por Artur Tomé

 


15 - A terceira via da cura

Lembram-se do livro “Tudo pode ser curado”, recomendado num dos primeiros textos desta secção? Falava de centros energéticos chamados chacras, interligados por dois meridianos, os nadis, de como a energia fluía ao longo deles e das doenças que eventuais bloqueios nesses circuitos provocavam.
Os conceitos eram ridicularizados por qualquer estudante de medicina ou por qualquer leitor com uma mentalidade mais racional como patacoadas new age.
Bom, substituam chacras por gândulas endócrinas, substituam os nadis por simpático e parassimpático, substituam as autoridades tibetanas por laboratórios clínicos topo de gama e descubram um novo livro que diz o mesmo, apenas com outro enquadramento cultural.
O livro chama-se “Curar”, com o longo subtítulo de " o stress, a ansiedade e a depressão sem medicamentos nem psicanálise". O autor é David Servan-Schreiber, psiquiatra, filho do autor de “Le Défi Americain.”

Amar faz bem á saúde

É um livro curioso porque, do meu ponto de vista, claro, faz a ponte entre propostas de terapias new age e a ciência moderna, em especial neurologia, na linha de investigação do António Damásio. Não sei se o Damásio ficará muito entusiasmado com este livro e, curiosamente, a minha costela científica não ficou muito satisfeita com o tratamento da obra
Este livro fornece informações úteis para muitos leitores que possam relacionados com doenças crónicas ou depressão, quer directamente, quer em familiares ou amigos. Resumindo citações infindáveis de estudos em universidades e centros de investigação hospitalar, o corpo, desde que lhe dêem condições óptimas de funcionamento, sabe auto-reparar muitas das avarias graves de que sofre. Ter afectos faz bem à saúde. E praticar exercício físico também. Não esquecer uma alimentação correcta. Os alimentos processados industrialmente podem tornar recomendáveis suplementos vitamínicos. Muito aconselhável e urgente a ingestão de ómega-3.

A descoberta da pólvora

O leitor, e especialmente a leitora, já ouviu estes conselhos em montes de suplementos dominicais e soam-lhe a banalidades?
Parece que isto só é novo porque indica uma “terceira via” em medicina , entre a corrente alopática do “tens sintomas? toma lá um fármaco” e as terapias alternativas new age .
O livro vai ser um “ eu não dizia?” de todos os terapeutas alternativos.
Foca a inteligência emocional e a redescoberta de como os traumas e bloqueios emocionais interferem no funcionamento do corpo ( com montes de exames com eléctrodos, electrocardiogramas, TACs cerebrais, etc.). O facto de tal verdade ser a base do Reiki e da maioria das terapias alternativas, fez-me sorrir. E a importância da alimentação correcta no equilíbrio psicológico de cada um ( Francisco Varatojo vai-se sentir vingado dos ataques que tem recebido, os consultores dietéticos do Celeiro vão sorrir ). E redescobre o valor terapêutico daquilo que, entre a minha gente, se chama visualização criativa.
O autor até tem um site na net, sobre os temas do livro.
www.guerir.fr
De positivo, isto parece-me um sintoma de como a medicina se está a virar para o doente, para o facto de que é mais importante para a cura o médico ouvir o doente do que o olhar através de exames e resultados de análises. E a redescoberta da pólvora quanto ao facto de, para alguém que está doente, nada ajudar mais à cura do que haver gente que goste dele e ele ter a seu lado gente de quem gosta.


14 - Vamos falar de Reiki

É o movimento em crescimento mais explosivo, hoje em dia, na área das terapias alternativas. Tendo sido criado ( ou recriado, voltaremos a este assunto mais tarde) em finais do século XIX no Japão, trazido para o Ocidente em finais da 2ª Guerra Mundial, apenas com poucas dezenas de mestres a ensinar e a administrá-lo no Ocidente até 1970, apresenta agora dezenas de mestres formados todas as semanas, por todo o mundo. Hoje, qualquer leitor destas páginas conhece um familiar ou amigo que pratica Reiki em qualquer dos seus três níveis.
Para quem tal situação irrita ou intriga, aqui vão alguns elementos sobre Reiki.

Reiki e gatos
Numa definição muito superficial e incompleta, Reiki é um método de tratamento pela imposição das mãos. Definição superficial, porque o que conta não é a posição das mãos mas mais a atitude de quem canaliza Reiki e de quem o recebe. Definição incompleta, porque o tratamento de problemas de ordem fisiológica ou psíquica é um efeito colateral do Reiki, sendo o seu objectivo primordial o desbloquemento do que possa obstar ao normal funcionamento do organismo.
Para um observador céptico, os benefícios de uma sessão de Reiki, quando se verificam, não passam de um efeito psicossomático. Deixando para segundas núpcias o menosprezo intelectual pelo termo psicossomático, gostaria de apontar o exemplo dos gatos.
Se estamos a praticar Reiki numa casa onde haja um gato, ele vem a correr e enrosca-se muito sossegadinho em cima da pessoa que estiver deitada a receber.. Mesmo que seja alguém que ele não conheça. E se tentarmos tirá-lo dali e fechá-lo numa sala ao lado, o bicho arma um tal cagaréu a tentar arrombar a porta, que temos de nos render, abrir-lhe a porta e deixar que ele receba Reiki com quem estiver deitado.
Ah, e há o cuidado a ter com o horário de remédios. Não se deve dar Reiki a quem acabou de tomar um remédio, especialmente um analgésico ou calmante. Porque, nesse caso, o remédio não funciona. É como se a limpeza do Reiki funcionasse tipo “for a de cena quem não é de cena” e, perante químicos estranhos ao organismo, acelerasse a sua eliminação não dando oportunidade ao organismo de os assimilar.
Bom, reconheço que comecei a explicação pelo meio ( foi um truque literário propositado, para ajudar a captar o interesse do leitor ).
Comecemos agora pelo princípio.

As origens do Reiki
Comecemos pelo nome. Rei (universal), ki (energia). Reiki traduz-se por energia universal. Por aqui não vamos longe.
Em meados do sec. XIX, um japonês, de nome Mikao Usui, começou a estudar a capacidade que muitos humanos têm de ajudar a curar outros e a si próprios pela imposição das mãos. E criou
( redescobriu, divulgou, uma das muitas questões em aberto ) um sistema para acordar esse potencial em cada ser humano. A sua prática e o seu ensino ficaram restritas ao Japão até que, na década de 1930, Hawayo Takata, uma senhora havaiana , foi ao Japão em busca de tratamento para a sua doença.
Curada ao fim de algum tempo, a senhora Takata tornou-se na primeira mulher mestre de Reiki e regressou ao Haway. Aí começou a divulgar o Reiki e a formar novos praticantes.
Mas havia um problema. Mikao era japonês e a aversão do povo americano a tudo o que tivesse origem no Sol Nascente era grande . E a senhora Takata, cidadã americana mas de feições e nome a cheirar a Japão, para fazer com que o Reiki fosse aceite, “ocidentalizou” a biografia de Usui. Assim, o fundador do Reiki tornou-se num pastor cristão, professor universitário, que procurou descobrir os métodos de cura de Cristo e Buda. Aceite-se a pureza das intenções da senhora Takata e o seu esforço na propagação do Reiki no Ocidente. O certo é que a “biografia oficial” de Mikao Usui, ainda ensinada em muitos centros de Reiki, é pura lenda e uma piedosa mentira. O que, insista-se, não retira valor nem ao fundador do Reiki nem à sua divulgadora no Ocidente.

Uma vez que o Reiki não é um ensino ou actividade supervisionado por um único Mestre, e que cada Mestre pode formar outros Mestres entre os praticantes que iniciou ( no Reiki chama-se sintonização à iniciação nesta prática ), o número de praticantes tem um crescimento geométrico mais rápido do que o que se verifica, por exemplo, nas artes marciais.
Por outro lado, havendo um ensino e uma prática comum a todos eles, cada Mestre assimila este método à sua formação cultural própria, o que faz do Reiki o mais ecuménico dos movimentos espirituais.

