Coisas Sérias 7  

 

Coloque o seu 'website'no mapa

Depois de passarem pela árdua tarefa de conceber e colocar um sítio na Internet, as empresas pensam em divulgá lo de forma a gerar visitas à págua, o que deverá garantir compras ou presença publicitária (consoante o modelo de negócio). Mas, quando pensam em divulgação, normalmente esquecem se de algumas das ferramentasmais simples, como a indexação em motores de busca.

Os motores de busca como o AltaVista, o Google, o Yahoo ou os nacionais Sapo e Cusco, entre outros mantêm nas suas bases de dados informação sobre os endereços de páginas (URL) registadas. Estes são depois visitados regularmente para actualizar os dados ou simplesmente guardados em listas de directórios (no caso dos indexadores).

A imensa base de dados que os motores de busca mantêm sobre os "sites" da Internet torna os um dos utensílios mais utilizados pelos cibernautas. Se conjugarmos esta utilização com o facto de todos os motores de busca aceitaram inscrições gratuitas dos URL, é fácil, verificar como se tornam em potenciais instrumentos de divulgação, fáceis e baratos.

Mas, antes de começar a registar o seu "site" em todos os motores de busca de que se lembra, existem algumas questões que devem ser consideradas, sendo uma das mais importantes a língua. Os "sites" portugueses deverão ter em atenção a especificidade da língua e privilegiar os registos nos motores de busca nacionais, sem esquecer naturalmente os brasileiros.

Se o "site" não tiver tradução para inglês, pode inscrevê lo da mesma maneira nos principais pesquisadores internacionais, mas evite dar muitas palavras de pesquisa ("keywords") em inglês, já que corre o risco de os visitantes se sentirem enganados quando chegam à página.

Registar o "site" pode ser um trabalho extenso. Existem milhares de motores de busca em todo o mundo, e registar se manualmente em todos seria quase impossível. Alguns serviços ou aplicações podem fazê lo por si, bastando preencher os dados uma vez. O WebPosition Gold (www.webposition), é um dos mais conhecidos e promete ir além do simples registo nos motores de busca, analisando o "site" e dando conselhos sobre como posicioná lo melhor mas é pago.

Já o Search Engine Xpress (www.hotboot.com), garante o registo gratuito nos "maiores motores de busca" no caso, seis, em que se contam o AltaVista, o Infoseek oWebcrawler, o Lycos, o HotBot e o Excite. Também gratuíto para quem quiser fazer o "downloads" da aplicação é o GetFound (http://getfound.webcaddy.net/), que, em versão "freeware", regista o URL em 1200 "sites" e, na versão paga, duplica os resultados. Ainda para um registo automatizado, pode se recorrer ao New Link Submission, uma aplicação de "shareware".

De qualquer forma, dependerá do objectivo do "site" a necessidade de utilizar ou não este tipo de ferramentas. Se quiser concorrer no mercado global, convém analisar a posição do seu "site" nos maiores motores de busca, já que mais de 90 por cento do tráfego originado em pesquisas provêm destes. Mas, se os seus produtos ou serviços são localizados, poderá ser preferível escolher os motores de busca mais procurados nos países que pretende atingir e tentar fazer os registos manualmente. Até mesmo porque não é certo partir do princípio de que, de entre os mais de 2000 "sites" em que o GetFound (ou outra aplicação) promete registos, se encontrem todos os portugueses ou de língua lusa.

Tal como nos principais motores de busca internacionais, registar um URL nos "sites" portugueses é bastante fácil. O Cusco e o Aeiou permitem a inscrição de novas páginas através de formulários onde o visitante pode definir os directórios em que o seu nome deve constar, o mesmo se passando com o brasileiro Cadê? (www.cade.com).

Política diferente tem o Sapo, que exige o envio de um E mail para registar as págmas.

Seja qual for a forma escolhida para os registos, manual ou através de aplicações e serviços profissionais, não espere resultados imediatos. Alguns motores de busca demoram mais de duas semanas a incluir os URL nos seus directórios, podendo ser mais rápido o efeito nos motores de busca que utilizam "crawlers" ou "spiders" (pequenas aplicaçoes que visitam os "sites" conhecidos e recolhem informação). De qualquer forma, este é apenas um dos instrumentos possíveis para aumentar o número de "hits" do seu "site". No entanto, não esqueça que, sem bons produtos ou bons conteúdos, os visitantes difcilmente voltam à página.
FATIMA CAÇADOR/Casa dos Bits
("Público")


A tempestade depois da bonança

Após um período de completa euforia, os sites de comércio electrónico enfrentam actualmente a incontornável obrigação de encontrar lucros. Enquanto isso, paradoxalmente, as falências e os licenciamentos aumentam num ritmo impressionante.

Mais do que determinadas falências de sites desconhecidos ou mesmo aquelas dos mais conhecidos, como a do Toysmart da Dyisney, mais do que os problemas financeiros da CDNow ou da Value America, foi a falência em Maio do site britanico Boo.com que levantou os maiores receios em torno da fragilidade do sector Internet.

Jim Williamson, analista do grupo de pesquisa International Data Corporation, acredita que está em curso uma "evidente eliminação". Tal como nos sectores do petróleo, da farmácia e das telecomunicações, Williamson prevê uma rápida consolidação do mercado de comércio electrónico.

"Este bloco crescerá nos próximos anos. As fusões multiplicar se ão e a maior parte das páginas de vendas on ine aproximar se ão dos gigantes da distribuição tradicional." Este cenário, previsto por Phil Terry, consultor da Creative Good, não está, de facto, muito distante. A CDNow, que se fundiu com a Columbia House, especialista na venda directa de discos e filmes, encalhou. Está estagnada à espera de um novo e corajoso empreendedor. Até ao fim de Junho, a CDNow tinha programada uma fusão com um investidor. Até hoje não apareceu nenhum.

Williamson estima que a grande causa da desestabilização deste sector reside num simples facto: "É um mercado de tal forma atraente, que a concorrência é cada vez mais feroz." Este analista receia que só sobreviverão as empresas realmente preparadas para captar uma larga fatia de mercado.

De facto, estas expectativas são confirmadas pelos números. O gabinete de estudos sociais Challenger, Gray and Christmas registou 18 falências desde o início do ano e mais de 5400 licenciamentos.

