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 Artes & Artistas d'Ontem
Esta página contém as antiguidades publicadas em
"Fofocas & Anedotas"

 
 

 
Hoje voltamos às pessoas. Tive, há tempos, o prazer de publicar uma fotografia do grupo criativo (a capoeira) da G. Thibaud & Cie. Hoje, embora mais recente, temos a Bates. De 1986.

Da esquerda para a direita, sentadas: Olga Alves (ainda na Bates), segue se uma ilustre desconhecida (alguém conhece?), Isabel Rodrigues (actual sócia da VIP), a Paula, a Vera Kadosh (quando sai da Bates vai para a Saatchi com Vicror Pantoja).
De pé: Catarina (actualmente na Domus), Carlos Piotier, a seguir dois desconhecidos (alguém conhece?), o Rodrigues (ainda na Bates), José Sacramento, Vitor Pantoja (actual director da Saatchi & Saatchi), Fernando Marques (VIP), Armando Santos (director financeiro da Saatchi) Marcenal de Andrade (actual director da VIP) e Luís Pinto (ainda na Bates)

E agora esta:

Em 1971 foi feito um estudo comparativo dos preços entre dois supermercados (A e B) e uma mercearia de bairro. Prepare se para ver e...não acreditar:

E agora as compras do mês:

Meu, Deus. mas não chegava a 1.000 paus!!!

E para fechar as antiguidades de hoje aqui vai um anúncio do mesmo ano destes preços 1971.

"O hábito faz o hálito" não se percebe bem porquê mas, se calhar, é porque rima!

Um anúncio de 1970 de uma marca que continua a liderar o mercado TRIUMPH. Cheira me a "adaptação"...baratinha! "Bela segura confiante", nos dias de hoje mudou se para os pensos higiénicos, não é?

Não é um remédio secreto como todos os seus congéneres! Este, que se segue é a sério. Nada escondido na manga. Doenças, estão lá todinhas e mais algumas que envelheceram e...morreram. Outras, ainda, mudaram de nome mas estão por aí a cada esquina tais como o "esfalfamento intelectual" que deu no familiar "stress". Julgo eu...
Mas o importante é você ler e divertir se. Ontem como hoje!...
Ah, uma preciosidade de 1914!!!

E esta?

NOVOS DIRIGENTES
DO CLUBE DOS PUBLICITÁRIOS

Reuniu se, na sede do Clube Português dos Publicitários, a assembleia geral para eleição dos corpos gerentes para o ano de 1971.

A mesa da assembleia presidia o sr. Jorge Rodrigues, que era secretariado pelos srs. drs. Sousa de AIvim e Henry Moss.

Após o acto eleitoral, e depois de feito o escrutínio, foram eleitos para o próximo ano: mesa da assembleia geral srs. dr. Adelino Artur Manuel Duarte Boiça, presidente; dr. Francisco Pinto Balsemão, vice presidente; José Cardal Coelho Rocha Pereira, 1º secretário; José Luís Barreira Pessoa Lopes, 2º secretário. Conselho fiscal srs. Jorge Galveias Rodrigues, Álvaro José Fernandes Marques e António Fernando Beselga Branco. Direcção srs. Luís Filipe Lagrifa Neto Vasco, presidente; dr. Carlos Alberto Botto de Oliveira e Carmo, vice presidente; srª D. Maria Deolinda Gonçalves Rocha, tesoureiro; António Nunes d'Almeida, 1º secretário; Luís Filipe de Brito Monteiro, 2º secretário; Artur Duarte Ramos e José Augusto da Silva Romão, vogais; Carlos Heitor Pavão, srª D. Maria Helena Moedas dos Santos Almeida e Vasco Borges Santos, suplentes; srª drª Maria Eugénia Pereira Retorta e Dr. Fernando Rui M. A. Pinto Fernandes, delegado à Federação.

Uma coisa vos posso garantir: eram todos patrões de agências, meios e produtores. Mais que não fosse porque, de outro modo, a PIDE levantaria problemas...Clubes, associações, eram sempre coisa suspeita. Eu sei, você julga que eu estou a brincar...
Na próxima semana teremos uma entrevista com o Senhor Presidente da Assembleia Geral desta digna organização, o simpático Duarte Boiça, director da Telecine...quando o Galveias deixava!...

