Luís Gaspar
entrevistado por Cristina Abranches
para a revista ALICE (CCP)

 

o dono da voz

luís gaspar
a minha vida dava um spot de rádio

CLIENTE: LEITORES DA ALICE
PRODUTO: LUÍS GASPAR
MEIO: RÁDIO 60'
TÍTULO: LUÍS GASPAR. A MINHA VIDA DAVA UM SPOT DE RÁDIO
COPYWRITER: CRISTINA ABRANCHES
DATA: I DE FEVEREIRO DE 2005

 

SFX: Ambiente de café. Em fundo, ouve-se o barulho de uma máquina de café a trabalhar, intercalada por toques de telemóvel e conversas cruzadas de pessoas.

V.F.: Só as várias profissões que o Luís Gaspar exerceu na área da publicidade davam para fazer uma agência auto-suficiente. Como e quando começou a fazer locução?

V.M.: Tinha acabado de ver o espectáculo dos motociclistas no Poço da Morte na Feira Popular que ficava onde é hoje a Gulbenkian. Á saída, de microfone em punho e perna ao léu, a assistente perguntou-me a opinião sobre os artistas. A segunda locução foi na antiga Emissora Nacional. Corriam os últimos anos da década de 40 e, imagine-se, ainda não havia televisão. O puto Gaspar tinha dado nas vistas no teatro da Mocidade Portuguesa da Veiga Beirão e daí o Manuel Lereno o ter levado para o teatro radiofónico da Emissora Nacional. Nessa altura, na Baixa lisboeta, o movimento parava porque toda a gente ficava a ouvir o "teatro" pelos altifalantes das lojas de electrodomésticos. O locutor era vedeta. À noite, era a vez de ouvir as peças de teatro da Emissora Nacional. Ainda tenho uma gravada, tinha eu 17 anos e fazia o papel principal. Sim, senhora, já fiz 50 anos de carreira e esqueci-me da comemoração. Fica para os 60.

V.F.: Já bem depois desses episódios, tornou-se copy na G. Thibaud & Cie., na altura a agência de publicidade da FIMA-LEVER...

V.M.: Um dia, já afastado da Emissora Nacional por ter colaborado num programa na rádio privada, no caso o Rádio Clube Português, porque o patrão (APA, Fernando Leitão) não me pagava o ordenado - já agora: 500 escudos por mês! - fui fazer a locução de um filme do sabonete Lux já com as "nove de cada dez estrelas...". O Leitão soube, despediu-me e a agência para quem tinha feito o anúncio contratou-me. Era a G. Thibaud & Cie. Puseram-me nas mãos da Branca Protásio. Com ela aprendi tudo. A escrever anúncios, a pensar no consumidor, a lutar pelas ideias e, sobretudo, o que não se passa hoje, a colocar cada macaco no seu galho. A experiência que trazia da rádio ajudou muito, mas os louros vão inteirinhos para a Branca que continua vivinha da costa, de boa saúde, de carrapito espetado e escrevendo para o baú. Acompanhada do seu Luís Moutinho, fez uma visita à Truca no Verão passado, o que me deixou de lágrima no olho. Para que me percebam os que não são desse tempo, a Branca Protásio era o Bidarra de saias. Com melhor feitio que o original, entenda-se.

V.F.: E como é que acabou por se tornar, nessa mesma agência, o primeiro TV Executive em Portugal?

V.M.: Tive muita sorte. Nesse tempo, ser publicitário era uma profissão nova. Ainda não havia stocks. As agências não tinham onde "roubar" pessoal. Daí que a Unilever me tenha colocado em Londres, durante um ano, a fazer um curso de TV Executive. Um ano! A Ciesa NCK, a grande rival da Thibaud, já tinha um departamento de cinema criado por um espanhol meio maluco e depois dirigido pelo realizador António Macedo com o António Damião a assisti-lo. Mas o Macedo era realizador e as funções de um TV Executive eram outras. Na altura, em Londres, era um Director Criativo para a área do audiovisual. O modelo foi importado e fui, de facto, o primeiro TV Executive.