Esta hecatombe conduziu à criação de sites de entretenimento, onde os nomes das empresas desaparecidas são inscritos em tabelas funerárias e os cibernautas podem apostar sobre as próximas falências.

John Challenger é bastante pragmático na análise a esta situação: "Os sites de comércio electrónico estão simplesmente a entrar na próxima etapa da sua evolução, durante a qual as empresas que não conseguirem ganhar dinheiro são eliminadas."
(Texto do "Diário de Notícias" na página "net")


Páginas nacionais são muito lentas

Em Portugal, 69 por cento das páginas Web são lentas e ultrapassam o limite de 20 segundos de espera, afirma um estudo divulgado ontem pela Compuware, empresa fomecedora de soluções de controlo automático de falhas em páginas e portais.
Segundo o estudo, 46 % dos utilizadores de Intemet abandonam uma página ao fm de 20 segundos de espera. O problema reside no facto de a grande maioria das páginas portuguesas ultrapassar este tempo de descarga, fazendo com que os cibemautas optem por uma concorrente.
A Compuware conclui que, tanto ao nível da qualidade como da velocidade, os nossos sites estão bastante atrasados: 14,1 por cento das páginas nacionais estão "velhas" e só são alvo de remodelações num prazo igual ou superior a seis meses.
Um dos graves problemas que este estudo detectou foi a constante "perda de atributos". A inexistência de parametros de altura e largura das imagens, presente em cerca de 53 % das páginas dos sites nacionais, traduz se na incapacidade de um grande número de cibemautas de efecturar downloads correctos e rápidos. Depois de experimentarem a demora, somente 24 % dos utilizadores voltam a visitar essa página. 9 % desespera, e aborta qualquer tentativa de usufruir de um serviço de compra online.
Para além da lentidão, o estudo revela que 16 % das páginas portuguesas são lentas por si mesmas, devido a problemas de concepção, design ou tamanho.
Linda Garcia Rose, directora geral da Compuware para Portugal e Espanha, considera que "a Intemet revolucionou muitas coisas, principalmente os conceitos de tempo e a qualidade". As empresas nacionais que não assimilarem a necessidade de estabelecer altos índices de velocidade e qualidade estão ameaçadas, afrmou, considerando que, hoje, 70 % das compras feitas através da Intemet em Portugal são concretizadas em sites estrangeiros.
Por sectores de actividade, paradoxalmente, são os fomecedores de serviços (ISP) e os portais que detêm a maior percentagem de incidências que provocam a lentidão.
No caso dos ISP, cerca de 70 % das páginas sofrem de perda de atributos e 18 % são lentas por si mesmas. Chega se à conclusão de que 88 % das páginas sofrem de lentidão. O sector bancário também revela alguns problemas: 49 % das páginas sofrem perda de atributos e 11,83 % são vagarosas.
Para além dos principais problemas logísticos que afectam os sites portugueses, o estudo também reflecte o nível de interactividade destes. Existem quatro níveis de avaliação deste parametro. O primeiro (1) indica a mera presença estática da empresa, enquanto o último (4) reflecte a capacidade de personalização total, em que o visitante selecciona e adquire produtos graças à integração de sistemas.
Deste modo, segundo esta escala de avaliação, o panorama nacional é mediano. 90,5 % das nossas páginas situam se nos níveis 2 e 3. Somente 3 % estão ao nível máximo, enquanto que 6,5 % estão no 1.


WAP'ra eles condenados à extinção
(Texto de Virgilio Vargas no Suplememto "Computadores" do "Público)

WAP é a sigla que associamos ao último grito em termos de acesso à Internet. É cada vez mais intensa a publicidade à volta do WAP: de um lado, são os operadores de telemóveis que apregoam as vantagens de se ter um "telemóvel com WAP" podemos consultar uma série de coisas: cinemas, cotações da bolsa, restaurantes, etc.; por outro lado, temos bancos a oferecerem a possibilidade de consultar o saldo da conta, comprar e vender acções na bolsa, etc.

Um dos "slogans" publicitários vai ao exagero de dizer que é "a Internet agarrada ao Pedro" Mas, na verdade, é tudo menos isso. É apenas um bocadinho da Internet, muito pequeno, minúsculo. A função WAP dum telemóvel só é útil quando nos ligamos a "sites" que foram concebidos e preparados para serem acedidos por equipamentos que reconhecem a linguagem WML (uma espécie de HTML criada para trabalhar em conjunto com o protocolo WAP). Ou seja, não faz muito sentido tentar usar um telemóvel WAP para aceder aos milhões de "sites" da Net que só sabem "falar" HTML e que enviam páginas que se destinam a ser visualizadas em ecrãs de PC com boa dimensão e resolução.

Assim, a tal "Internet agarrada ao Pedro" está hoje limitada a um número muito reduzido de sitios da Net e, em Portugal, esse número é ainda muitissimo pequeno. São sitios que contêm páginas desenhadas em WML, concebidas a pensar nos pequeninos ecrãs dos telemóveis e que, portanto, enviam pequenas quantidades de informação. Talvez no futuro este panorama se modifique e os sucessores dos telemóveis sejam capazes de visualizar correctamente páginas em HTML. Mas, para já, HTML e WAP não ligam.

A generalidade dos anúncios que vemos sobre os telemóveis WAP fala nos do tipo de serviços disponiveis: em muitos casos, são serviços que nos permitem consultar diversas informações úteis (cinemas, horários, farmácias, cotações, restaurantes, etc.); noutros casos, temos a possibilidade de executar certas operações: transferências bancárias, pagamento de serviços (como nos terminais Multibanco), compra e venda de acções na bolsa, etc. Ou seja, na generalidade dos casos, é ainda uma utilização do WAP destinada ao público em geral.

No entanto, começam a surgir novas experiências de utilização do WAP desta vez, destinadas a profissionais em que o telemóvel é usado para aceder às aplicações da sua empresa. Penso que estas experiências tenderão a consolidar se e que, a muito breve trecho, surgirá todo um conjunto de aplicações WAP para profissionais, criadas com o óbjectivo de Ihes facilitar o seu trabalho, e de os tornar mais eficientes e produtivos. Ou seja, aplicações que interagem directamente com os dados da empresa.