1912! 1912, meus caros!
SOMATOSE LIQUÍDA. Se fosse hoje também dizíamos que a Aspirina, além de se vender nas farmácias, se vendia nas drogarias? "Em caso de dúvida consulte o seu droguista."
Ainda há drogarias, não há?
E esta das "damas elegantes"? Se não andassem à moda não podiam tomar SOMATOSE LÍQUIDA?
Há, porém, uma coisa que eu sei: neste tempo ainda muito barbeiro fazia trabalho de médico!
Este anúncio foi publicado no "O Século".

Em 1960 saía uma revistinha editada pelo fermento em pó Royal ao preço de 1$00. A capa é a que aí está e a a seguir a contra capa um nadinha mais alargada para que se possa ler o texto onde a certa altura se diz:

Publicidade
M.M. da Hora

Esta preciosidade não me chegou às mãos pelas do Silva Gomes que bem me podia mandar um exemplar do magnífico livro que a sua agência publicou sobre publicidade de outros tempos acompanhado da autorização de publicar algumas das valosas imagens que contém Ou outras raridades das muitas que deve ter lá no sótão.
Mas já não é mau ter o compromisso (feito diante de testemunhas) do Espírito Santo de me "abastecer" com algumas antiguidades.

 
Informação posterior à publicação do anúncio nas "Fofocas"

Então não é que o Silva Gomes me respondeu à letra? Enviou me o livro dos "65 anos de publicidade do Grupo McCann Portugal" uma joia inestimável da história da publicidade em Portugal. Obrigado! Muito!!!

Este anúncio é de 72 e dele não sei nada. Como habitualmente o convite fica feito: se sabe alguma coisa sobre ele, diga. A comunidade agradece. Gostava de saber, especialmente, o que é que a menina na "demonstração" tem na testa.

Este anúncio tem 30 anos! E, não sendo especialista, acho o um excelente trabalho sobretudo tendo em conta as limitações postas a tudo o que fosse "ousado", incluindo na publicidade. A fotografia, que não sei se foi produzida em Portugal, é excelente. Mas é muito provável que sim dado que, ao tempo, não havia "banco de imagens". Ou será uma adapatação de anúncio estrangeiro? Haverá por aí alguém que possa dar informações seguras sobre este anúncio? Nem sei que agência trabalhava este JASMIM Desodorisante íntimo. A "ousadia" da colocação da embalagem naquele lugar é "dirty mind" minha ou será por acaso?

E agora, senhoras e senhores, uma preciosidade:

Este anúncio tem 94 anos!!!

Dele apenas sei que foi publicado em 1907 no Jornal "O Século". Para quem não conseguir ler o texto aqui vai ele:

PREMIADO em várias EXPOSIÇÔES FORNECEDOR da CASA REAL

Também gostava de saber que figuras são aquelas, em baixo, à direita. Parecem grandes prédios, mas naquele tempo...

Finalmente! Finalmente! Finalmente, almas caridosas tiveram a amabilidade para comigo, mas também para com muitos dos visitantes deste site de me enviar fotografias antigas que, pelo menos, servirão para provar que a actividade (indústria?) publicitária não começou hoje.

Tope me esta:

Trata se do Grupo Criativo da Lintas (na altura com o seu primeiro nome: G. Thibaud & Cie) no início dos anos 60. Incrível! Já lá vão perto de 40 anos!!!
Os nomes? Prepare se. Da esquerda para a direita: só a ver se o braço, o João Luís, de pé, o Luis Moutinho.Segue se o Jorge Morato que, de pé, fala com o inglês Dobson. Sentado, o Lopes Alves e de pé o João Velez que conversa com a Helena Maria . Ao fundo a Branca Protásio. De costas para a objectiva a Helena Nunes e, a tirar o retrato, o "Quito" Hipólito Raposo.
Quem sabe se estariam, para além de posarem para a fotografia, a trabalhar no anúncio que se segue? Uma peça com 40 anos, pelo menos!
Também "pelo menos", o João Velez ainda está no "activo" na McCann.
Posso jurar que 40 anos depois a Branca usa o mesmo carrapito!

