a maioria desses intelectuais prefere ficar atrás das secretárias desenvolvendo estranhos abdômens.
As artes marciais não estimulam a violência. Pelo contrário. É pena que a deturpação promovida no Ocidente tenha negligenciado a componente zen. Mas ela existe. E é um processo de hominização e de desenvolvimento pessoal que leva o homem a uma maior compreensão do outro. E de si mesmo.
Afinal, como disse Lao Tzu, “conhecer os outros é sabedoria, conhecer a si próprio é iluminação”.
José António Baço é instrutor de Taekwondo na Sociedade Pragalense (Almada) e praticante de Aikido, Tai Chi Chuan e Judo.

Para um roteiro de Portugal alternativo

Esta semana destacamos dois acontecimentos culturalmente importantes para um maior ecumenismo cultural entre o Oriente e o Ocidente e chamamos a atenção para dois sites com muito interesse e alguns defeitos

1. Deepak Chopra editado em Portugal

No próximo dia 10 de Maio , pelas 19.00, realiza-se uma conferência na Faculdade de  Medicina Dentária  de Lisboa com o lançamento de “  O livro dos segredos - Desvendando as dimensões ocultas da sua vida” da autoria de Deepak Chopra , edição Oficina do Livro.
Deepak Chopra, médico endocrinologista, fundador do Chopra Center for  Well Being, é um dos mais populares cientistas que promovem a fusão da medicina oriental com as mais antigas tradições das terapias orientais.

 2. Simpósio internacional de Qi Gong

Trata-se de uma forma de ginástica semelhante ao tai-chi, o que é quase tão esclarecedor como definir o sexo como ginástica para os rins.

Esta notícia destina-se a todos os leitores que já conhecem e praticam esta actividade. ( Um leitor conheço eu, e ele sugere que deve haver mais aí pelo marketing, em especial entre criativos publicitários )

De 19 a 22 de Maio terá lugar no Pavilhão Rosa Mota, no Porto,  um simpósio que conta com a presença do professor Zhang Guang De, fundador do SOYIN YANG SHENG GONG.

Inscrições:
R. Nª Sra. Fátima, 433 Porto  telf 22 6095706
dyp@daoyin-portugal.com
www.daoyin-portugal.com

3. Compre produtos naturais pela internet

Granja 57 Online é uma loja virtual com uma extensa variedade de produtos dietéticos e naturais que o leitor poderá encomendar sem levantar o rabinho diante do computador.  A ideia é boa e a variedade de produtos interessantes. O único senão está nos erros de ortografia de palmatória, tanto mais indesculpável quanto a maioria de tais calinadas se encontram na secção de produtos com veleidades terapêuticas. De facto, quando se vê palavras como “alcolismo”, “aterosclerose” e “celafeias”,  perguntamo-nos como é que entidades que comercializam produtos desta responsabilidade se permitem asneiras de tal natureza.
www.granja57.com

4. Medicinas complementares on-line

Aqui temos um site feito por profissionais competentes na área da saúde. Capitalizando na medicina chinesa e homeopatia, este site tem o apoio da Escola Superior de Medicina Tradicional Chinesa e de profissionais de homeopatia, osteopatia, fitoterapia e outros.

O site em questão  é www.vivanaturalmente.pt.

Responde a questões dos leitores e apresenta os produtos naturais mais recomendáveis para algumas doenças. E só aqui encontramos alguma objecção a pôr. Enquanto no exemplo anterior, o leitor clica em “celafeias” para conhecer quais os produtos mais indicados a fim de eliminar tão incómoda doença, já  no Viva Naturalmente o leitor depara-se com uma lista de produtos, cada qual benéfico para determinada situação. Isso obriga-o a percorrer um compêndio de botânica, do abacate ao zimbro, passando pela escrofulária-nodosa , funcho, tamarindo e urtiga branca, vendo para que é que cada uma delas serve, a fim de perceber qual a que mais lhe convém. Admitamos que é uma política propositada, para desencentivar a automedicação. O site recomenda-se.


22 - Marketing da felicidade

Pode a filosofia das energias alternativas chegar até ao marketing itself? Formas mais simples e naturais de apreciar a vida, de satisfazermos o ego  e de fidelizar clientes?
Parece que sim.

Que língua se fala no Brasil?  

