Adolfo Casais Monteiro
BIOGRAFIA
 

Adolfo Casais Monteiro, poeta e ensaísta, nasceu no Porto, em 1908. Publicou em 1929 "Confusão", o seu primeiro livro de poemas. Estudou Ciências Histórico Filosóficas no Porto, e formou se em 1933. Nesse ano, publicou "Considerações Pessoais", colectânea dos primeiros ensaios críticos e, com o poeta brasileiro Ribeiro Couto, a colectânea poética "Correspondência de Família", primeiro marco de uma estreita cooperação com os principais intelectuais brasileiros do seu tempo. No ano seguinte assumiu a direcção da revista ?Presença?, após a demissão de Branquinho da Fonseca.
Professor do ensino liceal, em 1937 foi demitido do cargo de professor pela ditadura salazarista. Em 1939 mudou se para Lisboa a fim de ganhar a vida como escritor. Foi preso várias vezes e entre os seus muitos livros de poesia há dois que dão especial voz à sua revolta política: "Canto da Nossa Agonia" (1942) e "Europa" (1946). Neste mesmo ano tornou se director da revista "Mundo Literário", depois de ter publicado volumes de ensaios sobre Ribeiro Couto, Jules Supervielle e Manuel Bandeira.
Em 1954, fixou se no Brasil e naturalizou se brasileiro. O activo papel que desempenhou na oposição no exílio tornou impossível o seu regresso. Publicou crítica literária e outras formas de ensaio em numerosas revistas e jornais. Foi professor universitário de literatura em universidades do Rio de Janeiro, Bahia e São Paulo, onde em Araraquara ocupou a partir de 1962, a cátedra de Teoria da Literatura.
Em 1969, as suas "Poesias Completas" incluíram o conjunto inédito dos poemas escritos no exílio, com o expressivo título "O Estrangeiro Definitivo".
Faleceu em 1972.
Como poeta, Adolfo Casais Monteiro deu mostras de uma inquietação e angústia extremamente pessoais (que se aproximam por vezes do desespero), em obras como ?Confusão? (1929, a sua estreia) e ?Noite Aberta aos Quatro Ventos? (1943). A sua obra poética deu alguma continuidade ao primeiro modernismo português, recusando os moldes da versificação tradicional. Muita da sua poesia reflecte preocupações específicas com o momento histórico, nomeadamente durante a II Guerra Mundial, e com as contradições e tensões da vida humana no mundo. Destacou se, sobretudo como ensaísta, de forma mais intensa após a sua ida para o Brasil, deixando contributos importantes para o estudo de Fernando Pessoa e do grupo da ?Presença?.
Obras:
Poesia: “Canto da Nossa Agonia” (1942), “Versos” (1944), “Europa” (1946), “Voo Sem Pássaro Dentro” (1954) e “Poesias Completas” (1969).
Ensaio: “De Pés Fincados na Terra” (1940), “Estudos Sobre a Poesia de Fernando Pessoa” (1958), “A Poesia da «Presença»” (1959), “O Romance” (1964), “A Palavra Essencial” (1965), “A Poesia Portuguesa Contemporânea” (1977), “Estrutura e Autenticidade na Teoria e na Crítica Literárias” (1984) e “O Que Foi e O Que Não Foi o Movimento da «Presença»” (1995), entre outras obras.