Para mais informações sobre Reiki
Voltaremos a este tema em próximos textos ( há imenso pano para muitas mangas…) Por hoje, deixamos o leitor interessado em mais documentação com dois sites nacionais
www.move.to/reiki
site do casal Sandra e Jorge Ramos, mestres de Reiki
www.maosdeluz.com
site de outro casal de mestres de Reiki, Artur Guerra e Cristina Rodrigues
Em ambos os sites encontrarão informação e links sobre outras matérias e tratamentos.


13 - The Gaia Group

Esta semana estou de folga, melhor, em abstinência redactorial, para me penitenciar das gralhas com que tenho mimoseado os leitores nestas semanas.
Prometo ser mais cuidadoso e profissional de futuro, mas, por hoje, passo a palavra à leitora Cristina Monteiro e à sua interessante dica sobre The Gaia Group.
Agradeço igualmente à Cristina o texto que transcreve.
Obrigado e ficamos à espera de mais colaboração.
Artur Tomé

"Entrei por acaso, depois de uma pesquisa no google sobre a Associação Amara, e terminei com vontade de perguntar se vocês conhecem The Gaia Group. Trata-se de um grupo de arquitectos ecologistas com projectos de casas extraordinários, que reduzem o impacto ambiental e utilizam energias renováveis, os quais relacionei com o artigo sobre o World Wide Fund.

www.gaiagroup.org

Nunca escrevi nada que tivesse de ser publicado, mas tenho muito interesse em assuntos que envolvam bem-estar e harmonia, seja sob a forma de auto conhecimento, energias renováveis e casas saudáveis ….Assim, envio-lhe uma tradução de um trecho do livro The Natural House Book, de David Pearson, um 'Gaia Original', para seu conhecimento.
Cristina Monteiro”

Ciclos Vitais

“Quanto mais sabes menos precisas” – antigo provérbio aborígene australiano.
Animais, pássaros e insectos respondem a uma proporção de estímulos naturais muito maior do que as pessoas. Golfinhos, baleias, borboletas e muitas outras criaturas conseguem detectar energia electromagnética e utilizam este “supersentido” para navegar e guiá-los nas suas rotas migratórias. Para lá do nosso espectro visível, os insectos usam os ultravioletas para identificar quais as flores que necessitam e as cobras usam infravermelhos para detectarem a sua presa. Mesmo não possuindo capacidades sensoriais tão desenvolvidas como estas, os nossos sentidos já foram num tempo passado, muito mais aguçados.
A nossa migração para dentro de casa, longe da vida selvagem e para dentro das cidades, junto com os efeitos da poluição, entorpeceu os nossos sentidos, assim como alterou a ênfase que lhes atribuíamos. Num mundo mergulhado no barulho, ar desagradável e maus cheiros, e dominado pela poluição visual, TV e publicidade, tornámo-nos grandes dependentes da visão e relevámos as informações sensoriais vindas do olfacto e audição (abandonámos as subtis mensagens electromagnéticas às quais ainda deveríamos ser sensíveis). Estas ausências sensoriais fizeram sentir-se nas nossas casas.
Enquanto as planeamos e decoramos com meticulosos cuidados, começamos também a enche-las de vapores químicos não detectáveis e poluição eléctrica, deixando-nos desorientados, confusos e frustrados.
No passado, quando o nosso trabalho nos despertava para os ciclos vitais de ar, água, sol e solo, tratávamo-los com dádivas dos deuses. Nalgumas culturas de hoje ainda é o que acontece, e os sistemas naturais são agraciados respeitosamente e acarinhados – não de uma forma abstracta ou ritualista mas simplesmente trabalhando com eles, respeitando-os e integrando-nos. O mais importante é todos nós (como individuais e sociedades) aprendermos a traçar um caminho que não entre em conflito mais tarde, com os ciclos essenciais de que toda a vida depende.
As nossas cidades e as nossas casas são parte integrante destes sistemas vitais. Devemos encontrar forma de desenhá-las e adaptá-las a usar o ar, água e energia mais eficientemente enquanto geram menos poluição. Alguns anos atrás, esta preocupação deve ter parecido marginal, mas hoje é essencial e deverá ser uma prioridade maior para todos nós.

Calendário de actividades alternativas

No meio de todos este ambiente de modos de vida alternativos generiamente referidos nestas páginas, poucas são as instituições e instrutores que eu recomende a 100%. Uma dessas raras instituições é o Instituto Macrobiótico de Portugal e Francisco Varatojo, o seu fundador, um desses raros instrutores. A ajuda prática que aí encontrei num momento difícil para a minha família merece toda a minha gratidão e respeito.
O IMP promove diversos cursos e encontros cujo calendário pode encontrar aqui: http://www.e-macrobiotica.com/novevent/seminarios.htm#INTRODU?O_?PERMACULTURA


12 - Análise de marketing do Código da Vinci

Até o Jornal de Letras se rendeu e, na última edição, traz um estudo sobre este fenómeno editorial.
300.000 exemplares vendidos só cá em Portugal, é obra. E, pela experiência de quem o comprou, cada livro é emprestado a uma média de 4 pessoas que o devoram num instante.
Confesso que li o livro em dia e meio e que acho tratar-se de um excelente exemplo de artesanato literário. O que é muito diferente de o considerar um bom livro. Explico as razões desse apreço em http://eternalm.blogspot.com por se tratar de um blog de e para estudantes de literatura ( gosto de ser provocador)
Aqui, no Truca, acho que está na altura de nós, profissionais de marketing, pormos de parte a discussão sobre o valor intrínseco da obra e nos debruçarmos sobre o marketing do fenómeno.
Porque é que o sacana do livro vende tanto? Que posicionamento é este, que tem um mercado tão vasto? Qual o consumer’s benefit que este produto oferece?

A ascensão do matriarcado
Se o leitor fizer scroll down, encontrará no primeiro artigo das Energias Livres um texto de Teodore Sturgeon que, como génio da ficção científica que foi, já pressentira o fenómeno na década de 60. O fenómeno exotérico da luta pela igualdade de direitos dos sexos e da libertação da mulher, trouxe consigo a pílula, mulheres camionistas e o domínio das políticas da educação por elas.Paralelamente, surgiu um fenómeno esotérico, com o recrudescimento das religiões da natureza, terapias doces e toda a parafernália divinatória da astrologia, tarot e numerologia
( as mulheres gostam muito de saber O-Que-Vai-Acontecer ).
E o que é que toda a gente que quer ler o livro, e todos os que o atacam sem o ter lido, sabem sobre o Código da Vinci? Que revela ter Cristo sido casado com Maria Madalena.
Ora, se estiverem atentos aos comentários de quem apreciou o livro e se entusiasmou com esta revelação, verificam que a euforia não se deve à suposta humanização de Jesus mas sim à divinização de Madalena, apresentada como sucessora de Cristo e chefe da sua Igreja.
Sente-se aqui como que um sentimento de Desforra, face à atitude das Igrejas
( em especial a católica ) para com a mulher e a sexualidade.
Foi Eva que desviou Adão.
Durante séculos a mulher não teve alma.
Era a fonte de todo o desejo de pecado no homem.
Pois agora, uma mulher tinha um filho de Cristo e era cabeça dos seus discípulos.
Toca a comprar o Código.
( Aqui entre nós, esta revelação é um segredo de Polichinelo por quem se interessa minimamente por História das Religiões. Em qualquer bom alfarrabista é possível, há anos, encontrar-se evangelhos de Maria Madalena e de outros apóstolos . O meu preferido é o de Tomé, com quem comungo o ver para crer e que, da vida de Cristo, se limita a citar o que ele disse. )

Da Vinci contra Mel Gibson
Curioso como duas obras culturais se tornam best sellers na sua área capitalizando visões extremistas do mesmo tema. Para Mel Gibson, a religiosidade centrada no martírio, no sofrimento e na morte. Do outro lado, a apologia da vida, da família e da mulher.
Também aqui já havia antecedentes. Todo um comboio de best selers mais discretos vinham, há anos, a preencher a procura por uma religiosidade mais simples e natural. Em vez do martírio como caminho para Deus, em vez da orientação sob a batuta de sábios das leis, uma atitude mais infantil, de alegria, de comunhão com a natureza, de contacto natural com algo de puro em nós.
Façam uma visita a qualquer livraria e vejam quantas edições já tiveram, ao longo dos últimos anos, as “Conversas com Deus” de Gardener, os livros do Dalai Lama ou de Osho. ( Favor não trazer Paulo Coelho para esta história).
E já que falamos de representantes de outros movimentos religiosos, há uma bomba ideológica no Código, e, essa sim, historicamente correcta, que diz respeito aos inúmeros mitos de outros avatares, noutras terras e noutros tempos, nascidos de uma virgem, visitados por sábios e imolados para salvação dos pecados.
Ninguém piou.