Foi uma serie de coincidências curiosa.. Primeiro, dois textos no Truca: a crónica do Zé António Baço sobre como é diferente a felicidade no Brasil e a entrevista com o com o Professor Andrea sobre o Dia Internacional da Voz, no qual Portugal insistiu  em que se mantivesse a data da iniciativa surgida no Brasil, mas mudou o slogan.
O slogan do Dia da Voz, no Brasil  é “trate a sua voz com carinho”  O Professor Andrea entusiasma-se.: “ Isto dito em brasileiro,   pegou completamente e houve uma adesão total em relação a esta imagem. Neste momento representa, em todo o mundo, o Dia Mundial da Voz.”
( Pois, só que…) “Em português este slogan não soa tão bem. "Trate a sua voz com carinho" dito por um português não tem impacto nenhum. Acabámos por adoptar o mesmo espírito mas escolhemos "Cuide da sua voz" e acrescentámos uma coisa importantíssima: "oiça a sua voz".
Zé António Baço já fizera notar a diferença de temperamentos entre os dois povos quando lembrou que, lá, o aviso nas bebidas diz “aprecie com moderação”

 Os tempos estão a mudar

Mas parece que as coisas estão a mudar por cá e que apresentar a felicidade como consumer’s benefit de um produto ou serviço já não é visto como um “floreado” de brasileiros.
E aí temos o terceiro texto das coincidências, surgido no Público do dia seguinte. Há uma empresa de marketing que comercializa emoções. A empresa chama-se “ A vida é bela” e está a facturar em grande.

 E qual a actividade de uma empresa com um nome tão positivo? Vende produtos para fidelização de clientes, brindes e ofertas especiais. Mas, produtos um pouco diferentes do habitual.
Ouçamos António  Quina  no seu site www.avidaebela.com

 “Somos pioneiros no conceito de transformar experiências em presentes inesquecíveis. Porque sabemos que cada vez mais as pessoas valorizam as “emoções”, sensações únicas, fugas ao quotidiano, momentos de boa disposição, recordações inesquecíveis.

 Lazer, relaxamento, acção, divertimento, espanto, adrenalina. São páginas e páginas recheadas de sugestões espectaculares. São momentos e sensações de puro prazer. 

  A leitura do nosso guia é já uma experiência. Comece por aí. Depois fale connosco. Seja muito bem-vindo ao seu Guia de Experiências. Porque a vida são realmente 2 dias...”

Todos nós já trabalhámos contas de bebidas, carros, chocolates Mas nunca esperei encontrar uma empresa de marketing que vendesse experiências para um maior prazer de viver.
Já agora, António, em quanto é que me fica um jantar com a Sharon Stone?
Artur Tomé - arturgtome@hotmail.com


 21 - Recomendações pessoais

Por vezes há notícias que divulgo porque o tema parece interessante e envolve organismo ou personalidade minimamente credível. Outras vezes, como agora, faço-o quase por militância, mesmo quando ninguém me encomendou o sermão.

Vá assistir a um torneio medieval no Alentejo

E agora, para algo totalmente diferente, que tal ir assistir a um torneio medieval? Temos em Portugal uma Ordem que promove tais eventos
A Ordem organiza qualquer evento de recriação histórica, para qualquer entidade que o solicite e pague. Câmaras municipais, agentes culturais….
Já pensaram no original que seria um evento destes num daqueles encontros informais de empresas, nove meses antes de uma revoada de gravidez…?  
Para já, está a ser organizado um evento internacional no último fim-de-semana deste mês, em horário e local que não foi possível  precisar com exactidão até ao encerramento desta página.

Ordem da Cavalaria do Sagrado Portugal
Tel.: (+351) 265 53 78 70 / 91 761 10 30 Fax: 265 53 78 72
E-mail: info@ocsp.pt
Página Web: www.ocsp.pt
Obs.: Não se assustem com o “Sagrado”. O pessoal é fixe…

Astrologia, uma vez sem exemplo

Tinha avisado num dos primeiros textos de Energias Livres que astrologia era um dos temas que não seria focado nestas  páginas.
Mas a semana passada fiz um elogio  à personalidade de Nuno Michaels e o rapaz vai lançar a edição portugesa de uma revista de astrologia.
Aqui fica a notícia.

The Mountain Astrologer a principal e mais conceituada revista de Astrologia a nível mundial chega a Portugal através da Espírito do Sol. É uma revista bimestral com o valor de 9,50¤. Mês Abril/Maio
Já se encontra também disponível o número de Fevereiro/Março que tinha esgotado, neste número entrevista com Liz Greene.

Mais informações e venda:
Mª João Teixeira  93 6098774
espiritodosol@netcabo.pt
Mas em matéria de astrologia,  estamos conversados, valeu?