Por exemplo, na IBM, está em curso um projecto piloto que permite a um conjunto de empregados gerir o seu dia a dia de trabalho, via telemóvel, acedendo a coisas como a sua agenda pessoal, a sua lista telefónica privada (instalada no seu PC no escritório), a lista telefónica da empresa, a lista de tarefas a executar, o seu E mail, etc. A alteração das respectivas informações é igualmente possivel a partir do telemóvel.

E, nesse contexto, podemos interrogarmo nos: e o que acontecerá aos célebres PDA (as agendas electrónicas do tipo PalmPilot)? Que utilidade terá um PDA para uma pessoa com um telemóvel WAP com o qual consegue aceder à sua agenda pessoal, lista telefónica e outras aplicações da sua empresa?

Copiando o Herman José (o antigo), eu diria: WAP'ra eles, condenados à extinção!. . .
(VirgilioVargas(virgilio.vargas@publico.pt) é consuitor de solucões de E business na IBM Portuguesa)


Empresas respeitam dados privados

Vários grupos empresariais infommáticos estão a demonstrar o seu apoio ao projecto intemacional de protecção da vida privada na Intemet, anunciou ontem o World Wide Web Consortium (W3C), órgão encarregue do desenvolvimento do projecto.

Uma futura platafomma de preferências de dados privados permitirá ao cibernauta ser claramente informado sobre as práticas de colecção e utilização dos seus dados privados por um qualquer site. De acordo com infommações divulgadas pelo W3C, o projecto passará da intenção à prática já no próximo ano. O W3C, organização intemacional de promoção da Intemet, anunciou que os sites de empresas de produção de computadores, como o da IBM, de fornecimento de serviços, como o da America Online, são perfeitamente compatíveis com este novo software.

A questão da protecção de dados privados dos cibemautas ganha cada vez maior importancia nos EUA. Recentemente, a Comissão Federal de Comércio enviou ao Congresso um relatório recomendando a adopção de legislação punitiva para as faltas de disciplina das empresas utilizadoras dos dados.
Sobre este tema veja, também, a crónica de Edson Athyde.


Programa para vigiar funcionários

Chama se SilentRunner e é um novo programa à disposição dos patrões e empresários que desconfiam que os seus funcionários utilizam o acesso aos dados e arquivos secretos das empresas para cometer actos de pirataria electrónica.

Este SilentRunner, desenvolvido pela Raytheon.com, é a última novidade no campo dos serviços de network monitoring. Em vez de efectuar as vigias na busca da utilização por parte dos alegados piratas de palavras chave predefinidas, este novo programa utiliza algoritmos para analisar os padrões de comunicação.

Num processo sequencial, o SilentRunner inicia depois uma reanálise através de imagens tridimensionais, perseguindo o rasto de determinado padrão e detectando "portas abertas" ou outras anomalias que signifiquem que informação importante está em risco de ser encontrada, violada ou mesmo roubada.

A grande novidade é que este novo programa é indetectável por quem estiver a ser vigiado. Responsáveis da Raytheon.com declararam à AP que o SilentRunner é a melhor forma de proteger os negócios de funcionários mal intencionados ou descuidados, que põem sistematicamente em risco os segredos empresariais das companhias.

Para além desta inovadora performance, o novo programa toma se ainda mais útil pelo facto de, para vigiar, precaver e procurar qualquer dado que seja sinónimo de pirataria, não ser necessário violar os ficheiros pessoais e os e mails dos funcionários considerados suspeitos

A pirataria informática com origem nas próprias empresas é, de resto, uma realidade que atinge cada vez maiores proporções. Porém, é frequentemente negligenciada por quem tem o poder de fornecer acessos aos arquivos e bases de dados importantes.

A própria companhia criadora do SilentRunner processou no ano passado 21 pessoas na sua maioria funcionários seus por revelação de segredos comerciais em salas de chat.

No ano passado, e de acordo com um estudo divulgado pela Raytheon.com, as mil maiores empresas da classificação da conceituada revista Fortune perderam informação no valor de 9,4 mil milhões de contos
("Diário de Notícias")


A tecnologia não é o suficiente
JOÃO COSTEIRA VARELA (Diáriode Notícias)

"A informação vale tanto como o dinheiro." Quem o diz é Carl Kessler, técnico de segurança electrónica da Tivoli (empresa do grupo IBM).

Numa mesa redonda dedicada à discussão da segurança no e business, realizada à margem de uma conferência intemacional da Tivoli efectuada em Madrid e dedicada à divulgação de novas tecnologias de soluções informáticas, dois técnicos de segurança lançaram algumas conclusões sobre a origem, modo de prevenção e consequências dos ataques informáticos.

Ora, é precisamente na origem dos ataques que Carl Kessler, da Tivoli, e Paul Musgrave, da Ernst & Young, acreditam que tudo tem que ser trabalhado. De acordo com algumas conclusões tiradas dos últimas intrusões em arquivos de grandes empresas ou organizações, 50 por cento dos ataques partem efectivamente de hackers, mas a outra metade tem origem em funcionários das próprias companhias afectadas.

Para combater este tipo de crimes, Kessler adianta aquela que parece ser a solução a adoptar: ao criar um projecto de empresa electrónica, os responsáveis não podem encarar a segurança como um escudo contra ataques. Ou seja, até há muito pouco tempo, as companhias e organizações estruturavam o portal ou site, criando depois um dispositivo de segurança. A solução será, então, incluir a prevenção na raiz de qualquer projecto, fazendo a acompanhar paralelamente todas as etapas de determinada estrutura.

Outro aspecto a controlar é a concessão de acessos às bases de dados ou aos fidheiros de dientes.

Para Paul Musgrave esta fase é de tal modo importante, que "o controlo não deve ser quantitativo, mas qualitativo". "A tecnologia não é suficiente", é necessário "educar as pessoas, de forma a maximizar a utilidade do equipamento e reduzir ao mínimo as margens de risco". Apesar de as próprias empresas, ao efectuarem qualquer transacção, definirem uma percentagem de risco, um problema que ocorra pode originar danos estruturais e económicos incalculáveis.