Quanto aos significados arquitectónicos deste ou daquele templo, recordo que, aqui há 40 anos, “O Mistério das Catedrais” de Fulcanelli foi um best seller estranhissimo. O autor era suposto ser alquimista e o livro seria um manual de alquimia para iniciados. O livro foi devorado por milhares de leitores que nada percebiam de arquitectura nem nunca haviam pegado num tubo de ensaio. Talvez contivesse tantos disparates como o Código. Mas como ninguém percebeu o que lia, ninguém protestou.

Artur Tomé
Copywriter@netc.pt


11 - Abaixo o stress do marketing

Nota prévia: proveniente de www.injoy.pt temos recebido notícias de seminários e cursos que se realizam no fim de semana seguinte, antes de ser possível a actualização da Truca noticiar tais eventos. Deixamos o leitor com o site para que possa obter mais informações

 Os leitores deste site encontram-se entre aqueles com uma actividade profissional das mais desgastantes . Por hoje, vamo-nos deixar de teorias e apresentar moradas onde o leitor pode encontrar quem o possa orientar na prática de uma vida mais saudável e limpar a cabecinha do stress de uma semana de marketing.
Confesso que, de todas as propostas aqui apresentadas, é a última a que estou mais ligado pessoalmente, por experiência prática e directa. Mas qualquer das outras pode trazer benefícios interessantes ao leitor.

Comecemos pela yoga, uma ginástica para todas as idades:

Centro de Raja Yoga Brahma Kummaris
A universidade espiritual mundial Brahma Kummaris foi fundada em 1937 na Índia e expandiu-se desde então pelo mundo fora. Foi reconhecida pela ONU e dedica-se a organização de actividades e projectos de paz. Os alunos praticam a não violência, a dieta vegetariana, a meditação e o serviço espiritual à sociedade. Podem atender vários cursos e palestras gratuitas .
Pç. Dr. Bernardino António Gomes, 177A - 2ª
1100 – LISBOA
21 887 09 15

Centro de Yoga de Lisboa
Yoga físico e mental, respiração, relaxamento, meditação, massagens anti-stress e recuperação.
Av. Almirante Reis, 52-6º
1000 – LISBOA
21 813 36 12

Sivananda - Associação de Yoga
O objectivo desta escola é fazer a divulgação da prática de Yoga e das disciplinas a ela ligadas. Aulas de Hatha Yoga, Radja Yoga, Shiatsu, Radiestesia, Chakroterapia (atendimento individual: marcação prévia)
Maria Emilia Dacosta – Direção
R. das Amoreiras 50 R/C Esq.
1250-024 - Lisboa
21 383 38 02 21 931 13 24

Para quem gosta de culinária
Para limpar esse organismo do excesso de bebidas sociais e fast food, o Instituto de Macrobiótica de Portugal tem aulas de culinária que lhe podem interessar. Antes de se meter em tal aventura, pode espreitar algumas das receitas, no site do Instituto, em
http://www.e-macrobiotica.com/culinaria/receitas.htm
Bom apetite

Um Convite com C grande
A Associação Elan Vital realiza no próximo domingo, dia 6, uma sessão pública de apresentação da mensagem de Prem Rawat , também conhecido por Maharaji, com passagem de vídeos

Em Lisboa
Hotel Sana Malhoa
Av. José Malhoa, 8 – Lisboa
Início 19.ooh

No Porto
Bom Sucesso Trade Center,
Praça do Bom Sucesso, 61 - 4° piso – PORTO
Início 18.00h

Mais informações em www.elanvital.pt


10 - Conte até 10 sem pensar em coelho…

Começam a chegar mais reacções dos leitores, que agradecemos, e que vão forçar a um próximo reordenamento desta página com agenda de eventos e pistas para desenvolvimento de alguns temas. O tema da arquitectura e urbanização ecológica voltará à baila proximamente, bem como o da agricultura racional, assim que estejam ordenadas algumas pistas entretanto recebidas.

Por hoje vamos tratar de dois temas um pouco inter-relacionados e que estão na base de muitas actividades ligadas a tentativas de abrir as portas da percepção de que falava o Huxley.

Como é diferente a respiração em Portugal…
Quem diz Portugal, diz Ocidente em geral. Aqui pelos nossos lados, respirar fundo é encher bem a caixa de ar e espetar o peito para cima, para encolher a barriga. Sucede que, com esta pose, só a zona média do pulmão é que recebe oxigénio. Os vértices do pulmão, ali pela zona abaixo das clavículas, são as mais sacrificadas, pelo que é aí que se vão manifestar a maioria das doenças pulmonares.
Solução: boceje, várias vezes durante o dia, para arejar essa zona sacrificada Espreguice-se. Sai mais barato do que ir para um ginásio praticar stretching. E pratique a respiração completa.
Ou seja, quando inspira, a barriga tem de ser projectada para fora, para o diafragma baixar e permitir o enchimento dos lobos inferires do pulmão. Encha bem os pulmões e espere um pouco. Depois expire o máximo que puder, empurrando o estômago para cima. Pare. Volte a inspirar.
Melhor um pouco, deite o tronco e a cabeça um pouco para trás quando inspira e encaracole-se todo para a frente, queixo a tocar no esterno, quando expira . Com este movimento, para além de permitir uma oxigenação mais completa dos pulmões, vai provocar uma massagem das glândulas endócrinas , o que só lhe faz bem.
Toda a Hatha-Yoga se baseia nestes princípios. A oxigenação do sangue pode ter efeito nos capilares da retina, fazendo-o ver pontos transparentes a dançar à sua frente. Há quem diga que isso é você a ver o prana, a energia que o anima. Não discuto. Mas o que isso significa , para já, é que você está mais oxigenado do que aquilo a que está habituado. Faça um intervalo nos exercícios.

Parábola da mente
Iremos falar aqui várias vezes em meditação Como é um termo que tem várias interpretações, vamos esclarecer qual o significado que aqui lhe será atribuído.
Comecemos por uma parábola:
Era uma vez um homem que encontrou uma garrafa numa praia. Ao abri-la libertou um génio que logo se pôs ao seu dispor para lhe realizar todos os desejos. O homem ficou encantado com a sua sorte. Mas havia um contra: o génio tinha de estar sempre ocupado com trabalho, caso contrário comia o dono.
Um mês depois, o homem esgotado e aterrorizado, chegou junto à gruta onde habitava um sábio muito famosos na terra, a quem contou o seu tormento. Podia ter tudo o que quisesse, dinheiro, palácios, mulheres, tudo isso o génio lhe conseguia. Mas não podia gozar tais prazeres porque o génio estava sempre a seu lado, ameaçador, a pedir mais.
Então o sábio disse-lhe:
- Pede ao génio que crie uma corda de 10 metros ( já está ) e que a coloque na vertical, suspensa no ar ( já está ). E diz-lhe para subir e descer pela corda até o mandares parar. Agora podes apreciar tudo aquilo que tens, em sossego. Quando precisares de mais alguma coisa, dizes ao génio para sair da corda e para a criar. Depois, manda-o novamente subir e descer…

O cérebro é uma máquina maravilhosa. O problema é a estática que provoca. A nossa cabecinha, desde que aprendeu a pensar, nunca mais quis outra coisa. Se só pensasse nos assuntos que queremos registar ou estudar, seria óptimo. Mas experimente agora contar até 10 sem pensar em coelho…
Essa agitação incessante cansa. Principalmente quando a mente se fixa em temas de que preferíamos ver-nos livres, como o raio daquele coelho. Esses bloqueios desgastam-nos, cansam-nos e estão na raíz de muitas perturbações mentais.
Não tente parar a agitação. Não consegue. A não ser por processos muito drásticos , como ironiza um instrutor que conheci. Pode é criar um outro foco de interesse, mais agradável e deixar a mente entreter-se com ele. É a isso que se chama meditação.
O novo foco da mente pode ser um pôr de Sol, o ruído das ondas numa praia. Ou o som da nossa respiração, do bater do coração, etc. O sexo também é uma solução recomendável , apesar daquele inglês que dizia que o esforço é grande, as posições ridículas e o prazer fugaz.
O problema é dele…


9 - Fazer política à mesa

Atenção. Não perca a oportunidade que Energias Livres lhe oferece no final deste artigo.