Uma entrevista a Prem Rawat via satélite

Creio que já referi que Prem Rawat corresponde a  uma recomendação muito pessoal. Transcrevo apenas a notícia recebida.
"Viagem Interior”, uma entrevista feita pelo jornalista Burt Wolf a Prem Rawat, também conhecido por Maharaji, vai ser apresentada em cerca de 120 cidades de toda a Europa, no dia 24 de Abril, às 16:30.

 "Viagem Interior” será apresentado em Portugal nos locais seguintes:
·      Hotel Dom Pedro Marina, Vilamoura, Algarve   
·      Hotel Costa da Caparica, Av. General Humberto Delgado 47, Costa da Caparica
·      Hotel Roma, Av. de Roma 33, Lisboa
·      Hotel Melia Gaia, Porto   

Este evento está aberto a todos, incluindo a novos convidados.
Veja uma apresentação em: mms://calixto.c.mad.interhost.com/EurComm/SPOT_Inner_Journey_PT.wmv http://calixto.c.mad.interhost.com/EurComm/SPOT_Inner_Journey_PT.wmv
(para visualizar este filme é preciso ter instalado o Windows Media Player)

Para mais informações sobre Prem Rawat e a sua mensagem, consulte www.elanvital.pt


20 - As crianças indigo estão entre nós

Sensíveis, intuitivas, criativas, algumas com capacidades paranormais, quase todas resistentes à imposição de autoridade e capazes de formular as suas próprias teorias acerca do mundo, as crianças índigo chegam com a missão de transformar a humanidade. São seres da nova energia, arautos da paz, mensageiras da luz. Estão a nascer em todas as casas e é importante aprender a reconhecê-las.
(Artigo publicado na Revista portuguesa "Pais e Filhos", da autoria da sua diretora, Inês Baptista.)

 Arthur Clarke escreveu há cerca de 50 anos um livro de F.C. chamado “Childhood’s end”, publicado na colecção Argonauta sob o título “ A idade do Ouro”. Nele um grupo de extraterrestres, com um corpo semelhante a demónios mas simpáticos e tecnologicamente muito evoluídos, assentou arraiais em vários locais do planeta, conviveu com os seres humanos, garantindo sempre que não iriam interferir com as suas vidas. Aos poucos, vários pais terrestres começam-se a aperceber de que eles vigiam os seus filhos e interferem nas suas vidas. Quando um dos pais protesta por tal facto ser contra a promessa que os invasores haviam feito, estes respondem “ Nós só prometemos que não interferíamos com a espécie humana”.

 O livro de Clarke prevê uma mutação  em que uma nova geração representa, literalmente, o fim da espécie humana.

 A teoria sobre as crianças indigo não vai tão longe. Tratar-se-á de uma evolução na continuidade. E, se no início deste texto recorro a uma citação, é porque não me quero arriscar a resumir em palavras minhas tudo o que se diz sobre estas novas gerações.

 Mas o leitor interessado tem agora ao seu dispor  dois livros editados em português sobre esta matéria.

As crianças indigo
Lee Carroll e Jan Tober
Editora Sinais do Tempo

 Crianças Indigo
Teresa Guerra
Editorial Angelonum – Novalis

 À data em que escrevo (sábado, dia 8) esta autora organiza um seminário sobre o tema.

As mensagens de Kryon

Muitas pessoas minhas conhecidas vivem fascinadas por esta teoria e, aparentemente, vários educadores e psicólogos por todo o mundo andam a trabalhar sobre o tema. Claro que  sempre achei que a minha filha  era especial e tinha capacidades e comportamentos que correspondem a estas características. Mas qualquer pai babado sente o mesmo em relação aos seus filhos.
Sucede, por outro lado, que, por detrás da teoria das crianças indigo, há um outro fenómeno mais interessante, que nos leva de volta ao trabalho de FC de Arthur Clarke.
Lee Carroll, o autor do primeiro livro indicado, vive há anos a canalizar mensagens de uma entidade chamada Kryon  cujo tema é a descrição dos vários estágios de evolução espiritual da Humanidade. e foi o dito Kryon quem primeiro falou nas crianças indigo ( e nas crianças cristal e em gerações de outras crianças  de outras cores e capacidades ).
Kryon é um ser evoluído, porta voz de uma sociedade de super-seres, orientadora da evolução da espécie humana ( não é um conceito novo: há décadas que muito se tem sussurrado nestes meios sobre a Grande Irmandade Branca, que teria idênticos objectivos )
Pessoalmente, os textos das conferências de Kryon são mais fascinantes que  o simples tema das crianças.  Como literatura fantástica, são teorias de qualidade hipnótica. E o impacto social que tais teorias e sessões públicas de canalização da mensagem estão a ter por esse mundo fora, é um fenómeno social digno de estudo.
Mais informação sobre estas mensagens e o seu autor em
www.kryon.com

Quê? Se eu acredito? Não.