V.M. 2: (ao longe) Sai um descafeinado!

V.F.: A formação de várias produtoras também faz parte do seu percurso. Por que as abandonou?

V.M.: Fui co-fundador da Panorâmica, que nasceu com 4 pais: o Fernando Peres, crítico de arte, o Mário Neves, que com Servais Tiago foi o criador do desenho animado em Portugal, o realizador Manuel Faria, que não passou de documentarista, e o publicitário Luís Gaspar. Um ano depois os documentários e os filmes de fundo não tinham aparecido e o futuro indicava um só caminho: a publicidade. Mas alguns dos meus sócios não acreditavam na publicidade. Alguns ficavam "agoniados" só com a ideia de fazer um filme de publicidade pelo que me venderam, todos, as suas participações. Curiosamente, o Galveias Rodrigues, patrão da Telecine, a nossa grande concorrente quase monopolista, emprestou-me (letras de favor, letras de favor...) o dinheiro para a compra. Abandonei a Panorâmica em Maio de 74. O apelo da política foi muito forte para aquela geração de publicitários. Durante muitos anos trabalhei na propaganda do Partido Comunista em grupos onde participavam nomes hoje conhecidos de outras propagandas: António Pina Moura, José Magalhães e Vítor Neto.

V.F.: O que acha que mudou no meio, de então para cá?

V.M.: Tudo. Nos últimos 30 anos, em publicidade, mudou tudo. Muitas coisas para melhor. Outras, poucas, para pior. Falar-lhe das diferenças levaria muito tempo e eu corria, de certeza, o risco de fazer figura de velho rezingão, de "cota".
Alguns exemplos para ilustrar essa mudança radical: quando deixei a produção e realização de filmes de publicidade, o filme mais caro feito pela Panorâmica tinha custado 80 contos e o preço médio de um filme de 30 segundo, a preto e branco, era de 40 contos. Não existiam computadores, nem telemóveis e os intervenientes que estavam a montante do cheque (marketing) eram pessoas mais competentes.
Conheço histórias de hoje de arrepiar. O dinheiro que grandes empresas deitam à rua (e nós a pagarmos!) por incompetência é um susto. Não percebo. Discutem durante horas a relevância do nariz da modelo, do fotograma, da pausa na locução e deixam na gaveta, alegremente, um filme que custou milhares, muitos milhares de euros. Para não falar das propostas que ficam na gaveta à espera de aprovação e que dela saem nas vésperas da exibição. "Tem de estar pronto amanhã! O problema é vosso!" Estes "esquecimentos" podem custar fortunas. Uma última grande diferença: deixámos de fazer publicidade para o Sr. Antunes, o dono da loja da esquina e para a sua cliente, a D. Almerinda. Ainda não havia Vanessas. A globalização invadiu-nos a vida desde a casa de banho à mesa, passando pela cama. Ou começando por ela. O pessoal que hoje trabalha em marketing e publicidade é formado pelas universidades. O que, infelizmente, não é, sempre, garantia de qualidade. A tendência, porém, é como sempre foi: os incompetentes mudam de profissão. Vão à vida e ficam os melhores. A concorrência é feroz e há muito Tio Belmiro que não apara golpes.

V.F.: Em termos de trabalho, consegue geralmente uma certa estabilidade ou funciona muito por picos?

V.M.: Pessoalmente, nunca fui atacado por picos. Tive a sorte das pessoas com quem tenho trabalhado, reconhecerem alguns méritos na minha prestação, pelo que raramente fui despedido. Tenho sido eu a abandonar tarefas, de realizador e produtor, de criativo a locutor, porque estou farto, quero mudar, ou não estou para aturar os tais senhores (e senhoras) que abusam da sua posição a montante do cheque.

V.M. 2: (ao longe) Sai um sumo de laranja e meia torrada.

V.F.: Alguma vez alguém lhe disse que a ideia que tinha de si, por ter ouvido a sua voz, não correspondia à sua imagem?