Não quero tirar o apetite ao leitor, mas o certo é que, cada vez que escolhe a sua refeição e se senta à mesa para comer , está a cometer um acto político.
Os géneros alimentares que come podem ter sido cultivados e criados a poucos quilómetros da sua mesa ou ser originários de uma produção intensiva noutro continente , distribuídos através de rede frigorífica para todo o mundo. Você quer contribuir para combater a desertificação do interior dos seu país ou quer dar força às multinacionais da distribuição e às indústrias da bioquímica que encharcam os seus alimentos de conservantes, hormonas e intensificadores de sabores?
Duas questões fundamentais se põem quando escolhe o que vai comer – uma diz respeito à sua saúde, a outra ao bem estar de quem produziu o que você vai comer.

A comida e a saúde
Não caia na armadilha dos portugueses de decidirem tudo pelo 8 ou 80. Para o português médio, o espírito da Inquisição e do Professor Oliveira Salazar ainda deixam marcas: tudo o que não é permitido é obrigatório. Marimbe-se. Mandar vir uma pizza enquanto acaba aquele trabalho que devia ter entregue ontem é humano e natural. Chegar a casa tarde e estafado e meter qualquer coisa no
micro-ondas para dar de jantar aos putos é humano, uma vez por outra.
Mas, uma vez por outra, pense no que vai comer. Uma boa sopa vale mais que um tubo de vitaminas. Uma peça de fruta e uma salada é mais nutritivo que dissolver farelo em água para encher o estômago de nada.
E , uma vez por outra, experimente almoçar num restaurante vegetariano ou macrobiótico. Não, você não tem de ser vegetariano ou macrobiótico para tomar uma refeição dessas. E, não, você não se torna vegetariano ou macrobiótico por comer uma refeição dessas, tal como não se torna chinês por comer um chao-min.
Há uns anos atrás, a maioria dos comensais de tais restaurantes metia medo ao susto. Amarelos e pele e osso, comiam em silêncio com um ar de devoção sinistra, a fazer lembrar suicidas islâmicos a despedirem-se da vida antes da sua última missão na terra. Hoje os seus companheiros de mesa são pessoas normais, rosadas e civilizadas.

Informação, formação e refeições:

Sociedade Portuguesa de Naturologia
( a sede do movimento vegetariano – sorry, não divulgo correntes extremistas )
Rua do Alecrim, 38, 3º - 1200 Lisboa
Tel.: 21 346 33 35

Instituto Macrobiótico de Portugal
( sob a direcção de Francisco Varatojo, promove cursos de culinária, consultas de orientação alimentar, actividades de turismo rural, yoga e tai-chi )
R. Anchieta, 5-2º esq. Lisboa
Telf. 21 3242290
www.e-macrobiotica.com

Restaurantes Macrobióticos e Vegetarianos:

Destaque, a título de gosto pessoal , para
Espiral, por mérito do bem que se está no seu snack-bar, pelos stocks da livraria ( excelente biblioteca sobre religiões e espiritualidade ) e discoteca
( boa selecção de música erudita, em especial barroca )
Praça Ilha do Faial, 14-A - 1000 Lisboa
Tel.: 21 315 38 72

Os Tibetanos / Terraço do Finisterra
O Gambrinus da comida vegetariana, com excelente vista, óptimo ambiente e outras actividades para alimentação da alma
Rua do Salitre, 117 - 1250 Lisboa

E ainda

Amanhecer
Rua dos Combatentes da Grande Guerra, 40 - 2830 Barreiro
Tel.: 21 207 86 63

Bem Mequer
Av. do Cristo Rei, 23-A - 2800 Almada
Tel.: 21 274 40 54

Bio-Logos
Rua Nova de S. Pedro, 34 - 9000 Funchal
Tel.: 29 123 68 68

Colmeia
Rua da Emenda, 110, 2º - 1200 Lisboa Tel.: 21 347 05 00

Lua Cheia-Pastelaria, Restaurante Macrobiótico e Vegetariano, Lda
Rua António Nunes Sequeira, 14-A - 2735 Agualva-Cacém
Tel: 21 914 74 95

Nutriverde-Restaurante Vegetariano, Lda
Rua 21, 219 - 4500 Espinho
Tel.: 22 731 28 71

O Bago de Arroz
Rua António Joaquim Granjo, 22 - 2900 Setúbal
Tel.: 26 523 14 88

O Sol
Calçada do Duque, 25 - 1200 Lisboa

O Vegetariano-Restaurante Vegetariano
Rua Alexandre Herculano, 81 - 4000 Porto
Tel.: 22 332 61 78

O Verde–Restaurante Vegetariano e Macrobiótico
Rua Francisco Alexandre Ferreira, 207 - 4400 Vila Nova de Gaia
Tel: 22 372 06 81

O Verde-Restaurante Vegetariano e Macrobiótico
Rua D. Manuel II, 81, loja 26 - 4050 Porto
Tel.: 22 606 38 86

Os Tibetanos
Rua Almeida Garret, 6 A, r/c - 8100 Loulé
Telef: 28 946 20 67

Restaurante Alfarroba-Cozinha Vegetariana
Rua Júlio Dinis, 247, loja 59 - 4050 Porto
Tel.: 22 606 52 86

Soiótica-Sociedade de Naturismo e Macrobiótica, Lda
Rua da Azenha, 29 - 2735 Cacém
Tel.: 21 921 71 46

Sonatura-Centro Dietético, Lda
Av. José Estevão, 245 - 3830 Gafanha da Nazaré
Tel.: 23 436 46 76

Sonatura-Centro Dietético, Lda
Rua Clube dos Galitos, 6 - 3800 Aveiro
Tel.: 23 438 16 01 / 23 442 44 74

Suribachi-Actividades Dietéticas, Lda
Rua do Bonfim, 134/140 - 4300 Porto
Tel.: 22 510 67 00 / 22 510 13 60

Unimave
Rua Mouzinho da Silveira, 25 - 1250 Lisboa
Tel.: 21 354 21 68 / 21 315 08 98

Yin Yang
Rua dos Correeiros, 14, 1º - 1100 Lisboa
Tel.: 21 342 65 51

( E, se o leitor conhece algum outro restaurante que julgue merecer destaque entre os leitores do Truca, as Energias Livres estão ao seu dispor para o divulgar em qualquer das suas edições. Esta será uma maneira de aproveitar a oportunidade única que lhe oferecemos no final desta página.)