Feed-back precisa-se

As Energias Livres estão a ser escritas por um copy de marketing directo, o qual, como todos os criativos sabem, tem manias próprias. Um criativo normal, produzindo um trabalho, só fica feliz quando ganha um Leão em Cannes. Um criativo de marketing directo, quando lança uma campanha, só fica satisfeito com uma alta taxa de respostas.
Tudo isto para dizer que gostava de:

·      saber quem são os meus leitores e quais os temas que gostariam mais de ver desenvolvidos ( energias alternativas, agricultura e nutrição, terapias complementares );

·      receber colaboração de leitores sobre temas da sua experiência ou prática pessoal;

·      receber qualquer comentário ou opinião, só para sentir para quem estou a falar, para lá das estatísticas que o Luís me fornece.

 Obrigadinho.
arturgtome@hotmail.com


 19 - Do papel higiénico preto às massagens com caviar

 “Apesar das alternativas”, como ironizou o Luís Gaspar, aí estive eu com uma gripezita. A propósito, aposto que, na passada semana, os técnicos do Instituto de Meteorologia  também chegaram ao trabalho com o chapéu de chuva a pingar. É a vida, como diria o outro.
Por causa da dita gripe, ficou por responder um desafio do  Luís  para eu comentar uma serie de listas de recomendações terapêuticas, da autoria dos mais diversos  profissionais de saúde. A fazer recordar aqueles artigos de revistas digest de marketing ou terapia familiar, tipo: “12 regras de vestir para ser um executivo de sucesso ”, ou “ 7 sinais de que ele a  trai com a sua melhor amiga”.
Poupa-me, Luís, por favor. A recomendação ideal sobre como gozarmos a vida em pleno e como nos darmos bem com todos foi exposta há 2 mil anos: “Amar a Deus com todo o teu coração e ao próximo como a ti próprio”. Atendendo ao sentido prático de quem o enunciou, o “Amar a Deus “ pode ser lido como “Amar a Vida”, sem quaisquer  conotações genuflectóricas ou metafísicas.
A propósito, sem querer soar muito iconoclasta, já repararam que as diversas variações da “Lei de Deus”, não passam de um código civil, que podem e devem ser acatados por  qualquer cidadão minimamente responsável, mesmo que seja ateu? Não roubar, não matar, não prestar falso testemunho… Pode haver variações, normalmente sobre limitações sexuais e gravidade dos castigos pelas respectivas infracções, mas, fora isso, nenhuma pista lá se encontra para nos aproximarmos de Deus.

Adiante.

Terapias pornográficas

Foi uma semana com dois terramotos. Um na Indonésia e outro na Renova que lançou o seu papel higiénico preto, para consumidores com maior consciência de design para o lar. Foi também a semana em que tropecei  num suplemento sobre SPAs e as terapias alternativas que aí se podem encontrar (in revista Visão de 31 de Março).
De comum a muitas das propostas é a combinação de soluções que nada têm a ver umas com as outras. Em especial, a cromoterapia misturada com massagens. Assim descobri haver massagens com argilas coloridas. “O terapeuta traça o diagnóstico prévio através de um mapa, com base no ano de nascimento, que vai encontrar o elemento mais predominante da pessoa, e, desta forma, os órgãos que poderão estar afectados” (sic!). O tratamento fica por uns módicos 80 euros e dura cerca de 1h 30m..
Uma pechincha, se compararmos com o Swiss Bliss, uma massagem de 3 horas no SPA de um hotel de luxo da Lapa, que fica por 260 euros mas dá direito a massagem com extractos de caviar.
Até nas instalações de um clube de futebol se pode receber Reiki, mas nem o local, mais proletário face aos hotéis de luxo, obsta a que uma hora de tratamento fiquem por 60 euros ( o dobro do praticado normalmente por qualquer terapeuta ). E, no texto que acompanha tal solução, sou informado  de que, entre as vantagens proporcionadas  pelo Reiki se conta “ o aumento da frequência vibratória do corpo”.
Oh meus amigos-zz  reikianos ! Usem toda a liberdade poética que quiserem para descrever as vantagens do Reiki. Mas a terminologia científica deve ser usada com o maior rigor e não se compadece com poesias dessas.  Essa frase faz-me imaginar uma sessão de Reiki em que o corpo do paciente “aumente a sua frequência vibratória” e se ponha a vibrar na marquesa…Um susto.