V.M.: (risos) Isso era, e ainda é, muito divertido. Ao longo da minha vida, muitas vezes, pessoas que me conheciam pela voz não queriam acreditar no "minorca magrote" que lhes aparecia à frente.
Então com as namoradas!... Mas acabava por usar outras armas que lá iam resultando. Não resisto a contar-lhe uma história. Eu, tal como o querido Henrique Canto e Castro que nos deixou recentemente, era muito solicitado para fazer de Pai Natal. Um dia fui gravar um spot de rádio com uma garotinha que não tinha mais de três anos. A mãe, que era a criativa, apresentou-me à miuda: "Este senhor é o Pai Natal." Ela olhou para mim desconfiada. Entrei na cabina e comecei a fazer a voz de Pai Natal. Ao ouvir aquela voz, a pequenita, que tinha ficado na sala técnica, começou aos pulos a gritar "É ele! É ele! É o Pai Natal." Quando saí da cabina agarrou-se a mim e perguntou-me como é que eu andava nas nuvens.

V.F.: Como descreve a sua voz?

V.M.: Tenho muitas vozes, resultado da escola do teatro radiofónico.
Até podia ter seguido a carreira de imitador. Faço desde o "rabinho seco" das Dodot, à "simpatia" do BES e até ao hard selling do Continente. Neste último caso, fazia, porque entretanto me fartei de gritar, embora tenha excelentes cordas vocais, na opinião do médico. Esta capacidade é uma das razões pelas quais a minha carreira de locutor tem sido tão longa. Consigo, no mesmo anúncio, fazer a "personagem" e a "voz de companhia". Ainda hoje posso fazer a voz de um jovem executivo!... O problema é que, de jovem, só tenho a voz. E a imagem, como é natural, conta.

V.F.: Se as locuções são o seu único meio de subsistência, o que faz quando fica afónico?

V.M.: É verdade, de há muitos anos a esta parte, as locuções são a minha única profissão remunerada. Quando saí da Panorâmica, há mais de 30 anos, ganhava o excelente ordenado de 20 contos por mês - o João Rapazote e o Figueiredo Nunes ganhavam um pouco menos; nem um tusto enquanto publicitário político - era por amor à causa - e uma data de massa desde que passei a fazer só locuções. Chegou a ser pornográfico. Durante alguns anos fiz, em média, três a quatro locuções por dia. Claro que, afónico, não há locuções. Felizmente, tenho "guardado" as maleitas da garganta para um fim-de-semana. Na segunda-feira seguinte, com tratamento de cavalo, estou bom ou disfarço muito bem.

V.F.: Quais as principais marcas ou produtos a quem emprestou a voz e pelas quais é conhecido?

V.M.: Em 2000 era "voz de companhia" de 64 marcas. A durabilidade da minha voz como "som humano" de uma marca era a prova de que a minha voz era conhecida como tal. Atenção, a voz, não o nome. Sempre defendi a condição de "voz sem dono", excepto, claro, quando o nome do locutor ou do actor tem uma função de testemunho. Uma voz pode fazer parte da marca, tal como a música, o tipo de letra, a cor dos fundos. E mudar a imagem da marca era coisa, ao contrário do que hoje sucede, que não se fazia todos os anos ou só porque se mudava de agência ou de director de marketing. Hoje, com muito menos marcas na carteira, a maior parte delas já fora do mercado, com a proliferação de vozes "publicitáveis" graças às telenovelas e nalguns casos à falta de conhecimentos de quem escolhe (lá estão os marketeiros!) e às vezes de quem dirige, ainda sou voz de companhia de algumas marcas. Dodot, BES e AKI são as mais antigas. Mas, deixe-me dizer-lhe, o que me diverte hoje é, no meu home studio, ler prosa e poesia para gozo pessoal, para a Truca ou para os amigos. Sem pessoas estrategicamente colocadas a montante do cheque.

V.M.2: Sai um batido de morango e um palmier coberto.