O filme de lançamento do Signal foi produzido pela Telecine e para se conseguir filmar as riscas a sairem do tubo foi inventado um "zingarelho" pelo Ariz Navarreta que causou admiração ao director de televisão da Lintas de Londres.

Este anúncio de imprensa tem exactamente 57 anos. Descubra as diferenças para os anúncios de hoje!

Uma curiosidade: repare se no número reduzido de mulheres participantes neste lançamento. Mas posso garantir que nenhuma delas estava a fazer o papel de "esposa". Também não havia nenhuma do "marketing". Andavam pela agência de publicidade e pelos estudos de mercado. E já era um pau! Ainda dizem que o País não andou para a frente!!!

Uma anedota: dizia eu ao Victor Mealha, um dia destes, que ia mostrar a fotografia do lançamento do Sunil em 1962. Comentário do Victor: "porque é que não mostras o lançamento do OMO?"
Estes publicitários são assim: ou oito ou oitenta!
E porque não a fotogafia do Fernando Pessoa a escrever o "slogan" da Coca Cola?

Perguntarão os mais novos:
"Mas onde é que está o ProTools? E os (muitos) televisores?"
Há doze anos era assim um dos estúdios mais "procurados" pelos publicitários. Magisom de seu nome continua hoje, vivinha, com os "protools" necessários!...

Uma antiguidade da CP.

Daqui até à excelente campanha da Publicis para a mesma CP (mesma? Ná....) vai uma distância de trinta e muitos anos. No tempo em que o comboio tinha nada menos do que três classes: 1ª, para os senhores, 2ª para a pequena burguesia e a 3ª para o maralhal em banco de pau.

Temos aqui o autor do "slogan" "minha lã, meu amor" numa fotografia da época, 1973, ano em que saiu este anúncio. É difícil falar do Ary dos Santos mas é muito bom recordá lo. Não consegui identificar a agência que criou o anúncio mas o Cliente era o Secretariado Nacional da Lã. Este produto tem história. Um dos primeiros filmes para a "pura lã virgem" foi a esteia do António Pedro de Vasconcelos como realizador. A agência do SNL, na altura, chamava se "Êxito" e nela trabalhava outro nome grande da cultura portuguesa: o escritor Alves Redol. A publicidade nunca foi, como dizia o meu amigo (é melhor não lhe recordar o nome a este propósito!) que a publicidade é a actividade dos artistas falhados: escritores, realizadores, pintores, etc. Como em todas as artes...há de tudo!

Início dos anos 60. Festival de Cannes, ainda no antigo palácio, Galveias Rodrigues e esposa (Telecine) Jimmy R. Williamson e Luís Gaspar (G.Thibaud & Cie.) Ai, ai... (suspiro)

Em 1972 a "Ciesa NCK" produzia este anúncio para a Terylene. Um design, no espírito dos catálogos de moda de Paris no final do século XIX e, repare se no modelo. O perfeito macho latino, muito em moda na época. O pormenor da caneca de cerveja no canto superior direito a acentuar esse cariz másculo é notável. E esperem para ver o mesmo anúncio na versão "ela" na próxima semana! Fantástico!

Aqui está a versão feminina do anúncio da Terylene. Repare como a caneca de cerveja desapareceu do canto superior direito. Em compensação temos dois molhos de malmequeres. Mais fino, mais feminino

Nesta altura, na "Ciesa", o "copy" de maior prestígio era o Artur Portela Filho que aqui vemos numa fotografia da época. Pode não ter tido nada a ver com aprodução do anúncio da Terylene. Que parece ser mais coisa do Dário Vidal. A sua especialidade, para além das famosas crónicas e polémicas em que se "meteu", que venderam muito papel, era um especialista em Colgate Palmolive. Nos últimos anos fui tendo notícia do Artur Portela enquanto responsável pela "Alta Autoridade para a Comunicação Social", lugar que abandonou recentemente.