A agulha no palheiro

Mas nem tudo foi negativo nessa semana. Ao fazer zapping na TV, apanho aquele programa da SIC Mulher, apresentado por uma senhora brasileira repolhuda, que é o meu ódio de estimação. O entrevistado era um puto novo, pontuando as frases com mãos de pianista e foi talvez a segurança das mãos e a coerência do que dizia que me fez evitar mudar de canal.   
O rapaz chama -se Nuno Michaels e conseguiu fintar todos os lugares comuns sobre energias que normalmente se ouvem naquelas conversas. Astrólogo de profissão , o seu discurso está a anos-luz das Mayas da nossa praça.

É com todo o prazer que recomendo aos leitores de Energias Livres uma visita ao site do Nuno em
http://nunomichaels.no.sapo.pt/
Artur Tome Arturgtome@hotmail.com


18 - Tempo de antena

As mensagens que seguem são da exclusiva responsabilidade dos anunciantes. Sobre as Constelações remeto o leitor para os textos 1, 2 e 16 de Energias Livres. Sobre a terapia sacro-craniana, falaremos no fim.

Anunciante 1

Workshop
Constelações Familiares


02/04/2005 (sábado)

No workshop os participantes observam, representam pessoas de outrasconstelações familiares ou exploram suas próprias dinâmicas familiares ajudando o facilitador a demonstrar como o amor, mesmo se injuriado ou mal direccionado pode ser transformado em uma força que cura.
Os participantes saem do workshop com uma profunda compreensão de si mesmos, do poder do amor e das forças que governam os relacionamentos humanos.
Ideias básicas:
* Emaranhamentos nos destinos de outros membros da família, frequentemente em uma ou duas gerações anteriores;
* Sentimentos frequentemente assumidos através de uma identificação com uma outra pessoa (sentimentos emprestados);
* Direito de pertencer;
* Necessidade de equilíbrio (entre o dar e o receber);
* Existem muitas indicações que os mortos atuam sobre os vivos, ou de um modo maléfico, se são excluídos ou temidos, ou de modo benéfico, se são chorados, honrados e depois deixados em paz.
A Constelação Familiar traz à luz onde estão os emaranhados e quais são os passos que conduzem à solução.

Orientado por :
Paula Guerras de Matos
- Psicóloga há 20 anos, tem experiência na área de recursos humanos e
clínica.
- Trabalha como psicoterapeuta corporal em Biossíntese.
- Orienta Workshops de Constelação Familiar desde 2003.
Formação em Terapia Sistémica de Constelações, tendo participado em
trabalhos com:
Jakob Schneider, Sieglinder Schneider, Lorenz Wiest, Joachim Vierrege, Francs Rigger, Francs Ruppert, Ingala Robl, Erika Mimansa Farny e Rainer Kildau.
Informações:
Data: 02-Abril-2005
Horário: 10H às 18H30
Local: HOTEL SABÓIA
Rua de Belmonte,1
Monte Estoril

Preço: € 40
Favor fazer sua reserva

Tel.: 21 457 2414
Tlm.: 93 286 2390
Email: p_matos@hotmail.com
Espaço Psi
Av. Maria da Conceição, 49 - r/c B
2775-605 Carcavelos

Anunciante 2

Constelações organizacionais


No seguimento dos bons resultados obtidos no nosso workshop do passado dia 5 de Março, temos o prazer de anunciar o próximo, que será realizado no dia 3 de Abril (Domingo).
Nos últimos anos, tem havido um crescente aumento de interesse na aplicação da teoria sistémica (método Bert Hellinger) e das constelações organizacionais, em todo o mundo .
Os recentes desenvolvimentos nesta área têm levado à descoberta de novas formas de análise de como as organizações evoluem e se desenvolvem com sucesso. Através de uma utilização habilidosa das constelações organizacionais, conseguem-se descobrir dinâmicas escondidas que se encontram em funcionamento nas organizações.  Problemas complexos podem ter soluções muito simples.
Empresários, gestores e consultores estão-se a tornar cada vez mais curiosos e intrigados com as soluções encontradas, sempre que são utilizadas as constelações organizacionais e o pensamento sistémico.
Gostaríamos muito de contar com a vossa presença e, dentro da medida do possível, agradecemos a divulgação desta iniciativa entre os vossos colegas e amigos.