Comércio ético
Um outro aspecto das consequências sociais que o seu acto de compra acarreta, está na situação laboral de quem produz aquilo que você come ou veste. Café, cacau, cereais , são muitas vezes provenientes de zonas economicamente de rastos, com a sua produção adquirida por um fornecedor único nas condições que o mesmo impõe.
O comércio ético é uma corrente de comercialização na qual os compradores se comprometem com os produtores através de contratos de aquisição plurianuais dos seus bens, avançando mesmo parte desse valor à cabeça para lhes permitir investir na aquisição de equipamento, melhoria de instalações, etc.
Em troca, os produtores têm de assegurar condições mínimas aos seus trabalhadores , como assistência social e horários de trabalho dignos .
O resultado dessas trocas está à venda numa rede de lojas de comércio justo, onde o consumidor pode comprar produtos alimentares ( e não só) com a consciência de que quem os cultivou e trabalhou vive e trabalha em condições muito mais dignas do que os exércitos de mulheres e crianças que produzem os seus ténis e roupas de marca.
Voltaremos a este tema futuramente , pois tem pano para mangas. Por agora, deixamos o contacto do CIDAC que é quem coordena a actividade do Comércio Justo em Portugal e assegura a ligação com os diferentes organismos internacionais desta rede alternativa de comércio.

www.cidac.pt
cidac@cidac.pt

Oportunidade exclusiva para os visitantes do Truca ligados a movimentos alternativos
Está envolvido ou conhece alguém que esteja envolvido nas áreas de desenvolvimento sustentável ( turismo rural, agricultura racional, energias renováveis ), na procura de estilos de vida menos agressivos ( yoga, terapias doces, alimentação natural ) e quer divulgar tais iniciativas? As Energias Livres estão ao seu dispor e oferecem-lhe um público leitor esclarecido e culto como nenhum outro medium em Portugal.
Procura alguém com interesses semelhantes aos seus para aprofundar conhecimentos e compartilhar iniciativas? Escreva para Energias Livres.
Claro que farei uma selecção, por critérios muito pessoais, de qual o material que merece ser divulgado ( por favor, astrologia e tarot não, se bem que conheça e respeite alguns interessados nestas áreas; vegans nem pensar ), mas informarei sempre o interessado as razões de uma eventual exclusão da sua proposta.
Obrigado pela sua colaboração.

Artur Tomé
arturgtome@hotmail.com


 8 - As 5 cores do arco-íris

Quando já pensava que ninguém lia as Energias Livres, o fim de ano trouxe-me a grata surpresa de receber os comentários de dois leitores. Surpresa não por eles me terem escrito ( eu solicitara os comentários deles sobre a secção ), mas pelo interesse que eles tiveram para mim e pela ajuda que me prestaram em definir melhor o tone and manner desta página que o Luis Gaspar teve a amabilidade de acolher no seu seio.
De comum a ambos , a ideia de que devo aos leitores uma mais clara definição dos objectivos desta página. Por isso, aqui vai o resumo desses comentários e das considerações que os mesmos provocaram.

Uma página plural

Um dos comentários vem de Ana, e é a que mais afaga o meu ego. Grato pelos conselhos e pelas pistas para notícias futuras . A frase do último texto que parece ter ficado suspensa a meio do raciocínio… ficou mesmo. Fui uma falha minha, resultado da pressa com que escrevi em cima do prazo de entrega. As minhas desculpas aos meus ( dois? ) leitores e ao Luis.

Quanto a eu ter referido por duas vezes o Reiki e ainda não ter explicado do que se trata, isso foi intencional. Já tinha ocupado muito espaço a falar de atitudes positivas perante a doença e quero diversificar os temas, principalmente nestas primeiras inserções, porque quero deixar bem claro que Energias Livres não é uma página esotérica , nem eu quero ser o Paulo Coelho do Truca. O Reiki é um dos dois temas que me são mais caros e será desenvolvido em textos futuros depois de eu tomar o pulso ao feedback dos leitores.

Esoterismo versus ciência

O segundo comentário vem do Alberto, o amigo mais céptico que tenho. Para ele, se não pode ser medido e reproduzido em laboratório, não é válido, não merece consideração.
Para ele, e outros eventuais leitores como ele ( o Luis é um pouco mais poeta, mas não muito diferente na generalidade ) gostaria de contar um episódio.

Em tempos tive uma directora ( Pamela Soares, na Delta – Delta agência, não Delta cafés) , que ficava muito confusa quando ouvia dizer que o arco-íris tinha sete cores. Claro que só tinha 5, tal como ensinavam em qualquer escola na Austrália, onde nascera..
Falei nessa altura com alguém entendido em coisas da Física. Claro que o número de cores que vemos num arco-íris é arbitrário. Aquilo é uma gradação contínua de comprimentos de luz, sem divisórias como um Pantone, e quem quiser pode segmentar tal espectro nas cores que entender. Aprendemos que há 7 cores no arco-iris por causa do Newton, que andava metido na maçonaria e nos esoterismos onde o sete é número sagrado vá-se lá saber porquê ( quanto a numerologia, estou do lado do Alberto a 100% ).
Pois. Mas, perante o mesmo arco-íris o leitor e eu vemos 7 cores – e a Pamela via 5. Por vezes esquecemos como os nossos conceitos manipulam a realidade que nos cerca.

Energias livres das bacoradas que por aí se ouvem

O Alberto sugere que há outros blogs dedicados a matérias esotéricas, para onde eu poderia escrever com maior audiência do que aqui. Idêntico conselho é sugerido pelo Pedro ( ok, tenho 3 leitores, uau ).

Mas só a palavra esoterismo já me faz comichão. Eu não quero audiências dessas. Os disparates que por ai se lêem são imensos, a falta de bom senso e sentido crítico é de bradar aos céus. Quero chamar a atenção de gente lúcida e criativa para certos fenómenos interessantes que estão a ocorrer por aí e não criar uma versão internética das tias que aparecem no SIC Mulher.

Quero que os meus leitores tomem conhecimento de soluções interessantes para uma melhor qualidade de vida individual e colectiva, apesar dos disparates que muitos escrevem e fazem sobre tais matérias. Há uma forma mais sustentável de tratar a terra e produzir alimentos, através de soluções de agricultura racional. Essas soluções não devem ser postas à margem pelo facto da Agrobio permitir uma Feira do Oculto nos stands das suas exposições. Há terapias de bem estar com vantagens claras para todos e provas dadas. Que não devem ser marginalizadas por alguns dos seus cultores , formados num seminário de fim de semana, alegarem que a terapia x provoca alterações na estrutura do AND ou por haver centros de acunpuctura especialistas em provocar orgasmos. Da mesma forma que a Pamela Anderson não deve ser razão para se abominar o valor da cirurgia plástica …

Sei que me arrisco a não agradar a gregos nem a troianos. Os meus amigos das terapias complementares consideram-me um céptico. Os amigos na área da publicidade consideram-me um sonhador. Mas há aí à nossa volta uma série de lugares maravilhosos e divertidos que eu acho que vale a pena vocês conhecerem. E de que irei ser o vosso cicerone entusiasta, com todo o gosto.


7 - O Sol aquece e não se importa – a EDP é que sim

Aquecimento global, co-iceneração derrames de petroleiros,… há uma certa semelhança entre as doenças da distribuição energética e as versões orientais das causas das doenças humanas.
A actividade humana exige um metabolismo energético. Recebe-se energia do exterior, assimila-se o necessário e excretam-se os resíduos. As fontes de energia estão aí ao nosso dispor: sol, vento, biomassa ( os combustíveis fosseis são biomassa líquida e gasosa, resultado da decomposição de matéria orgânica).
Face a esse poder, o ser humano tratou de o açambarcar. Uns poucos controlam a propriedade das principais fontes, e distribuem-nas ao seu preço.
É na produção centralizada e na distribuição que surge a poluição. Desde a simples perda de rendimento da energia original ao longo do seu transporte (cabos de electricidade, redes frigoríficas, fábricas, refinarias).

Os maus exemplos de Portugal
Talvez por isso o aproveitamento das fontes de energia renováveis ande a passo de caracol, principalmente em Portugal. Tal como nos fartamos de vender aos turistas, temos Sol em fartura, boas matas, uma extensa linha de costa. Mas o aproveitamento que fazemos da energia solar é muito menor que na Grécia, na Áustria ou nos países nórdicos. Idem para a energia eólica, para a reciclagem de biomassa, para o reaproveitamento de lixos. Com a extensa linha de costa que temos, as centrais de marés estão em fase de protótipos.
E as soluções que avançam são centralizantes, grandes equipamentos que produzem energia que vendem à EDP, aos preços que a EDP quiser.
Aproveitamento de energia solar nos edifícios, unidades rurais pare reaproveitamento de dejectos animais ou matéria vegetal, isso são iiciativas sem qualquer apoio legal ou financeiro..