A sociologia dos ataques é outro parametro que necessita de um estudo mais aprofundado. Para Carl Kessler, é constantemente nigligenciado o motivo do ataque. Segundo este perito, "os hackers não procuram lucrar absolutamente nada com as infracções. Para eles, a incursão em determinados arquivos ou a paralisação do sistema informático de uma empresa é um autêntico troféu". Trata se apenas de um jogo de inteligência, onde se pretende única e exclusivamente quebrar um dispositivo de segurança.

Sabendo tudo isto, e tratando se de algo que acontece com cada vez maior frequência, não se percebe como é que as empresas continuam a não ter uma equipa dedicada unicamente à prevenção.
É a marca que está em risco. A simples oferta de condições de segurança, apesar de criar automaticamente uma relação de confiança com o cliente, não chega. É preciso dar garantias efectivas, pois se qualquer coisa acontece as consequências são muito piores. Como afirma Paul Musgrave, "prometer e não dar é pior do que não dar"


CEE "contra" as proibições da UE

Conselho Europeu de Editores, presidido por Pinto Balsemão, vai lançar uma campanha em defesa da publicidade. Trata se de uma reacçãso às medidas restritivas que têm sido adoptadas no sector.
(Texto de Cátia Almeida no "Diário de Notícias")

"O tabaco é prejudicial à saúde. Então, proíba se a publicidade aos cigarros. O número de acidentes nas estradas é muito elevado. Então, proíba se a publicidade aos automóveis que atinjam grandes velocidades. As gorduras fazem mal ao organismo. Então, proíba se a publicidade aos alimentos que as contêm." Descontente com as restrições que, por toda a Europa, estão a ser impostas aos anúncios de vários produtos (ver texto em baixo), o Conselho Europeu de Editores (CEE), presidido por Pinto Balsemão, vai lançar uma campanha em defesa das virtudes da publicidade e da sua importância para salvaguardar os interesses dos consumidores.

Numa conferência de imprensa realizada recentemente em Bruxelas, o CEE acusou os governos de quererem resolver alguns problemas da sociedade com "medidas fáceis, tentando fugir à realidade e prejudicando a publicidade e os media".

Isto porque, como disse Francisco Pinto Balsemão, "um ataque à publicidade é um ataque aos .media, os dois são inseparáveis", acrescentando que "é a publicidade que suporta os custos dos órgãos de comunicação privados e até do Estado, podendo esta actividade ser entendida como a base financeira de uma imprensa livre e pluralista".

Em declarações ao DN, Marta Vale, corporate affairs do CEE, alertou: "A limitação da publicidade, por parte do poder político, ameaça a independência de muitos órgãos de comunicação."

Por exemplo, os anúncios de tabaco e álcool são responsáveis por 40 % dos lucros das revistas europeias. Em relação aos jornais, esta percentagem é ligeiranente mais baixa (18 %). Alemanha e Reino Unido são os países onde mais se tem protestado contra a proibição da publicidade ao tabaco. "Muitas publicações não conseguirão sobreviver", garante o CEE.

Na base da campanha está o lema "O seu direito enquanto consumidor a decidir o que é bom para si", que será divulgado em 12 línguas na Imprensa dos 15 países da União Europeia (UE).

As peças criativs foram oferecidas pela Grey Bruxelas (e adaptadas pelas agências de cada país) e o espaço para a sua publicação foi igualmente cedido gratuítamente por vários jornais e revistas. Os anúncios exibem "imagens da vida real acompanhadas de uma mensagem com a ideia: não é por causa da publicidade que as pessoas vão ter problemas", declarou Marta Vale.

"É mais fácil e politicamente correcto falar com as associações dos consumidores e introduzir restrições. Mas não é assim que os problemas da nossa sociedade devem ser enfrentados", criticou Balsemão, para quem os consumidores são "crescidos e responsáveis e saberão fazer as suas escolhas e diferenciar a realidade da publicidade".

"As associações de consumidores não podem arrogar o direito de serem as únicas a falar em nome dos consumidores" acrescentou.

A campanha pretende também chamar a atenção para a importância de os editores, associações e pessoas ligadas à publicidade e à comunicação serem ouvidos antes de tomadas as decisões relativas ao sector. "Trata se de um assunto que preocupa muita gente e tem subjacente um grande impacte económico", salientou a interlocutora do DN.

"Publicidade faz também parte do direito à informação, embora a mensagem seja passada de forma diferente", frisou Pinto Balsemão.

No que respeita às normas legislativas, o Conselho Europeu de Editores é a favor de uma política de auto regulação , nos termos da qual os agentes envolvidos nesta actividade publicitários, anunciantes e órgãos de comunicação se obrigam a cumprir um conjunto de regras previamente estabelecidas.

Saliente se que em Portugal esta medida é defendida pelo Instituto Civil da Autodisciplina da Publicidade (ICAP).

O Conselho Europeu de Editores foi criado em 1991 e é integrado pelos responsáveis de vários grupos jornalísticos europeus, entre os quais o Finantial Times Group, Corriere della Sera, El País, Reuters PLC e Controljornal (que ocupa actualmente a presidência).

ÁREAS CRIÍTICAS

Nos últimos meses, em vários países da União Europeia, têm sido apresentadas medidas no sentido de limitar a publicidade relativa a diversas áreas ou grupos:

CRIANÇAS. As autoridades de Estocolmo anunciaram a intenção de banir, durante a sua presidência semestral da União Europeia em 2001, todos os anúncios dirigidos a crianças menores de 12 anos.

TABACO. Uma directiva já aprovada pela UE proíbe, a partir de 2002, a publicidade a cigarros em todos os meios de comunicação social. O Reino Unido, entretanto, decidiu antecipar a entrada em vigor desta norma para este ano. Em 2003 será igualmente interdito qualquer patrocínio das marcas de tabaco (excepto a eventos mundiais, como a Fórmula 1). No entanto, este tipo de marketing não será permitido a partir de 2006.

ÁLCOOL. Apesar de haver um amplo consenso no sentido de não impedir a publicidade a bebidas alcoólicas, têm sido adoptadas medidas cada vez mais restritas nesta categoria concreta de produtos.

AUTOMÓVEIS. Devido ao grande número de acidentes nas estradas da Europa, alguns países são a favor da restrição à publicidade a carros que atinjam grandes velocidades.

MEDICAMENTOS. A Comissão Europeia está a desenvolver um estudo no sentido de apurar o impacte da publicidade aos medicamentos (que é interdita na Europa) provenientes dos Estados Unidos e divulgada através da Internet.