No fim da página, poderão encontrar um folheto com todos os detalhes do workshop e áreas de aplicação. Se pretenderem imprimir o folheto com mais qualidade, agradecemos que nos contactem para o podermos enviar em formato PDF.
DATA:  3 de Abril (Domingo)  das 10:00 às 18:00
LOCAL: Hotel Riviera ****   -   Carcavelos
PREÇO: 50 euros
RESERVAS: por email, fax (214 658 301) ou para o telefone: 917 225 317.

Cecilio Regojo
email:    systemic@talentmanager.pt

Anunciante 3

Terapia sacro-craniana


A terapia sacro craniana é uma terapia manual suave, relaxante e não agressiva, e no entanto uma excepcionalmente eficaz forma de tratamento. Através de uma leve manipulação que incide sobre os “diafragmas”, coluna e sistema cranial, procura-se detectar e corrigir desequilíbrios no sistema nervoso central, frequentemente responsáveis por disfunções neurológicas, mecânicas e intelectuais.
Sendo o sistema nervoso central a origem do controle e comando de todas as funções orgânicas, é fácil entender como o seu bom funcionamento afecta todo o nosso organismo.
Entre as muitas situações em que esta terapia pode desempenhar um papel importante de alívio ou mesmo como coadjuvante da cura, destacam-se as dores de cabeça agudas ou crónicas (enxaquecas), alterações ao sistema nervoso tais como stress, fadiga crónica, ansiedade e depressões (muito eficaz no auxilio da resolução da depressão pós parto), fibromialgia, problemas da coluna vertebral, dificuldades de coordenação motora, autismo, paralisia, dislexia, dores menstruais, hiperactividade, etc., etc.
Por proporcionar o melhoramento do funcionamento do sistema nervoso central (auxilio na remoção de constrições ou bloqueios), a terapia sacro craniana acelera os processos de cura natural do corpo.

A terapia sacro craniana pode ser utilizada juntamente com qualquer outro método terapêutico, não tem praticamente contra indicações e procura sempre criar um equilíbrio energético que proporcione o bem-estar do doente fortalecendo o seu sistema imunológico.
Largamente difundida mundialmente é nos EUA e Europa onde tem maior reconhecimento sendo comparticipada nalguns países quando utilizada por terapeutas devidamente qualificados e reconhecidos pelo Instituto Internacional da Florida.

Henrique Tabot
Consultas de TSC em Lisboa, Alvalade
Marcações pelo telemóvel 96 241 1315

henriquetabot@netcabo.pt


Para mais informações sobre curriculum profissional, a terapia e as suas indicações ver http://sacrocraniana.no.sapo.pt/
e http://www.upledger.com/home.htm

Coluna vertebral e saúde
Confesso que hesitei antes de publicar este último anúncio. Claro que uma coluna flexível é condição básica para uma coluna saudável, É por entre as apófises vertebrais que passam vasos e nervos que vão alimentar orgãos fundamentais para o bom funcionamento do nosso corpo.
Curiosamente, esta é uma área que a medicina tradicional descurou um pouco. Como se a massagem correctiva fosse um acto médico below the line, deixando-a para enfermeiros fisioterapeutas ou intervindo só na mesa de operações. Isso deixou mercado aberto a várias terapias alternativas, desde os endireitas do tempo dos nossos avós até aos osteopatas (especialidade mais aceite pela medicina convencional), especialistas de shiatsu ou massagem ayurvédica.
A hesitação foi pensar se não estaria aqui mais um movimento a descobrir a pólvora. Faz-me recordar toda a sucessão de modas de database management, direct marketing, marketing relacional, one-to-one, etc….. .
Depois pensei que uma má coluna pode implicar dores atrozes e incapacidade de movimentos. Nunca é demais apresentar ao doente todas as pistas possíveis.


17 - A procura envergonhada

Alguma vez teríamos de tocar no tema religião nestas páginas. Muito dos movimentos e terapias aqui referidos são considerados não só um atentado às terapias convencionais (as que são subvencionadas pelo Estado, aviadas em farmácias e incluídas num plano de saúde de qualquer seguradora) mas também vistas como cultos concorrentes da Igreja (considerando-se como tal uma sociedade de pessoas que segue um Livro e respeita os seus intérpretes oficiais).

