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Quando o teu andar…
Quando o teu ser me enlevava em comoções
E eu em ti me extasiava no infinito,
Não viveu esse dia tanto ser aflito,
E os oprimidos, num inferno de milhões?
Quando o teu andar me punha em febril estado,
Outros trabalhavam; na terra eram ruídos.
E havia o vazio, Homens sem Deus, despidos,
Nascia e morria tanto ser desgraçado.
Quando, prenhe de ti, me evolava em essência,
Havia tantos outros arfando em pedreiras,
Minguando à secretária, suando em caldeiras.
Vós, que arquejais em ruas e nos rios da vida,
Se há equilíbrio no mundo e na existência,
Como irá esta minha culpa ser remida?
1913
(tradução de João Barrento)