Os bons exemplos de Portugal
Mas a World Wide Fund, uma organização internacional dedicada à protecção da vida selvagem e ao estudo e promoção de soluções que sirvam como exemplo de desenvolvimento sustentável,, está a dinamizar um projecto que dá pelo nome de One Planet Living, que tem como objectivo inicial a construção de sete ecocidades europeias.
Ou seja, cidades pensadas de raiz para reduzir o impacto ambiental do seu funcionamento, bem como optimizar o aproveitamento dos recursos naturais disponíveis à sua volta – desde os materiais reciclados usados na sua construção até à captação da energia solar e eólica, desde a actividade agrícola envolvente até à redução das descargas dos autoclismos .
A planificação dessas novas ecocidades foi ganha em concurso pela Pelicano, uma empresa de arquitectura que já avançara com um projecto pioneiro na … Mata de Sesimbra!
Sim, queridos leitores. Pelicano é uma empresa portuguesa, e é um projecto português que vai dar cartas no desenvolvimento urbanístico sustentável nos próximos anos.

Outros bons exemplos a remar contra a maré:

BeirAmbiente - CentroProfissional de Desenvolvimento sustent‡vel e Eco Turismo, Vila Soeiro, 6300 Guarda, Portugal
info@beirambiente.pt
www.beirambiente.pt

Terraprima – é um projecto de turismo rural em total harmonia com a Natureza. Mas também um centro de pesquisa universitária e uma escola viva de como fazer agricultura racional e rentável em total harmonia com o ambiente.
www.terraprima.pt
info@terraprima.pt

ENERGAIA - Agência Municipal de Energia de Gaia
http://www.energaia.pt/asia/biomassa.php
Para mais informações sobre a situação da política energética em Portugal, poderá o leitor consultar

ADENE / INETI (2001). Forum Energias Renováveis em Portugal - Relatório Síntese.
Versão Online no site do IGM (http://www.igm.pt/edicoes_online/diversos/energias_renov/indice.htm).

"Consumactor, o consumidor contra a má globalização"
De Beja Santos e Artur Tomé
Edição Temas e Debates


6 - O Oriente para lá da moda

Religiões orientais, filosofias e seitas orientais, terapias orientais…. O oriente tornou-se hoje numa coqueluche social, muito para além do sobressalto de vestuário e comportamentos da revolução das flores, que Deus tenha em paz e descanso.

Tudo começou  em fins do século  XIX, com Helena Blavatsky e as suas viagens ao  Tibet,  India e afins e o despertar de interesse por tais culturas que levou a cabo através da sua Sociedade Teosófica. Pessoalmente, creio que o fenómeno mediático de Bruce Lee e Guru Maharaj ji ajudaram ao renascimento da curiosidade pelas culturas e práticas orientais. A China, ao invadir o Tibet e ao forçar a fuga do Dalai Lama para o Ocidente, deu também um impulso grandioso a esta fusão cultural.

Essa curiosidade pelo exótico acarretou consequências positivas e negativas.

Começando pelas negativas, uma aceitação acrítica dos maiores disparates sob a forma de explicações pseudo-científicas por parte de praticantes apressados das novas metodologias de bem estar. Se, há 100 anos, se explicava o hipnotismo com termos como “passes magnéticos”, hoje fala-se de “Energias quânticas”,  terapias que provocam “alteração da estrutura do ADN”, terapias de “ regressão a vidas passadas”, toda um caldeirão de aprendizes de feiticeiro com cursos tirados num retiro de fim de semana, arvoados em terapeutas de todos os tipos de males e doenças…

Passando às positivas, a conquista crescente de direitos de cidadania para com terapias que ninguém sabe muito bem como funcionam, ou porque funcionam, mas que se confirma que funcionam . Acunpuctura,  Reiki, osteopatia, surgem como aspectos interessantes de um todo ainda por cartografar, tanto a Oriente como a Ocidente.

Meredianos, nadie e chacas.

 E, contudo, move-se…

Ninguém consegue ver os meridianos da acunpuctura, nem os pontos utilizados pela medicina tradicional chinesa para aplicação de agulhas ou técnicas de maxobustão, mas a acupuctura lá vai anestesiando doentes durante operações ou contribuindo para combater habituações nocivas, dores crónicas e outros males.
Passando da China para a India, encontramos a mesma teoria dos fluxos energéticos de pensamentos, emoções e metabolismo, em circuitos interdependentes que provocam doenças quando bloqueados. Aqui vamos encontrar a confluência desses circuitos em chacras (“rodas”, em tradução literal) espalhados por todo o corpo mas agrupados em 7 chacras principais.

O chacra da coroa, no cimo da cabeça, que reina sobre todos os outros,
O chacra da visão, entre os olhos;
O chacra da garganta;
O chacra cardíaco;
O chacra do plexo solar;
O chacra do Hara, bem conhecido dos  praticantes de artes marciais;
O chacra da base, ou do sexo.

Há quem diga que os sente e até quem os veja, tal como há quem alegue sentir e ver os vários corpos subtis que nos envolvem como camadas de uma cebola.

Curiosamente,  a localização dos chacras corresponde à localização das glândulas endócrinas: a hipófise, na base do cérebro,  a epífise no cruzamento dos nervos ópticos, a tiroideia, na garganta; o timo, por baixo do esterno; figado e pâncreas na área do plexo solar; as supra-renais, colocadas sobre os rins; as glândulas sexuais que toda a gente sabe onde ficam.

Os chacras seriam pontos de cruzamento da energia que entra e sai do nosso corpo em espiral.
Ideia absurda? Comparem a imagem de tal sistema com a imagem de um caduceu.

Para mais informações sobre chacras, recomendo a consulta do livro  “Tudo pode ser curado”, já referido no número anterior, ou do seguinte endereço:
http://www.maosdeluz.com/Temas/Cura_Alma/nadis.htm

Obs.: Obviamente, todas as exposições que eu faça sobre qualquer tema nesta secção, bem como metáforas ou simplificações a que recorra, são da minha exclusiva responsabilidade
Artur Tomé arturgtome@hotmail.com


5 - Tudo pode ser curado

Tenho por mim que os Centros de Saúde onde é preciso fazer bicha à porta a partir das 7 da manhã para conseguir consulta, para já não falar nas listas de espera para uma intervenção cirúrgica, são a principal razão da atracção dos doentes as terapias alternativas .
Quem se sente doente precisa de alguém que o oiça, que o examine, que lhe dê confiança. A frieza das análises clínicas não substitui essa atenção. A agressividade da maioria dos tratamentos intimida.  A secura de um hospital deprime.
Lembro-me de perguntar em tempos a um amigo médico que trabalhava no Miguel Bombarda porque é que ninguém se preocupa em pintar aqueles corredores com cores mais alegres, em vez daquele deprimente amarelo sujo…

Terapias alternativas em Portugal

Sempre as houve, muito antes da actual vaga do reiki e da osteopatia. O endireita da Esperança, a Ervanária do Largo da Anunciada e a Associação Espírita Portuguesa foram instituições alternativas respeitadas ao longo de gerações, se bem que sem acesso aos media de então.

A mentalidade lógica encolhe os ombros de desprezo e comenta que tais curas são psicossomáticas. Para quem sofre de dores crónicas, qualquer solução que conduza ao seu alívio é bem vinda. E se o diálogo psicossomático entre o corpo e o psíquico pode provocar úlceras, alergias, impotência, neuroses graves, talvez que um melhor conhecimento dos seus mecanismos possa servir para complementar um tratamento farmacológico ou a mais rápida recuperação de uma intervenção cirúrgica.
Claro que estamos em terreno pantanoso, cheio de parasitas a pedir prisão por burla. Separar o trigo do joio é fundamental, mesmo que o dito trigo rareie e o joio tresande.
 É esse uma das linhas orientadoras de algumas páginas que irão surgir aqui nas “ Energias livres “.

