Adília Lopes
BIOGRAFIA


Adília Lopes, poetisa, cronista e tradutora, é o pseudónimo literário de Maria José da Silva Viana Fidalgo de Oliveira, nascida em Lisboa em 1960.
Tem vivido sempre na mesma casa, em Lisboa, habitada pela família da sua mãe desde 1916.
A sua paixão pelos gatos tem estado sempre presente na sua obra. Famosos ficaram então as gatas Faruk e Ofélia (ambas já desaparecidas) e o gato João Paulo.
Adília começou por frequentar dois colégios de freiras, no ensino primário, e acabou a cursar Física, na Faculdade de Ciências de Lisboa, licenciatura que abandonou, quase completa.
Concorreu em 1983 a um Prémio de Prosa da APE e enviou poemas para a editora Assírio & Alvim, que remeteu dois deles para o seu “Anuário de Poetas não Publicados” de 1984. Começou uma nova licenciatura, de Literatura e Linguística Portuguesa e Francesa (1983-1988), na Faculdade de Letras de Lisboa, e publicou o seu primeiro livro de poemas em edição de autor, “Um jogo bastante perigoso” (1985).
Ao longo do curso, Adília Lopes publicou outros quatro livros de poesia, entre os quais “O Poeta de Pondichéry” (1986) – a sua obra mais traduzida, baseada numa enigmática personagem de “Jacques le fataliste”, romance de Diderot – e “O decote da dama de espadas” (1988), reunião de poemas redigidos entre 1983 e 1987. Terminada a licenciatura, foi bolseira do Instituto Nacional de Investigação Científica (1989-1992), tendo trabalhado no Centro de Linguística da Universidade de Lisboa, no projecto de antroponímia de países de línguas românicas PatRom.
Em 1991 publicou em edição de autor “Os 5 livros de versos salvaram o tio” (250 exemplares para distribuição gratuita). Recusado por seis editoras, tem na capa, simbolicamente, a data do primeiro livro (1985).
Entre 1992 e 1997 publicou cinco livros de poesia, um dos quais em prosa, “A bela acordada”, e especializou-se em Ciências Documentais (1995) na Faculdade de Letras de Lisboa. Trabalhou nos espólios de Fernando Pessoa, Vitorino Nemésio e José Blanc de Portugal.
Foi-he atribuída em 1999 uma bolsa de criação literária do IPLB, apoio que lhe permitiu trabalhar para teatro. A companhia de teatro Sensurround, de Lúcia Sigalho, levou à cena um espectáculo baseado em textos seus intitulado “A Birra da Viva”, obra central (e única a ser encenada) da trilogia “A Caixa em Tóquio”. A bolsa permitiu ainda a publicação de três livros, sendo “Sete rios entre campos”, provavelmente, a obra mais autobiográfica de Adília Lopes.
No ano seguinte, foi publicado “Obra”, onde foram reunidos os quinze livros de poesia de Adília Lopes, com ilustrações de Paula Rego. Adília traduziu para português “Nursery Rhymes” (Rimas de Berço), um álbum de gravuras de Paula Rego baseadas nas clássicas rimas infantis inglesas.
Adília Lopes está traduzida em castelhano, italiano, francês, inglês, servo-croata, alemão e holandês.
Adília Lopes é hoje uma das mais importantes poetisas portuguesas. Conduz a poesia para casos corriqueiros e situações quotidianas, tratadas com ironia, candura e crueza, inteligência e intencionalidade.


.