Vamos começar então por definir o que é religião.

Sucede que há duas interpretações de tal conceito, com duas atitudes face à vida, individual e social, totalmente antagónicas. Claro que, etimologicamente, religião quer dizer re-ligare. Tal como Yoga (jugo), significa o acto de ligar a consciência física, individual, a outra mais universal, que a transcende e completa.

Cada um de nós teve essa procura e tentou esse encontro num ou noutro momento da vida. A frustração levou ao cinismo anti-religioso ou ao refúgio num credo eclesiástico. Sendo uma inquietação tão comum, é curioso que tão pouco falemos sobre ela. Se o leitor se reconhece neste comentário, saiba que tal sentimento é mais generalizado do que pensa.
Não é conversation piece socialmente correcta, não é tema sobre o qual se discuta ao fim da tarde ao balcão de um bar, mas todos nós passamos e passámos por ela…
Várias figuras, ao longo da História, apelaram a tal busca e à realização de tal fusão. Krishna, Buda, Lao-Tse, Cristo, Francisco de Assis… Baseadas nos seus ensinamentos, foram surgindo Autoridades que interpretam as suas palavras e encaminham os seus devotos.

Religião e Igrejas

E aí temos dois conceitos de religião: a procura individual do transcendente e eterno em nós, algo tão íntimo que temos pudor em falar sobre ela, e o seguimento de uma autoridade, com os seus códigos de comportamento (vestuário, nutrição, sexual). Sendo que, quem opta pela segunda via parece dispensado de tal procura individual em vida. Não só dispensado como desmotivado: os heróis que tal caminho seguiram são sempre apresentados como mártires, vivendo na maior pobreza e falta de higiene ou morrendo de forma violenta.

Aqui, nas Energias Livres, chama-se religião à procura individual do que de mais básico existe em nós, o tic-tac que nos mantém vivos, a raiz natural e intocada, a flor de lótus no lodo. Como processo individual que é, não tem plural. Não admite escolas, linhagens ou catecismos.

Igrejas são instituições que têm por objectivo prometer o prazer do encontro com Deus, normalmente após a morte do corpo, e caso o indivíduo siga uma série de preceitos em vida, normalmente relacionados com a renúncia à maioria dos prazeres ( em particular o prazer sexual ), para além da adesão a uma série de códigos de conduta social, que pode ir do penteado e vestuário até ao regime alimentar.

É uma diferenciação preconceituosa e exagerada? É, sim senhor, mas ajuda a demarcar atitudes nesta matéria..

Todos diferentes, todos iguais

Claro que cada Livro parece contar uma tradição e falar de experiências totalmente diferentes. Se dermos desconto ao enquadramento cultural de cada uma, talvez as diferenças não sejam tão grandes como isso.
Desde novo que a semelhança entre as rosáceas e as mandalas me despertaram curiosidade. Mas outras coincidências surgem ao longo de diferentes tradições.
Por exemplo, o Novo Testamento fala de uma reunião dos apóstolos onde os céus se abriram e línguas de fogo desceram sobre as suas cabeças. Olhando para esta imagem, parece uma ilustração de tal acontecimento. Só que os presentes nesta reunião são muçulmanos. E a imagem surge num site sobre Kudalini, onde são reproduzidas imagens de vários seres humanos, em vários enquadramentos culturais, com uma chama na testa.
O site em questão encontra-se em
http://www.sahajayoga.asso.fr/infos_sahaja-yoga/sahajayoga_kundalini.htm
Voltaremos a este assunto brevemente
arturgtome@hotmail.com


16 - Respostas sem pergunta

"The Hitchicker's Guide To The Galaxy" é um projecto de Douglas Adams que começou como programa de rádio, passou a livro e se tornou uma lenda de culto que anda há que anos para ser adaptado ao cinema. Há por aí um trailer que não adianta muito…
A história é mais ou menos assim:
Algures no Universo, uma civilização decidiu criar um computador que pudesse responder à grande questão sobre Deus, o Universo e Tudo o mais. O projecto teve a oposição do Grémio dos filósofos e psicanalistas lá do sítio, que viam os seus empregos ameaçados. Uma vez construído, o computador anunciou que, sim senhor, podia computar tal resposta mas que isso ia levar tempo – uns milhares de anos.
O tempo passou e, finalmente, o computador anunciou ter encontrado a resposta: quarenta e dois.
Só face a tal resposta é que se percebeu que ninguém sabia qual era a pergunta. E para a definir foi construído outro computador maior – a Terra – que processaria a resposta dentro de alguns milhões de anos.
Quando a resposta está prestes a ser calculada, uma esquadra dos terríveis Vogons, cujo comandante é manipulado pelo seu psiquiatra privativo, arrasa a Terra com um pretexto fútil.