V.F.: Por falar em Truca, há quantos anos começou a fazê-lo? Ou deverei perguntar fazê-Ia?

V.M.: A Truca, em termos de idade, já é uma senhora de respeito. E já agora, "senhora" ou "senhor", perguntam muitas vezes. "Senhora", se considerarmos que o nome vem de uma maquineta de filmar efeitos especiais e desenhos animados, uma truca. "Senhor" se optarmos pelo género da palavra "site". Nasceu em 1997, vai fazer 8 anos. Aliás, para o próximo aniversário tenho uma surpresa para os "truquistas": uma edição da Truca de 1998, um ano depois de ter nascido. Vai ser muito divertido ler as "fofocas" de há sete anos. Todas as semanas é actualizada e esta tarefa só falhou duas vezes. O "11 de Setembro" foi uma delas.

V.F.: Como surgiu a ideia?

V.M.: Desde que soube da sua existência, a Internet sempre me fascinou. Fui um dos primeiros clientes da Telepac e o primeiro fornecedor de acesso quando ainda quase não havia sites em português e mesmo lá fora, a Biblioteca do Congresso dos EUA, o FBI e o Playboy eram dos poucos sites disponíveis. A minha relação com o José Magalhães, um dos primeiros grandes entusiastas da Internet também foi decisiva. Confesso, porém, que a minha primeira atitude para com o vídeo e os computadores foi muito reaccionária. Vídeo? Pff... eu sou do cinema, da película, adoro o cheiro do papel e outras desculpas pacóvias que ainda hoje servem a gente muito importante do nosso meio. Recordo que quando, ainda não há muito tempo, estranhei a ignorância total da directora criativa de uma grande agência, ela me respondeu que se fosse preciso, ia fazer um curso de fim-de-semana a Londres e..."já está".
Já eu, envergonhado, resolvi um dia mudar de atitude e comecei por comprar uma agenda electrónica das pequeninas. Não parei mais e, de há uns anos a esta parte, o meu computador é, sempre, um "topo de gama" e possuo as últimas versões dos programas que utilizo.

SFX - Ouve-se o barulho de uma máquina de batidos a funcionar.

V.F.: E como é que o Luís Gaspar se põe a par destas últimas tecnologias?

V.M.: Tecnologias, tecnologias... bem... são tantas e mudam tão rapidamente que não as acompanho, a não ser aquelas que dizem mais respeito à Internet. Mas, para o estado dos meus neurónios, seria impossível andar à moda. O meu neto que trabalha na Bikini vai dando uma ajuda na actualização.

V.F.: Na Truca, como é que obtém a maioria das suas informações? Tem tido muitos feedbacks?

V.M.: Nos primeiros tempos, por via das muitas gravações diárias, o contacto com muita gente era a fonte. Os corredores dos estúdios, como eu costumava dizer, eram um livro aberto. Depois, a partir de 2001 diminuiu o trabalho e as notícias eram, quase todas, de despedimentos. Nessa altura decidi que não seria porta-voz das desgraças. Depois, com o aumento da "fama" da Truca, veio ao de cima este estranho comportamento dos publicitários que é o de ficarem "incomodados" que se fale neles e no seu trabalho. Porque o cliente pode não gostar, porque ainda é cedo para divulgar, porque o director criativo fica com ciumes, porque... porque. Fui dando menos noticias da praça e pegando mais em "fantasmas", em "pilas" em "histórias da publicidade"...
Ainda hoje sei de notícias que me pedem para não divulgar e que no dia seguinte leio no "Briefing" ou na "Meios & Publicidade". A quase ausência de "retorno" dos visitantes é outra coisa que me surpreende. Embora haja excepções, felizmente. O publicitário, como se pode ver nos "post" dos blogues, ou escreve disparate e palavrão ou não escreve. No caso da Truca, não escreve. Mas tenho fiéis. Seria injusto não os referir. E alguns desses fiéis são colaboradores permanentes. Sempre foi mais fácil saber o que se passa nas agências de Nova Iorque do que nas do Parque das Nações. Estou a preparar uma acção de contacto com gente conhecida para retomar a tradição da "fofoca" que deu fama à Truca.