PUBLICIDADE COMPARATIVA. Novas medidas podem surgir sobre esta temática, depois da divulgação de uma pesquisa de âmbito europeu que está prestes a ser concluída.
(Texto de Cátia Almeida no "Diário de Notícias")


Fragmentação ameaça Microsoft

A possibilidade de fragmentação ameaça o gigante informático Microsoft, depois de o juiz norte americano Thomas Jackson ter rejeitado as promessas da empresa de melhorar a sua conduta comercial, de forma a não prejudicar nem a concorrência nem os consumidores.

O Departamento de Justiça dos Estados Unidos e 17 Estados norte americanos tinham requerido a divisão da Microsoft em duas empresas independentes. Porém, o juiz parece disposto a considerar válido um projecto que visa a fragmentação da empresa em três companhias distintas.

"Este caso está pendente há dois anos", afirmou Jackson, depois de um advogado da Microsoft ter pedido mais tempo para responder à sua proposta de divisão, destinada a neutralizar as denunciadas práticas que infringem a lei contra os monopólios. Para ilustrar a intenção de acelerar o processo, o juiz Jackson pediu ao Governo que, na manhã de sexta feira, apresente as revisões técnicas da sua proposta para solucionar o problema do monopólio da Microsoft nos sistemas operativos dos computadores pessoais.

Durante a audiência de quarta feira, Jackson referiu se à possibilidade de dividir a Microsoft em três partes, seguindo uma proposta de grupos comerciais constituídos maioritariamente por companhias concorrentes do gigante informático, em vez de a dividir em duas.

"A divisão em duas empresas ajudaria a criar dois monopólios separados", disse Jackson, ao referir se à proposta do Departamento de Justiça e de 17 Estados de criar uma companhia para o sistema operativo Windows e outra para diferentes aplicações e actividades.

Jackson determinou em Abril que a Microsoft tinha violado as leis norte americanas contra os monopólios, ao abusar do seu poder no mercado, prejudicando os seus concorrentes e consumidores. A empresa do multimilionário Bill Gates anunciou que vai apelar de qualquer decisão sobre a sua fragmentação e propôs remediar as supostas práticas de monopólio através de regras de conduta que respondam às exigências dos queixosos.

"No apelo, a Microsoft vai questionar todas as conclusões tomadas, assim como a natureza de qualquer solução que poderá ser sugerida pelo juiz", disse William Neukom, um dos advogados da empresa.

O advogado principal do Departamento de Justiça, David Boies, disse ao juiz que a divisão da Microsoft em duas companhias melhorará a criação de produtos que compitam entre si.

"A divisão em dois vai estimular o desenvolvimento de sistemas operativos como o Linux e o Apple, enquanto a fragmentação em três empresas causaria mais perturbações e necessitaria de mais tempo para ser executada", acrescentou.

Entretanto, Thomas Jackson duvidou da possibilidade de confiar na Microsoft para levar a cabo a sua própria fragmentação, dentro dos quatro meses que o Governo propôs para que a empresa apresente ao tribunal o seu plano de divisão.
(Do "Diário de Notícias")


FREENET É AMEAÇA NO HORIZONTE

A possível morte dos direitos de autor

Enquanto os tribunais dos EUA são inundados por processos levantados pelos agentes da indústria discográfica contra os "sites" da Web que permitem e promovem a troca livre de música, Ian Clarke, um programador irlandês de 23 anos, prepara as armas para a batalha que se segue. Clarke está a terminar um programa, Freenet, que, afirma, vai tornar impossível controlar o tráfego de qualquer tipo de informacão digital seja ela música, vídeo, texto ou "software". O Freenet foi criado para receber informação de forma anónima e também evitar qualquer tentativa de apagar essa informação ou determinar a sua origem.

Ian Clarke e a sua equipa decidiram entrar em rota de colisão com as leis internacionais de direito de autor a fim de que a actual luta sobre direitos de autor na Internet produza um mundo em que toda a informação seja partilhada de forma livre.

A troca de ficheiros de música através de servicos da Web como o mp3.com ou o Napster mobilizou os advogados da indústria discográfica e vários músicos, que consideram essa prática como pirataria. Eles pretendem encerrar esses servicos mas, se não o conseguirem, pelo menos receber "royalties" das obras que são trocadas através deles. Mas os sistemas actualmente usados tornam possível encontrar um ficheiro sem que ele esteja em alguma base de dados central, e assim evitar que haja um alvo a quem levantar processos.

E os métodos para proteger esses mesmos trabalhos como a codifcação dos dados acaba por ser ultrapassada pelo processo inverso: a encriptação feita por quem aposta na livre informação esconde o rasto de quem efectua a troca. "Daqui a 20 ou 40 anos, vamos olhar para a ideia de que alguém pode ser dono da informacão como se é proprietário de uma casa da mesma forma como agora olhamos para a execução das bruxas na fogueira", explicou Clarke em declaracóes ao"TheNewYorkTimes".

Os grupos que exploram as novas tecnologias de distribuição nomeadamente, programas que criam vastas bibliotecas digitais espalhadas em milhares de pequenos computadores afirmam que a responsabilidade de assegurar os direitos de autor é dos consumidores e não deles.

No caso do Freenet (cuja versão de testes está disponível desde Março e já teve mais de 15 mil "downloads"), há indicações de que milhares de servidores já estão a usá lo. Assim, quem quiser of erecer algum tipo de informação poderá registá la. Se alguém a procurar, o Freenet vai buscá la à fonte. "A quem tem a pretensão de limitar a difusão da informação, só posso dizer uma coisa: desistam. Estão a usar rolhas para tentar tapar os buracos de uma barragem que vai rebentar", avisa Ian Clarke.

A verdade é que o Freenet, o Gnutella (da Nullsoft) ou mesmo o Napster (apesar de este só trabalhar com ficheiros MP3) podem ser o início do fim de uma era em que os direitos de autor estavam assegurados à partida. M.C.
(Texto transcrito do "Público" Suplemeto Computadores)


"Virus do amor" gera pânico mundial

Um vírus informático denominado "I Love You" suscitou, ontem, o pânico mundial, levando vários governos a declarar um alerta geral. Ao final da tarde, havia registos de 500 mil casos, nos cinco continentes. Nos Estados Unidos, onde o Congresso também foi atingido, cerca de 150 empresas declararam se completamente infectadas.