São famosas as histórias das "partidas" que o Portela "pregava" ao Dário. Uma delas conta que, na agência, o Portela chegou à janela (com uma magnífica vista para o Tejo) e gritou para o Dário:
"Olha, uma corrida de submarinos!"
O Dário correu à janela e não vendo os submarinos perguntou: "Mas onde estão os submarinos?"
Resposta do Artur:
"Não se podem ver. Vão debaixo de água!"
Conta se... Ser verdade são outras cinco coroas.

Graças à memória do Artur Tomé aqui vai outra história desse tempo, desta vez com a António Alfredo:

Como aquela de um administrador (seria o Dário Vidal?) a mostrar a agência a um Vip da
Colgate e a abrir a porta do atelier do António Alfredo sem avisar. Este rabiscava diante
da mesa baixa e comprida que ele mesmo desenhara e que servia de estirador e
mesa de reuniões.
E aqui exclamou o administrador é a sala da criação.
Sem um segundo de hesitação, o António Alfredo salta de cócoras para cima
da mesa, sacode os braços e cacareja Có coró cócó!

Obrigado, Artur! Manda mais.

Outra preciosidade. Um anúncio do grande Stuart Carvalhais. Publicidade ao ritmo "one step" , neste caso com o título de "Tivoli" de autoria dum italiano de Milão e à venda na Sassetti. Infelizmente não posso precisar a data da publicação do anúncio que, provavelmente, também foi capa de disco, mas como Stuart faleceu em 1961, o trabalho tem mais de 40 anos!...
Para os mais desatentos: repare se na posição do revolver esquerdo.
Este anúncio foi publicado (recordado) , este mês, na contra capa (sem uma palavra sobre o trabalho) da última revista da SPA distribuída aos seus cooperantes

Início dos anos 60. Mas o Pepsodent já era Super e ainda não "tornava os dentes realmente brancos". Essa nasceu mais tarde com pózinho de pedra lá dentro, Não havia os dentes de ficarem brancos!

Segundo declarações de James R. Williamson (Director geral da G. Thibaud & Cie.) incluídas no livro da McCann "65 anos de publicidade" este anúncio, como outros da época (anos 60) foram feitos em Paris. Vejamos o que ele diz:

"Foram feitos em Paris. Seriam talvez os mais famosos, em criatividade. Naquele tempo, a agência da Lux era a G. Walter Thompson: estavam localizados nos Estados Unidos e tinham acesso a Holíywood, onde há anos atrás havia sido criado o slogan "Em cada 10 estrelas, 9 usam Lux". Essa proximaidade geográfica facultava lhes o contacto com os agentes das várias estrelas. Chegavam, aliás, a pagar para obter o simples contacto com Ava Gardner ou com outra grande estrela. Por outro lado, mantinham sempre pessoal a tentar arranjar contratos, mesmo de sub estrelas. As estrelas mais famosas podiam limitar o uso do seu nome e figura em certos países: por exemplo, a Gina LoIlobrígida e a Sofia Loren não autorizavam o uso do seu nome e da sua figura em Itália.
0 nosso trabalho na agência consistia em traduzir os textos para português, os quais seriam posteriormente enviados para Paris onde as gravuras eram compostas, retornando de seguida para Portugal. Este processo acarretava enormes despesas de correio, já que as gravuras eram em zinco... Chegadas novamente a Portugal, eram entregues à Manuel Martins da Hora, para ser elaborado um plano de meios. No final da campanha, para evitar usos indevidos, as gravuras eram recolhidas por nós."

É muito curiosa a referência às enormes despesas de correio . Trata se de um evidente exagêro tendo em conta os custos de produção e publicação da publicidade...mesmo nesse tempo. Mas, afinal, não é mais do que a prova da famosa veia "escocês unhas de fome" do Jimmy com a qual toda a gente se divertia incluindo ele próprio. Orgulhava se da sua ascedência, por parte do pai, natural da Escócia. Chegada a noite apagava todas as luzes da agência mesmo que minutos depois as empregadas da limpeza as tivessem de acender

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