O livro de Martin Brofman.

“ Tudo pode ser curado “ é o livro que sistematiza as teorias básicas de todas as variantes de curas naturais. Começando pela mais básica : a atitude do paciente para com a sua doença.

Quem se quer curar tem mais possibilidades de o conseguir do que outro que, face à mesma doença, adopte uma posição de derrotismo. Quem está doente, pode convalescer mais depressa se estiver acompanhado por afectos de familiares e amigos do que um doente que se isole ou viva sozinho. Uma atitude optimista de médicos e enfermeiros é tão positiva   como o mais eficiente receituário que esteja a tomar.

Claro que este livro vai mais longe e fala de Chacras, da sua suposta estrutura, das suas inter-relações com o corpo físico e o psiquismo de cada um. Nada que não fosse já conhecido de quem navega águas dos mares da ioga ou do espiritismo, mas aqui despojado de toda a canga religiosa ou mística oriental.
A sua leitura, mesmo para quem não aceite a existência de chacras e de outros corpos para lá do físico,   ajuda a criar uma atitude positiva  e optimista, tanto para quem está doente como para quem lhe está próximo.

 …  mas ninguém sai daqui vivo

Comprei o livro de Broffman quando foi detectado um cancro na minha mulher e voltei a lê-lo , três anos depois, alguns meses após a sua morte.
Claro que, para um doente a sofrer de uma doença terminal, ou para os seus familiares, o claim de que tudo pode ser curado é ofensivo.  Mais ainda se entrarmos nos exageros de certas correntes que apontam a tais doentes uma culpa ou desejo inconfessado  de morte.
Mas um doente terminal tem direito a qualidade de vida em todos os momentos da sua consciência e a todos os tratamentos, companheirismo e atitudes que possam contribuir  para encarar a sua situação e preparar-se sem trauma para os seus momentos finais.
A minha mestra de Reiki, ao ensinar como aplicar esta terapia, recordava sempre que todas as pessoas morrem. “ Vocês irão conhecer pessoas que morrem apesar do Reiki que canalizarem para elas. Não vão morrer por falha vossa. Mas a vossa ajuda será sempre importante para elas  “.

Uma proposta de voluntariado.

Já que estamos no Natal, gostaria de ajudar a divulgar uma iniciativa louvável nesta área de cuidados paliativos, para a qual não se exigem capacidades “parapsíquicas” nem teorias revolucionárias mas pura e simples disponibilidade, grande maturidade e amor incondicional  pelo  próximo.

( É estranho falar de “amor incondicional” num site para publicitários,não é? Não, não  é. Talvez seja mais enriquecedor do que abrir um restaurante)

A Amara- Associação pela  Dignidade na Vida e na Morte

organiza workshops que têm como objectivo preparar quem queira acompanhar doentes terminais e seus familiares ou simplesmente preparar-se para encarar com serenidade a sua própria morte e, portanto, viver melhor.

Contactos
Formacao@amara-project.org
Telef.: 91616 29 11
amara@amara-project.com

Artur Tomé arturgtome@hotmail.com


4 -
     

I say one and one is five
      You can call me a silly goat
      But, ya take two minks add two winks
      Ahhh … ya got one mink coat.
     Multiplication, letra e música de Bobby Darin

No tempo das juke boxes…

Tenho 60 anos e o meu actor preferido de hoje acabou de realizar e interpretar um filme sobre o meu cantor preferido dos meus tempos de menino.
O actor chama-se Kevin Spacey e o cantor chamava-se Bobby Darin.
Bobby Darin celebrizou-se por cá no início dos anos 60, com a canção Multiplication e por ter casado com Sandra Dee.
Para os leitores mais novos ou mais esquecidos, Sandra Dee era, na altura, a noivinha da América, uma coisinha loira e amorosa, numa época em que o cinema americano transbordava de casais de actores adolescentes que acabavam por casar na vida real, como Natalie Wood e Robert Wagner, ou não, como Jane Fonda e George Hamilton.
Bobby , baixinho como a mulher, era um crooner muito prometedor e iniciara também uma interessante carreira como actor. Entrou num filme de Cassavettes, “Too late blues”, com Stella Stevens, filme que foi o responsável por o adolescente que eu era se começar a interessar por jazz. Mas cantava também o mainstream da época, “ Baby Face”, “What a difference a day made” muitas das canções que eu venerava via Brenda Lee ( a cantora da minha meninice e da minha velhice …).
Morreu num desastre pouco depois de casar
A ideia peregrina de Kevin Spacey fez-me pesquisar na Net a biografia do casal.
Foi um valor artístico que morreu cedo. Sandra Dee parece que entrou temporariamente no alcool e nas drogas, regenerou-se e há aí umas fotos actuais dela.
Não as quero ver. Prefiro recordá-los como eram no tempo das juke boxes.
E fico ansiosamente a aguardar pela estreia do filme do Kevin Spacey…
arturgtome@hotmail.com


3 - A agricultura biológica, ao contrário da convencional, continua a crescer em Portugal. Para responder ao crescimento da procura de alimentos sem recurso a substâncias químicas e de síntese, tem-se registado um crescimento bastante grande desta actividade. Há já mais de um milhar de agricultores dedicados à agricultura biológica, cujas explorações ocupam mais de 120 mil hectares de solo.  

Agrobio
A grande feira…

 Numa iniciativa da Associação Portuguesa de Agricultura Biológica (AGROBIO), associação que reúne mais de 4000 sócios, entre agricultores, consumidores e empresas ligadas à agricultura biológica, o certame intitulado Terra Sã, já na sua 17 ª edição, promete novidades no sector.

 Trata-se da maior feira do país consagrada à agricultura biológica, ambiente e qualidade de vida, e destinada a promover e melhorar a saúde do ecossistema agrícola e urbano, que também este ano, e pela primeira vez, se realizará no Centro de Congressos de Lisboa (antiga FIL), e durante o mês de Dezembro, dias 10, 11, e 12.

O tema educação ambiental regista, este ano, o maior número de participações de sempre, de que são exemplo a QUERCUS, a LPN – Liga para a Protecção da Natureza, a LPDA – Liga Portuguesa dos Direitos dos Animais, a FAPAS – Fundo para a Protecção dos Animais Selvagens, a Quinta Pedagógica dos Olivais, a SPES – Sociedade Portuguesa de Energia Solar, a SPEA – Sociedade Portuguesa para o Estudo das Aves, a APVE – Associação Portuguesa do veículo eléctrico, a Escola Politécnica da Guarda, a Fundação Bandeira Azul, O Corpo Nacional de Escutas, a Câmara Municipal de Lisboa e o Planeta Azul.

 Haverá zonas reservadas à exposição e venda directa de produtos de agricultura biológica onde, entre outros, estão em evidência as aves e produtos horto-frutícolas, e ainda o pão, bolos, mel, azeite, licores, vinho, queijos e enchidos. “O visitante pode levar para casa produtos para uma ceia de Natal totalmente biológica”, frisa António Marques da Cruz.

 Haverá também zonas destinadas às tecnologias e construção ecológica, energias renováveis, compostagem e reciclagem.

 … e as  feiras pequenas

Mercado do Bairro Alto
de produtos de Agricultura Biológica
(Jardim de São Pedro de Alcântara)

Todos os Sábados
Entre as 9 e as 14 horas

Com o objectivo colocar os produtos de Agricultura Biológica mais perto do consumidor, a Câmara Municipal de Lisboa, com a colaboração da AGROBIO, deu início a estes mercados de rua biológicos em Lisboa.
Aqui encontrará, entre outros produtos, hortaliças, frutas, vinhos, cereais, azeite, enchidos, etc, produzidos em Agricultura Biológica isto é, sem pesticidas e sem adubos químicos de síntese.
arturgtome@hotmail.com


2 - Constelações familiares

 As the New Age movement grows from marginal to mainstream, we need programs for New Age consumer protection. We must caution educators and parents about, and object to, programs with paranormal underpinnings, like the Indigo Child and Brain Respiration, which are fervently marketed to private and public schools. We need age-appropriate critical-thinking skills programs in education, starting in the early grades. We must educate ourselves and our children on the scientific method of inquiry, how to evaluate studies and spot pseudo-science and pseudo-scientists. We must help our children to develop radar to detect and avoid deceptive New Age profiteers - no matter how noble their stated cause.
Lorie Anderson
SelectSmart.com/hellinger.html

Começo por esta citação, que subscrevo, e que representa uma reserva mental aplicável a todas as iniciativas referidas nesta secção.