Em Portugal, o vírus perturbou o Centro de Gestão da Rede Informática do Governo (Ceger). O director do Ceger disse à Lusa que também os cerca de mil utilizadores da rede informática que serve o Executivo foram bombardeados com milhares de mensagens contendo o nome "I Love You". Segundo Gomes Almelda, os técnicos do Ceger detectaram os primeiros e mails ainda de manhã, tendo tido tempo de alertar a maior parte dos utilizadores. Ainda assim, disse, vários servidores do centro estiveram momentaneamente bloqueados, em consequência dos efeitos do vírus e do volume de tráfego a que foram submetidos.

Ao nível empresarial, não houve problemas de maior, mas, segundo informação da SIC, no "Jornal da Noite", a Nike Portugal, o Banco Pinto & Sotto Mayor, a Caixa Geral de Depósitos e a ANA registaram casos de terminais infectados.

Segundo os maiores fabricantes mundiais de programas antivírus, o "I Love You" é o mais destrutivo dos vírus conhecidos. Os técnicos dizem assemelhar se ao "Melissa", que em 1999 paralisou milhões de servidores.

Por todo o lado, houve reacções de pânico e prudência em relação à propagação e aos terríveis efeitos deste vírus. A Câmara dos Comuns, em Londres, encerrou toda a sua maquinaria, depois de o sistema de correio electrónico dos deputados ter sido afectado. O ministro do Interior francês também lançou um alerta geral.

A acção do "I Love You" começa quando o destinatário não resiste e abre o e mail, enviando o vírus para todos os nomes da sua lista de endereços. A partir de aí, num efeito de crescimento exponencial, o vírus propaga se a mais de 300 mil milhões de endereços electrónicos. Segundo Stéphane Le Hir, chefe da Trend Micro em França, "o afluxo de mensagens engrossa tanto os sistemas de comunicações que pode destruir determinadas informações armazenadas nos discos rígidos".

A Agência Lusa noticiou que um residente nas Filipinas, apenas conhecido pelo endereço electrónico mailme@super.net.ph, é o principal suspeito da propagação do vírus. É que uma das características mais interessantes do vírus que ontem se espalhou à velocidade da luz é a colocação de um ficheiro executável win bugsfix.exe no directório de downloads da Internet. Este ficheiro não passa de um "ladrão" de palavras de acesso. A partir do momento em que o receptor do "I Love You" executa o ficheiro, que vem em attachement do e mail, o ficheiro "ladrão" percorre o sistema, à procura de palavras de acesso, colige as e envia as por correio electrónico para o endereço nas Filipinas.

Contudo, é tranquilizante a possibilidade de os servidores de correio electrónico da Super. Net das Filipinas terem ficado bloqueados com o volume excepcional de tráfego, deixando, assim, de receber as mensagens com as palavras de acesso.

O vírus afecta ficheiros com extensões jpeg, jpg, mp3 ou mp2 e gera cinco ficheiros, três dos quais mskernel32.vbs, win32dll.vbs e love letter for you.txt.vbs vão alojar se no directório de sistema do Windows.

Os outros dois ficheiros winfat32.exe e win bugsfx.exe alojam se no directório de downloads.

A solução, sugerida por técnicos, consiste em apagar imediatamente os ficheiros gerados e em eliminar os e mails sem os abrir.
"Diário de Notícias)


Manual de e esparrelas
Não acredite se ler na Internet
Ana Navarro Pedro.
em Paris "O Público"

"A Ericsson dá telemóveis de borla", a Microsoft "distribui dinheiro", se enviar este correio a 247 pessoas "salva a vida do Eduardinho no Brasil", e se não o enviar, vai engraxar sapatos no inferno até ao fim da eternidade: o fenómeno mais "in" na Internet é o "hoax", ou seja, a e esparrela. P.S.: num "hoax", são possíveis coisas como "o fim da eternidade".

Abrir o correio electrónico e encontrar um e mail a prometer um telemóvel Ericsson do modelo mais recente e de borla... ora aí está o que se chama comecar bem o dia. E nem sequer é concurso basta enviar a mensagem a oito amigos, e uma copia dos envios à drectora de producão da seccão de "marketing" da Ericsson, para receber o aparelho.

Passada a euforia, insinua se a dúvida: se o Pai Natal existisse, já seria notícia, não? Mas, por outro lado, o e mail dá uma explicacão "lógica": "Caro cliente, o nosso principal concorrente, Nokia, oferece telemóveis na Internet. [...] Nós decidimos portanto oferecer também telemóveis...", escreve a directora de producão da firma sueca, Anna Swelund.

"Essa Anna Swelund nem sequer existe na nossa firma. É tudo falso", desmente uma voz tensa na filial da Ericsson em França. Na Finlandia, a sede da Nokia, que é vítima de um e mail idêntico, desmente com o mesmo vigor a existência de uma campanha deste tipo.

Lançada nos EUA há poucas semanas, a piada já deu várias vezes a volta ao mundo. As duas empresas cambaleiam com as reclamacões de internautas irados que reclamam os telemóveis gratuitos, e publicaram comunicados denunciando a "impostura".

Os dois fabricantes nórdicos são vítimas do fenómeno mais "in" na Internet, os "hoaxes" (esparrelas). Pretensas lotarias miraculosas, alertas à espionagem nos telemóveis, falsas cadeias de solidariedade, imaginários presentes de luxo atulham as caixas de correio electrónico. Com um telemóvel e um e mail já não chegam para "armar em bom" na ciber selva, era preciso arranjar outra coisa. Foi assim que nasceu a moda do "hoax".
Em poucos meses milhares de e mails veiculando informações falsas começaram a circular na Internet. Quase sempre alarmantes, com o sinal particular de serem idiotas, mas concebidas de maneira inteligente (todo o gozo vem dos patinhos cairem na cilada, apesar dos sinais de aviso mais ou menos evidentes), estas mensagens vão de meras esparrelas por correio electrónico, a que chamaremos e esparrrelas, a verdadeiras manipulações de informação.

