O HOMEM DA REGISCONTA
Como nasceu nas palavras do seu autor:
António Gomes de Almeida.
1972

 


O texto e as imagens que se seguem, contando o nascimento do Homem da Regisconta foram escritas pelo pai da personagem: António Gomes de Almeida, na altura responsável pelo marketing e publicidade da empresa.
Este texto e as imagens foram publicados no "Magazine Regisconta".

como nasce uma campanha de publicidade

Uma campanha de publicidade nasce, normalmente, por urn destes dois motivos:

1 necessidade de incentivar asvendas;
2 conveniência de prestigiar o nome ou a marca.

Claro que, ao fazer se uma campanha especificamente destinada a incentivar as vendas, também se prestigia o nome ou a marca do mesmo modo que, ao fazer se uma campanha de prestígio, se incentivam as vendas. As duas coisas não são independentes.
No entanto, a forma de organizar uma ou outra destas campanhas varia bastante.
Uma campanha "para vender produto" é, normalmente, mais agressiva, mais directa e mais objectiva ao passo que uma campanha de prestígio é mais subtil e mais subjectiva. A primeira tende à venda imediata; a segunda, tende a criar uma imagem favorável no espírito do público.
A campanha de publicidade que a Regisconta apresenta actualmente, é uma Campanha de Prestígio.

VOCÊS PERGUNTARÃO...

Então, a Regisconta precisa de fazer campanha de Publicidade? Então, as vendas não têm sido espectaculares? Então, o número de clientes não tem subido sempre? Então, a empresa não é conhecida do público?
Todas estas perguntas têm uma só resposta: SIM.
Ou melhor: SIM, MAS...
E isso, realmente. Sim, MAS o facto de sermos a Número Um não quer dizer que isso nos satisfaça. Podemos (e queremos) ser ainda mais Número Um passe o erro gramatical e matemático da imagem. Queremos que mais gente nos conheça, que mais gente pense em nós, que mais gente saiba (e se lembre de) que existimos.
Essa a razão da campanha de publicidade /1971 da Regisconta.

A FILOSOFIA DA CAMPANHA

O que a Regisconta sempre se esforçou por fazer, durante os seus 17 anos de existência, pode resumir se assim:
1 Criar uma boa equipa de gente capaz de resolver os problemas dos clientes, do ponto de vista de controle e de técnica.
2 Dispor de máquinas capazes de resolver qualquer desses problemas, fosse ele qual fosse.

Sempre tivemos, portanto, boas máquinas e sempre tivemos bons colaboradores. Atrevemo nos a dizer, até, que talvez tivéssemos ligado (um pouco) mais importância aos homens que às máquinas.
A ideia é esta: um homem competente pode fazer coisas, mesmo com uma máquina menos boa; um homem incompetente nada fará, mesmo com a melhor máquina do Mundo. Claro que, juntando o homem óptimo à máquina óptima, não foi difícil conseguir sucesso.
Então, a filosofia da nossa campanha baseou se no Homem. No Homem da Regisconta. Nenhum homem, em especial, e todos, no fim de contas.
O Departamento de Publicidade estudou a ideia, redigiu os textos, fez maquetas para os anúncios, e foi desenvolvendo o tema, até às suas formas definitivas. Em fntima colaboração com a Telecine Moro, foi planificado e realizado o filme para a TV. E a campanha nasceu.

A "FABRICAÇÃO" DA PUBLICIDADE

Habitualmente, não se divulga o "como" e o "porquê" de um anúncio. E hábito guardar segredo. Apresenta se ao público, apenas, a sua forma definitiva, e o público não se apercebe do trabalhão imenso que houve antes, para o tema surgir e se concretizar.
Talvez a ideia seja guardar para os profissionais os pequenos segredos da publicidade... Pois bem, não concordamos com isso. Em primeiro lugar, não vemos que haja perigo, do ponto de vista profissional, em divulgar as fases de elaboração de uma peça publicitária (os outros profissionais não vão aprender nada que não tenham obrigação de saber; e o público em geral não vai desatar a fazer anúncios lá em casa, só por ver como se fez o nosso).
Em segundo lugar, as pessoas comuns isto já envolve a ideia, talvez narcisística, de que os publicitários são incomuns... terão curiosidade em ver como aquilo se faz, e ficarão mais consciencializados sobre as dificuldades e exigências do nosso trabalho.
Nas páginas seguintes, em algumas imagens que reunimos e nos parecem sugestivas, explicamos como "fabricámos" a nossa campanha. Com toda a franqueza. Com todos os pormenores.
Esperamos que gostem, e achem interessante o nosso trabalho.
Nós achamos.
(António Gomes de Almeida)

Nasce o primeiro "Aquela máquina" cantado num filme de desenho animado que antecede este cujo storyboard vos apresento. Nesse primeiro filme, com este boneco, ele dirigia se à multidaõ e dizia: "Amigos, há muitas empreses em crise!..." Pouco tempo passava de Abril de 1974!...

O texto "aquela máquina" cantado surge, também, em 1974 no filme que comemora os 20 anos de Regisconta.

Conversar com António Gomes de Almeida é um grande prazer que eu tive a felicidade de disfrutar durante algumas horas. A nossa conversa está gravada e dela retira se muita história da nossa activodade, a publicidade. Como por exemplo a história dos "Parodiantes de Lisboa!
Talves, noutra ocasião.
Mas não quero encerrar a história do nascimento do "Homem da Regisconta" sem vos oferecer duas preciosidades.
A primeira, um dos primeiros filmes (só vos posso oferecer o som) da Regisconta com imagine se, o Vasco Santana! Locução do Raul Feio.
Ouça esta maravilha aqui.

Finalmente um texto de António Gomes de Almeida publicado no MAGAZINE REGISCONTA em Janeiro/Março de 1982. Leia o que pensava um publicitário, nesse momento já veterano da nossa actividade, do passado e do presente de... 1982. Aqui

Por fim um agradecimento ao Antóniio Gomes de Almeida com os meus desejos de que ponha em prática todos os fantásticos projectos de que me falou.