Por outro lado, não devemos permitir que a resistência intelectual à linguagem com que determinada terapia é apresentada nos afaste do facto que ela, eventualmente, funciona e é benéfica a quem é aplicada.
As Constelações Familiares são um exemplo notório de aplicação destes comentários.

As Constelações processam-se numa reunião em grupo, coordenada por um terapeuta ( que se pode apresentar com montes de outros títulos, desde ajudante a facilitador ). O coordenador escolhe um dos presentes que tenha um problema pessoal para resolver ( problema crónico, doença ou problema de relacionamento) e chama-o para o seu lado.

O “paciente” expõe o problema de forma sucinta e descreve o enquadramento familiar em que vive e foi criado . Note-se que tal exposição pode ser feita sem que a assistência oiça o que é dito, se o paciente assim o desejar.
Em seguida, o orientador pede-lhe que escolha, entre a assistência, alguém para o representar a si, outro para representar o pai, outro o marido, etc e para os colocar  no palco, posicionados entre si como achar melhor. Depois disso, o paciente senta-se de novo ao lado do orientador e ficam todos a olhar para o grupo no meio da sala.
Nenhum dos representantes pode falar sem ser interrogado e, movimentos que sinta vontade de fazer, devem ser feitos de forma lenta e discreta.
E não é que cada elemento daquele grupo de representantes começa a reagir  aos outros? Rapidamente se torna óbvio o tipo de afecto ou falta dele que existe entre aquela gente toda.

Para quem assiste pela primeira vez, a perplexidade instala-se. “Que é aquilo? Não é uma sessão espírita . Como é que os representantes reagem de acordo com o sentir de pessoas que não conhecem?” Mas rapidamente a perplexidade dá lugar à comoção, quando se começam a revelar, de forma óbvia, os bloqueios afectivos entre os elementos da Constelação
Quanto ao que depois se passa, como é que o coordenador intervém face àquela “ecografia” de um ambiente familiar e como é que tais bloqueios podem estar relacionados com um problema fisiológico, remeto-vos para o site de Bert Hellinger, (na foto) www.hellinger.com, ou para um programa de Constelações ao vivo.

Mais tarde, a frio, as grandes perguntas.: mas que garantia há de que os representantes sentiram o que os representados sentem? E que garantia há que, face ao quadro revelado ( com o paciente normalmente a chorar baba e ranho e a assistência a fungar para reprimir lágrimas face ao quadro que se desenrolou a seus   olhos ) as consequências que o terapeuta tire e as  iniciativas que tome sejam as mais correctas?

Aqui fica um convite ao debate entre quem já assistiu ou beneficiou de uma sessão estas e outros interessados na área da psicoterapia.
arturgtome@hotmail.com


 1 - Inicio hoje, graças à hospitalidade do Luis Gaspar, uma nova página de noticiário e divulgação cultural.
Podia simplesmente dizer que se vai falar de energias e terapias doces, ou de cultura new age. Era facilitar em demasia porque me associava à ligeireza e ao folclore com que tais  temas têm sido tratados na comunicação social.
Vai-se falar de fontes energéticas e de produção para desenvolvimento sustentado, de terapias alternativas e de propostas para se conseguir estar de bem connosco próprios.

 Antes  de prosseguir, deixem-me citar Theodore Sturgeon:

 As pessoas de espírito patriarcal, em culturas patriarcais, têm religiões patriarcais. Uma deiade masculina, uma Escritura autoritária, um forte governo central, ma intolerância no que se refere a pesquisas e motivações, uma atitudes sexual reprimida, um profundo conservadorismo, uma rígida demarcação, em modos de vestir e conduta, entre os dois  sexos, e um profundo horror à homossexualidade.”

“As pessoas de espírito matriarcal que formam culturas matriarcais, têm religiões matriarcais, uma deiade feminina servida por sacerdotizas, um governo liberal, uma grande tolerância pelo pensamento experimental, uma atitude complacente em relação ao sexo.”

“Uma cultura patriarcal pretende sempre impor-se às outras. Não assim a outra. Por isso é  a cultura patrista que tende a estabelecer-se como primordial e dominante e a matrista raras vezes tem êxito. Não há estados de evolução mas fases que marcam outras tantas  oscilações do pêndulo.”

Sturgeon foi um autor de ficção científica e o livro donde foi extraído este texto é Venus plus X  (Pyramid, New York, 1960)*, uma viagem a uma sociedade utópica, constituída por seres que, por serem hermafroditas, conseguem viver de forma criativa e sem tensões entre si.

( Já disse que era uma  utopia…).

Se citei este autor é porque esta secção vai tratar dos aspectos matriarcais da nossa cultura. Vamos falar e aproveitamento de biomassa e Reiki, de agricultura biológica e técnicas de auto-conhecimento.

Não vai ser um  clone da Xis. Nem todas as alternativas são recomendáveis, destaxar-se-á aspectos positivos e negativos de cada uma. E, se calhar, tirada a semântica new age, nem todas as alternativas são tão inovadoras ou diferentes como se pensa.

Por hoje, começaremos apenas por chamar a  atenção para um convite que recebemos:

WORKSHOP de Constelações Familiares
Orientado por Paula Guerras de Matos

Sábado  27/11/2004
Hotel  Saboia ,Monte Estoril

O trabalho de Constelação Familiar tem origem com Bert Hellinger, na Alemanha, e tem-se difundido além da Europa, para o Continente Americano e Ásia.
O Sistema Familiar tem efeitos profundos que influenciam as nossas: acções, , relações estado de saúde  e caminho de vida
A Constelação Familiar dá-nos a possibilidade de reconhecer e resolver os enredos sistêmicos. Podemos observar e trazer à luz a dinâmica oculta que está presente nos relacionamentos.
Alguns conflitos inconscientes acabam por se manisfestar de outras formas como: doenças, abortos, insucesso profissional ou escolar, desentendimento entre casais e entre pais e filhos.
Os participantes podem colocar seus casos directamente para serem trabalhados. Ao participar, como representante de membros de outras famílias, poderão indirectamente estar trabalhando questões pessoais.

Paula Guerras de Matos (Psicóloga)
Psicoterapeuta Corporal em Biossíntese
Pós-graduação em Recursos Humanos;
Terapia Sistémica de Constelações, em formação.

 Contacto para fazer a sua reserva  : tel .: 214572414 ou 932862390
Horário: das 10hs às 18hs
Preço: 40 Euros  

Por agora, fica o leitor com algumas referências bibiográficas, sendo certo que nenhuma leitura o prepara para o sobressalto que todos sentem ao participar, pela primeira vez, numa constelação deste tipo. Voltaremos ao assunto na próxima semana.

Hellinger Bert: A Simetria Oculta do Amor, S.Paulo; Ed. Cultrix, 1999.
Hellinger Bert: Constelações Familiares, S.Paulo; Ed. Cultrix, 2001.
Hellinger, Bert, Ordens do Amor, S. Paulo; Ed. Cultrix, 2001.
Bradshaw, John, Family Secrets. Bantam Books 1996
Nerin, William F., Family Reconstruction. W.W. Norton 1986.
Site oficial: www.hellinger.com

* editado  na Colecção Argonauta, nº 67, sob o título “O homem que vinha do passado”, com tradução de Mário Henrique Leiria. Merece uma visita a  um alfarrabista…apesar do título (o homem, afinal, não vinha do passado)
arturgtome@hotmail.com