Eis um "hoax" do ano passado: um empregado do jardim zoológico de Franqueforte é o laureado do prémio Darwin da Selecção Natural em 1999. O empregado dera um laxativo a um elefante que sofria de prisão de ventre, e depois esqueceu se do caso. Quando o remédio fez efeito, o empregado estava a limpar a jaula atrás do elefante... e morreu enterrado em meia tonelada de fezes elefantescas".

Segundo um "site" que se dedica à caça das e esparrelas (www.hoaxbuster.com), um bom "hoax" é capaz de dar a volta ao mundo 243 vezes em 15 dias! Os caça esparrelas de "hoaxbuster.com" desmontam as vigarices, denunciam as histórias falsas e reconstituem o percurso de uma mentira nas suas voltas ao mundo pelas auto estradas do web. Ora, dizem eles que não é qualquer "hoax" que pega.

Para ter sucesso, a e esparrela deve começar por fazer chorar. Numa versão em jeito de paródia dos "hoaxes", há a já célebre: "Solidaridad con Danny. Fazer seguir, por favor: Pobre Danny, a quem faltam 30 escudos para comprar um chocolate "Mars" no distribuidor automático do 3º andar".

Depois, a história da carochinha deve ter uma "caução" médica, ou seja, deve citar uma doença raríssima: "Danny sofre de hipertaquixomeocardiaplasmática infecciosa [não vem no dicionário, e precisa mesmo daquela barra de 'Mars"'. Por fim, vem a pitada de esperança: "Você pode salvar o Danny. Pode sim: basta enviar esta mensagem a 32 amigos, sem mudar uma palavra".

Nesta altura, mesmo os mais ingénuos começam a duvidar. Então, vem a estocada final a explicação trapaceira: "Os fornecedores de acesso à Internet dão cinco escudos por cada lote de 32 e mails com o título "Solidariedade con Danny". Não quebre a cadeia e lembre se que o título é importante é o meio de controle deles". Falta salpicar com uma pitada de ameaça irracional: "Se não enviar esta mensagem 32 vezes, o sol nunca mais volta a encontrar se com a lua". Terminado o trabalho, é enviar o "hoax" a todos os ingénuos conhecidos, ou usar listas de difusão com 200 nomes.

Este exemplo dos caça esparrelas é simpático, mas o que faz avançar o mundo e o web não escapa à regra não são exactamente os bons sentimentos (pelo menos desde que o homem cunhou as primeiras moedas). Há assim "hoaxes" que frisam a tentativa de vigarice por exemplo quando relatam "histórias" de crianças do terceiro mundo que precisam de dinheiro para operações. Por enquanto, os "hoaxes" choramingueiros acrescentam pormenores que revelam a esparrela, do género "o pai foi esfacelado por uma hiena radioactiva e a mãe tem um terceiro seio a crescer lhe no rosto ao lado do nariz", e não pedem dinheiro.

Mas não hão de tardar muito a aparecer os ciber contos do vigário. Ou melhor, até já apareceram, sim, mas ao contrário. Por ora, não pedem nada, só prometem, como a história dos Nokia e dos Ericsson de "borla". Há também a e esparrela que pôs a Microsoft a bater com a cabeça na parede, há meio ano: cinco dólares, em paga de um reenvio de uma mensagem electrónica a um amigo, e um dólar em paga de cada e mail recebido, era o que prometia a mensagem lançada em cadeia em nome da empresa de Bill Gates. A Microsoft queria "testar assim o seu novo sistema de espionagem de emails", explicava a mensagem! A empresa teve de publicar um comunicado a desmentir formalmente a impostura.

Todo este processo conduz inevitavelmente a manipulações da informação. A desinformação começou até de forma estrondosa, em pleno escandalo do naufrágio do petroleiro "Erika", que provocou este Inverno uma maré negra impressionante nas praias francesas. Um correio electrónico "transcrevendo" uma troca de e mails entre dirigentes da companhia petrolífera responsável pelo desastre ecológico, a Totalfina, indignou a França. As mensagens revelavam que os dirigentes da Totalfina queriam pedir à polícia política francesa, a RG, que "calasse" os líderes dos protestos. Mas era tudo falso. E o autor do "hoax" dá agora entrevistas anónimas à redacção dos caça esparrelas.
(Do "Público" texto de Ana Navarro Pedro)


Rádios atraem publicitários

Os anunciantes estão a apostar em força nas rádios. Estudo conclui que, na maioria dos paises europeus, o investimento publicitário em rádio aumentou, no ano passado, mais de oito por cento.

SUSETE FRANCISCO

As rádios europeias estão a ganhar terreno no mercado de publicidade. Segundo um estudo realizado em 20 países europeus e nos Estados Unidos pela agência publicitária IP (do grupo radiofónico internacional CLT UFA), o panorama radiofónico de três em cada quatro países registou em 1999 um crescimento médio de receitas publicitárias superior a oito por cento.

O relatório de conclusões da IP refere que "o crescimento do mercado publicitário em rádio foi superior ao do mercado publicitário global". Uma tendência que se manteve no primeiro trimestre de 2000 e que a agência atribui ao facto de as rádios serem "um media rápido e flexível" que atrai não só os anunciantes tradicionais mas também as empresas da nova economia, nomeadamente sectores em expansão como a Internet ou os telemóveis.

A rádio tem vindo a ganhar "partes do mercado", afirma o director geral adjunto da IP, Benoit Cassalgne. Apesar disso, a televisão mantém se como o veículo publicitário preferido pelos anunciantes, recolhendo 35 por cento dos investimentos publicitários, contra uma fatia de seis a sete por cento para as rádios.

Ao incremento da aposta dos anunciantes nas rádios não será alheio o elevado número de pessoas que se mantém fiel às ondas do éter. Numa audiência de véspera (percentagem de individuos que afirmam que na véspera ouvram uma estação de rádio, independentemente do tempo dispendido), 76 por cento da população de 20 países europeus afirma ter sintonizado uma estação de rádio, percentagem que se traduz em 340 milhões de ouvintes. Segundo os dados recolhidos pela IP, uma significativa parte deste número concentra se na britanica BBC 1, na alemã RTL e na italiana RAI, as três estações radiofónicas líderes de audiências na Europa.