Constelações organizacionais

Lembrei-me do Hitchicker a propósito de um mail enviado para Energias Livres anunciando um seminário de Constelações Organizacionais para sábado, dia 5. Não havendo possibilidade de o publicitar a tempo, deixo os leitores com o texto de apresentação recebido e com os respectivos contactos, após o que voltaremos à questão das respostas sem perguntas.

“ Muitos de vós já conhecem as Constelações Familiares, um método desenvolvido por Bert Hellinger nos anos 80 e que tem tido um grande sucesso internacionalmente.

“ Com este método, conseguem-se descobrir estruturas e padrões nas dinâmicas familiares de um individuo. Também se analisa como os membros da família (e seus antepassados) estão presentes nessas dinâmicas, influenciando profundamente os sentimentos e até mesmo a saúde do individuo.

“ Olhando para o sistema familiar através de uma visão sistémica, consegue-se perceber a "teia invisível" na qual um indivíduo se encontra “enredado”: é o primeiro passo para a resolução do problema.

“ Há menos de 10 anos, fizeram-se as primeiras experiências de aplicação desta técnica em organizações e empresas. Na realidade, com algumas pequenas adaptações no método e com uma abordagem diferente, comprovou-se a sua validade com resultados surpreendentes.

“ Criou-se assim uma nova linha na abordagem sistémica para aplicação nas organizações e nas empresas que se designa por Constelações Organizacionais. A sua aplicação prática é muito variada: 

* Processo de decisão
* Gestão de conflitos
* O seu lugar na empresa
* Supervisão
* Clarificar objectivos
* Desenvolver uma estratégia
* Verificar a coerência da estrutura de uma organização
* Preparar negociações
* Integração após uma fusão ou compra de uma empresa
* Empresas familiares
* Testar projectos ou mudanças nas empresas
* Diagnóstico do funcionamento de uma empresa ou organização,
* etc.).

“ É nesta linha que vamos organizar um Workshop para mostrar esta técnica e as suas possibilidades, no qual gostaria de poder contar com a sua presença. Se assim o desejarem, agradecemos que divulguem esta iniciativa entre os vossos amigos e colegas.
……
“ Vamos também enviar um outro email com mais informação, incluindo um folheto com os detalhes do workshop. Se necessitar de mais alguma informação, agradecemos que nos contactem.

Cecílio Regojo
Talent Manager, Lda
Praceta Alto da Milha, 143
2765-298 Estoril  -  PORTUGAL
Mobile:   +351 917 225 317
Telf:        +351 214 671 215
Fax:        +351 214 658 301
email:    cregojo@talentmanager.pt

Fica o recado dado. A minha experiência pessoal nesta área diz respeito apenas às Constelações Familiares, pelo que não posso avaliar, a priori, do valor deste seminário. Posso, no entanto, sugerir que o eventual interessado nesta matéria tome contacto prévio com um programa de Constelações Familiares, para se aperceber mais facilmente das possibilidades e limites desta nova corrente de análise e terapia pessoal. Lá em baixo, no 1º texto de Energias Livres tem um contacto para o efeito, mas posso recomendar igualmente uma consulta a
http://www.portais.org/_fc/index.htm

Coleccionismo new age

Novas terapias, novas formas de respirar, de meditar e até de arrumar a casa, todo um universo novo para o consumidor que frequenta seminários e cursos de Reiki, de karuna, de ioga, de Feng-shui, de massagens… para quê`?
Saber qual a pergunta a que queremos responder ajuda muito a encontrar a resposta. Claro que há, muita vez, uma procura de alívio para problemas fisiológicos e psíquicos para os quais parece não haver solução nos meios médicos oficiais. Mas há também muito de refúgio da vida, um querer vogar num mudo sem crises nem problemas, onde tudo corra à medida dos nossos desejos, ou de um mundo onde nem precisemos de ter desejos para vivermos em paz.
Há 30 e tal anos atrás, ouvi o Professor Celestino da Costa comentar essa atitude numa aula de Química Fisiológica:
“ A vida é uma constante reacção química entre ácidos e bases, para atingir um equilíbrio químico. Quando tal se verifica, o organismo morre.”


Textos de 1 a 15 aqui