V.F.: Quais os items da Truca que lhe dão mais prazer fazer?

V.M.: As "Fofocas & Anedotas" são a página que me dá mais trabalho, logo, a mais divertida. Depois há muito gozo na preparação gráfica de colaborações como o Manuel Peres, Artur Tomé, José de Matos-Cruz, Álvaro Magalhães dos Santos, José António Baço, Inês Ramos e mais uns tantos que pedem o anonimato. E na Truca, tanto ou mais do que em qualquer outro "órgão de comunicação" do mundo, as fontes são sagradas.

V.F.: Quais os lugares da Truca que são mais visitados?

V.M.: As "Fofocas & Anedotas", claro, e logo a seguir as "pilas".
Começou por brincadeira e mais tarde a falta de uma "pila" semanal é motivo para grandes protestos. Brejeirices... Há quem assinale a importância que a Truca vai assumindo na divulgação do passado. Tenho visto circularem pela Net anúcios e histórias retiradas do meu site, o que me dá grande prazer. Recebo notícias de algumas figuras importantes da nossa actividade que, após a reforma, descobrem a Truca e ficam encantados. Ainda por cima o material acumulado na Truca dá para muitos dias de leitura. Durante algum tempo, hoje é raro, tinha convites de escolas e universidades para ir apresentar a Truca e falar sobre a Internet. Por razões que não vêm ao caso, nunca aceitei.

V.F.: Quantas visitas tem em média por semana?

V.M.: Ando, há meses, à beira das 10.000 por semana. Já cheguei às 9.997! Tenho champanhe preparado para a comemoração das 10.000. Mas o mais interessante e na continuação daquilo que lhe dizia sobre o muito que há para navegar, esses cerca de 10.000 visitantes clicam (hits) em média, por semana, cerca de 350.000 vezes. O número já é de tal modo "pesado" que o meu fornecedor de alojamento (a KPNQwest) me pediu para mudar a Truca para uma máquina dos grandes sites. Outra nota interessante é a quantidade de países que acedem à Truca. São quase 100, dos quais 30 clicam mais de 1.000 vezcs por mês.

V.F.: Em que medida mudou a Truca o seu dia-a-dia?

V.M.: Alterou algumas rotinas. Passei a dedicar muito mais tempo ao computador e menos à jardinagem. Tenho um enorme jardim que, se dependesse de mim, era um chavascal. Felizmcnte que sou alérgico ao sol, senão a não ida ao Meco, que fica aqui ao lado, era um suplício.

V.F.: Hoje em dia sente-se plenamente realizado em termos profissionais?

V.M.: Politicamente correcto seria responder qualquer coisa como "não, nunca nos sentimos profissionalmente realizados". Mas já tenho idade para me estar nas tintas para o "politicamente correcto". Acho que estou realizado pela simples razão de que posso fazer só o que me apetece. Isto dito por um publicitário (que ainda sou) é uma felicidadc. Estar-me nas tintas para os tais gajos (desculpem a insistência na imagem) que estão a montante do cheque, é estar plenamente realizado.

SFX - Som de máquina registadora e barulho de moedas.

V.F.: Há mais alguma coisa que gostaria de acrescentar?

V.M.: Se não se importa, gostaria que a minha última frase desta conversa fosse: A revista Alice é a melhor do mundo!       .

V.F.: Não sei se o cliente vai deixar...

VCª.: Luís Gaspar. A minha vida dava um spot de rádio.

SFX - Porta do café a fechar. Som ambiente de rua.

 

Já tenho idade para me estar nas tintas para o "politicamente correcto ". Acho que estou realizado pela simples razão de que posso fazer só o que me apetece. Isto dito por um publicitário (que ainda sou) é uma felicidade.

(Entrevista de Cristina Abranches para a revista ALICE - Clube de Criativos de Portugal - Março de 2005)