Quanto ao número de horas dispendido a ouvir rádio, o estudo refere que belgas e polacos são os ouvintes mais assíduos, com cinco horas de audição diária, enquanto no pólo oposto os Países Baixos registam uma audicão média de duas horas e meia. Em termos de diferenciação entre estações públicas e privadas, o estudo aponta uma maior preponderância do serviço público no Norte da Europa, contra um maior domínio das estações privadas nos países do Sul, em particular em França.

O estudo da IP sublinha também a riqueza do panorama radiofónico europeu, em termos de número mais de 1300 estações em Itália, 1100 em França e mais de 250 na Dinamarca, Alemanha, Reino Unido e Portugal , mas também de diversidade da oferta. Neste campo, a IP destaca a proliferação de estações dirigidas a segmentos específicos da populacão, concluindo que "a rádio se manterá como um meio de massas cada vez mais personalizado". A IP destaca ainda a crescente facilidade da difusão radiofónica, não só através da Internet mas também para os telemóveis.

Investimento também cresce em Portugal

O investimento publicitário também está a aumentar em Portugal. Segundo dados da Sabatina empresa de tratamento e índice de informação o investimento global do mercado publicitário em rádio saldou se, em 1998, em 19 milhões de contos, subindo para mais de 21 milhões em 1999. Segundo José Mendes, da Intervoz, empresa concessionária da publicidade da Renascença e da RFM, ambas as estações registaram um acréscimo de receitas publicitárias, um pouco mais acentuado na RFM. Comparando o primeiro trimestre de 99 com igual período de 2000, Hernani Gomes, director comercial da TSF, refere que a estação registou um aumento de facturação publicitária de 26,4 por cento, situação que atribui à notoriedade ganha por esta rádio durante os incidentes de Timor, à liberalização das telecomunicações e ao aumento dos preços dos anúncios.
(Do "Diário de Notícias". Texto de Susete Francisco)


Ambição ameaça "nova economia"

Parecia que a Europa estava finalmente a entrar no caminho "certo", com os investidores italianos, holandeses, franceses e alemães a injectarem cada vez mais dinheiro no mercado do comércio electrónico e a enriquecerem, comprando acções dos mais poderosos e activos sites.

Mas o que se tem verificado, é que essas participações económicas no mais sensível dos actuais mercados estão a correr mal, com o preço das acções abaixo do valor inicial de compra.

Até os principais responsáveis pelo boom das empresas de alta tecnologia estão a aconselhar os accionistas a vender as acções. Mark Mobius, um conceituado analista da Templeton Funds, já avisou que todos os dados apontam para a ocorrência de um crash no sector da Internet. Mobius prevê que as acções das empresas online possam estar a descer para níveis entre os 50 por cento e 90 por cento, sendo que as quedas maiores se verificam nos mercados emergentes.

A mais notória das recentes quedas é a da World Online, um servidor holandês, que desde 17 deMarço já desceu 44 por cento,e as acções passaram de 43 euros para 24. Na origem desta queda está o facto de a directora da World Online ter vendido todas as suas acções a uma outra empresa antes da entrada em bolsa da sua, para que esta última vendesse tudo, poucos minutos depois da cotação inicial. Os investidores interpretaram esta atitude como uma falta de confiança na sua própria empresa. Porém, os analistas defeniram na como ambição pura e simples. Para uma das directoras da Versa Tel, que também aguarda a sua vez de desvalorizar, "uma empresa faz se de liderança e pessoas. Se os meus investidores me virem concentrada em ganhar dinheiro de forma rápida e inconsistente, ficam nervosos».

Este triste percurso da World Online pode ser o início de um gigantesco boom a nível europeu.

A verdade é que não há consenso sobre uma possível causa. Uma das teorias é que os fundadores e gestores das empresas se tenham tornado demasiado ambiciosos. Tal como a World Online, esta foi a causa da descida a pique da agência de viagens online britanica Last Minute, cujas acções estão cotadas a 750 escudos, quando já estiveram a 1100.

Em Portugal, por enquanto, a tendência ainda é a inversa. A PT Multimedia recuperou quase 15 por cento, depois do susto verificado a meio da passada semana. Aliás, coube às empresas tecnológicas portuguesas o papel relevante na subida dos principais índices da Bolsa de Lisboa.

Segundo Miguel Paes do Amaral, Presidente do grupo Media Capital, Portugal está a seguir a tendência americana de concentração de grupos de comunicação e empresas das novas tecnologias da informação.
(Do "Diário de Notícias")


Publicidade na Internet sobe nos EUA

As empresas americanas vão investir mais em publicidade na Internet do que na televisão, em 2005, revela um estudo divulgado pela Myers Group. Nesse ano, as empresas americanas aplicarão 32 500 milhões de dólares (perto de sete mil milhões de contos) em publicidade na rede, 23 800 milhões de dólares (quase cinco mil milhões de contos) na TV por cabo e 19 200 milhões de dólares (cerca de quatro mil milhões de contos) na TV convencional.

Ao longo do ano 2000 espera se um investimento próximo dos 17 mil milhões de dólares (mais de três mil milhões de contos) em publicidade na televisão, dez mil milhões de dólares (dois mil milhões de contos) na TV por cabo e 4300 milhões de dólares (800 milhões de contos) na Internet.

Nos EUA, para além da verba atrás citada para 2000 em publicidade na WWW, esperam se 6480 milhões de dólares (mais de 1200 milhões de contos) em 2001, dez mil milhões de dólares (dois mil milhões de contos) em 2002, 16 mil milhões de dólares (mais de três mil milhões de contos) em 2003, 23 mil milhões de dólares (perto de cinco mil milhões de contos) em 2004 e mais de 32 mil milhões de dólares (perto de sete mil milhões de contos) em 2005.

Em termos mundiais, as empresas gastarão em publicidade na Internet cinco mil milhões de dólares (perto de mil milhões de contos) em 2000, oito mil milhões de dólares (mais de mil milhões e meio de contos) em 2001, mais de 13 mil milhões de dólares (mais de 2,5 mil milhões de contos) em 2002, 23 mil milhões de dólares (mais de 4,5 mil milhões de contos) em 2003, perto de 34 mil milhões de dólares (quase sete mil milhões de contos) em 2004 e 45,5 mil milhões de dólalares (mais de nove mil milhões de contos) em 2005
(Do "Diário de Notícias")